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Cirugía Plástica Ibero-Latinoamericana

versión On-line ISSN 1989-2055versión impresa ISSN 0376-7892

Cir. plást. iberolatinoam. vol.37 no.1 Madrid ene./mar. 2011

 

 

 

Tratamento cirurgico de falange distal bifida pós traumatismo de mão na infância

Tratamiento quirúrgico de la falange distal bífida por traumatismo de mano en la infancia

Surgical treatment of distal bifid phalanx post of hand trauma in childhood

 

 

Passos da Rocha, F. *, André Pires, J.**, José Fagundes, D.***, Wilson Rocha Almeida, M.****

* Cirurgião Plástico Professor Assistente do Departamento de Cirurgia da Universidade Católica de Pelotas-UCPEL-Pelotas-RS, Brasil.
** Acadêmico de Medicia da UFPel. Universidade Federal de Pelotas-UFPEL-Pelotas-RS, Brasil.
*** Prof. Associado do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina-UNIFESP-EPM, São Paulo, Brasil.
**** Residente de Cirurgia Plástica do Instituto Ivo Pitanguy-Rio de Janeiro-RJ. Instituto Ivo Pitanguy-Rio de Janeiro-RJ, Brasil.

Correspondência

 

 


RESUMO

A extremidade distal dos dedos é a parte da mão mais freqüentemente lesionada. As principais complicações que podem ocorrer como conseqüências dessas lesões traumáticas incluem: as infecções, as retrações da pele, as deformidades ósseas e as amputações. O presente trabalho tem como objetivo relatar o tratamento cirúrgico de um paciente de 16 anos que sofreu um trauma na falange distal do segundo dedo da mão direita aos dois anos de idade, resultando em deformidade óssea e falange distal bífida associada a retração de pele no local onde ocorreu a lesão.

Palavras chave: Trauma de mão, dedo, falange bífida, zetaplastia.


RESUMEN

La extremidad distal de los dedos es la parte de la mano que más frecuentemente se lesiona. Las principales complicaciones que pueden derivar de ese tipo de lesiones traumáticas incluyen: infecciones, retracciones de la piel, deformidades óseas y amputaciones.
El presente artículo tiene como objetivo presentar el tratamiento quirúrgico seguido en un pacientes de 16 años que sufrió traumatismo sobre la falange distal del segundo dedo de la mano derecha a los 2 años de edad, a consecuencia del cual se produjo deformidad ósea y falange bífida asociada a retracción de la piel en el punto de la lesión.

Palabras clave: Traumatismo de mano, dedos, falanges, falange bífida, zetaplastia.

Código numérico: 324-3101


ABSTRACT

The distal extremity of the fingers of the hand is the most frequently injured. The main complications that can occur as a result of these traumatic injuries include: infections, retraction of the skin, bone deformities and amputations. This article aims to report the surgical treatment of a 16 years old patient who suffered a trauma in the distal phalanx of the second finger of right hand when he was 2 years old, resulting in bone deformity and distal phalanx bifid associated with retraction of the skin at the site where the injury occurred.

Key words: Hand trauma, finger, phalanx, bifid phalanx, zetaplasty.

Numeral Code: 324-3101


 

Introdução

A extremidade distal dos dedos é a parte da mão mais freqüentemente lesionada, devido estar em contato íntimo com os objetos e por ser a última a escapar durante o reflexo de retirada (1).

As principais complicações que podem ocorrer como conseqüência dessas lesões traumáticas incluem as infecções, as retrações da pele, as deformidades ósseas e as amputações resultando em perdas funcionais significativas para as vítimas (2).

O presente trabalho tem como objetivo relatar o tratamento cirúrgico de um paciente de 16 anos que sofreu um trauma na falange distal do segundo dedo da mão direita aos dois anos de idade, resultando em deformidade óssea e falange distal bífida associada a retração de pele no local onde ocorreu a lesão.

 

Relato de caso

Paciente de 16 anos, masculino, branco, com deformidade óssea na falange distal de 2o dedo (indicador) de mão direita após queda da bicicleta aos 2 anos de idade (Fig.1). Ao exame radiológico observou-se falange bífida e luxação com desvio radial da falange distal (Fig. 2), ao exame clínico havia preservação da mobilidade funcional da falange distal apesar da deformidade existente.

 

O planejamento cirúrgico incluiu a ressecção cirúrgica da base bífida da falange distal, realização de zetaplastia no local da retração com fixação e alinhamento da falange distal com fio de Kirchner número 1.

