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Enfermería Global

On-line version ISSN 1695-6141

Enferm. glob.  n.18 Murcia Feb. 2010

 

REVISIONES Y RESEÑAS

 

Cuidar de Pessoas e Música: Uma visão multiprofissional, organizadora Eliseth Ribeiro Leão. Editora Yendis. 400 págs. 1a edic. São Caetano do Sul - SP, 2009

 

 

Cristiane Pavanello Rodrigues Silva*

*Master´s at Saude do Adulto from Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Brasil.

 

"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar
para poder voltar sempre inteira."

(Cecília Meirelles)

 

Essa obra fascinante trata a Música como instrumento chave do resgate de quem um dia ousou ser na infância, mesmo nos momentos de intensa dor e perdas. Conta como a música tocada, ouvida e sentida em sua diversidade permite ao ser humano lembrar-se qual sua razão e sua vocação de vida.

Nasceu de um sonho de uma menina que um dia descobriu que podia ir além e provocar e convocar realidades e sonhos ao seu redor com a Música e a Poesia. Mais do que isso, percebeu que podia, com a Música, "cuidar" da alma e do corpo de pessoas em momentos de extrema fragilidade.

Nessa trajetória nunca esteve sozinha, outros como ela, acreditam que a "Música é a esperança sem dor", é o que nos auxilia e suporta nas superações das limitações que a vida inesperadamente nos impõe. Acreditam que a Música é arte, mas também é ciência, que cura dores e fecha feridas.

É delicioso aprender que a Música é o elemento universal que tanto embala e acalma o recém nascido, como estimula e recupera aqueles que, muitas vezes, estão invisíveis na sociedade moderna, como o deficiente e o idoso. Dizem que o último sentido perdido antes da morte é a audição, então mesmo que eu não possa mais falar ou me mover quero, agora, que cantem e toquem para mim até o final.

Mas enquanto estamos vivos vamos celebrar juntos, com aqueles que acreditam que a Música reconstrói, reaproxima e revigora, façamos uma roda e toquemos os tambores. Vamos permitir que o corpo "fale" e que medos e frustrações sejam reconhecidos e devidamente colocados em seus lugares.

Deparo-me com uma constatação em um dos capítulos, de difícil digestão: lembranças são despertadas por meio da Música, nem sempre boas, muitas vezes aterrorizantes ou mesmo torturantes e humilhantes. Mas prefiro seguir em frente e conhecer a Música como importante instrumento de trabalho em hospitais, nas brincadeiras e histórias infantis e por que não naquilo que mais me encanta: ser o que queremos ser "travestida de palhaço", fazendo rir a quem, em determinado momento, só tem vontade de chorar.

O encanto desta obra é justamente desvendar a multiplicidade e a faceirice da Música, tocada, falada, escrita, pesquisada e sentida por aqueles, que como a menina cheia de sonhos e também, muita vezes, de dores, acreditou e acredita que a Música pode ser: elemento de transformação da vida.

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