O paciente foi operado sob anestesia geral respeitadas as técnicas de anti-sepsia e assepsia sendo utilizado garrote pneumático para controle do sangramento.

Foi realizada uma incisão de 2,5 centímetros de extensão na face medial do dedo indicador fazendo a dissecção por planos até a articulação interfalangeana distal o que nos proporcionou a identificação do excesso ósseo localizado na base da falange distal (Fig.3), o qual foi ressecado permitindo desta maneira um deslocamento e um alinhamento da falange distal no sentido medial.

Na face lateral do dedo foi realizada uma segunda incisão de 2,5 centímetros de extensão atingindo a base da falange distal pelo seu bordo lateral identificando o excesso ósseo e ressecando-o.

O tratamento da retração cicatricial foi realizado por meio de uma zetaplastia permitindo desta maneira o avançamento latero-medial da pele e quebra da linha de força (Fig.4). A síntese da pele foi realizada com poliamida 3.0 sendo colocado um fio de Kirchner número 1 transarticular, transfixando a falange dista e média, para imobilização e alinhamento das estruturas ósseas, retirado após três semanas. Posteriormente foi realizado curativo cirúrgico de rotina.

 

Discussão

O resultado estético e funcional dos traumatismos de mão dependerá do tratamento instituído ao paciente. No caso do paciente do relato, o não reposicionamento ósseo resultou em desalinhamento lateral da falange distal e a síntese da pele resultou em uma retração cicatricial.

O reposicionamento inadequado do osso poderá ocasionar defeitos como a falange distal bífida objeto deste relato que pode ser equiparada ao defeito congênito do tipo I na classificação de Wassel (Falange distal bífida com epífise comum que se articula com a falange proximal normal podendo existir uma unha comum ou duas unhas distintas) que a classifica radiograficamente em sete tipos segundo o local da duplicação e o número de falanges (3).

A retração da pele interfere na osteogênese. Assim, se existe retração, a parte óssea que sofre a tração, será microfraturada e reabsorvida e o lado oposto estimulado a crescer, como ocorreu no dedo do paciente do presente artigo (4-5).

O resultado do procedimento foi avaliado pela equipe cirúrgica que teve como parâmetros o restabelecimento funcional a melhora no ponto de vista estético e a satisfação do paciente. Por ter recuperado a funcionalidade (flexão da falange distal) e melhorado a aparência (falange voltar a ser única), e relato da satisfação do paciente, o procedimento foi considerado satisfatório. Foi mantida a funcionalidade do dedo e o restabelecimento estético, fazendo o paciente retomarem sua auto-estima (Fig. 5).

 

Conclusão

A técnica utilizada mostrou-se eficaz. A zetaplastia corrigiu a retração cicatricial fazendo com que houvesse um avançamento latero-medial a fim de promover a flexão falangeana. A ressecção do excesso ósseo e a fixação com fio de Kichsner transarticular são necessárias para realinhar a falange. Por fim, para uma total reabilitação é importante o encaminhamento a um fisioterapeuta que auxiliará na reabilitação dos movimentos.

 

 

Correspondência:
Dr. Fernando Passos da Rocha.
Praça Piratinino de Almeida, 13.
Pelotas, RS, 96030-001, Brasil.
e-mail: fprocha.sul@terra.com.br

 

 

Referência

1. Holm, A., and Zachariae, L.: "Finger tip lesions: an evaluation of conservative treatment versus free skin grafting". Acta Orthop. Scand.,1974, 45:382        [ Links ]

2. Beasley, R.W.: "Upper Limb Amputations". In: Beasley's surgery of the hand. Hieme Ed. New York, 2003. Cap.17, P: 299.         [ Links ]

3. Wassel H.D.: "The results of surgery for polydactyly of the thumb". Clin Orthop, 1969, 64: 175.         [ Links ]

4. Junqueira L.C., Carneiro, J: "Tecido Ósseo". In: Histologia Básica. Guanabara Koogan Ed. Rio de Janeiro, 2008. Cap.8, P: 148.         [ Links ]

5. Tortora, G., Grabowsky, S.: "O Sistema Esquelético: Tecido Ósseo". In: Princípios de Anatomia e Fisiologia. Guanabara Koogan Ed., Rio de Janeiro, 2002. Cap.6, P:240.         [ Links ]

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