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Enfermería Global

On-line version ISSN 1695-6141

Enferm. glob.  n.20 Murcia Oct. 2010

 

RESEÑAS

 

Assistência de enfermagem em ortopedia e traumatologia, de Ana Cristina Mancussi; Carla Roberta Monteiro; César da Silva Leite; Luciana Tokunaga Itami / Difusão Editora, 2009.

 

 

Gomes, Bárbara Pereira*; Ferreira, Margarida Reis Santos**

*Professora Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem do Porto - Portugal, Especialista em Enfermagem de Reabilitação.
**Professora Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem do Porto -Portugal, Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria.

 

 

O livro Assistência de Enfermagem em Ortopedia e Traumatologia da autoria de quatro enfermeiros Mancussi e Faro, Ana Cristina; Monteir,o Carla Roberta; Leite, César Silva & Itami, Luciana Tokunaga, foi publicado no ano de 2009, pela Difusão Editora.

Nesta obra, os autores, levantam questões importantes para os profissionais de saúde, sobretudo para os enfermeiros, ao trabalharem aspectos relevantes dos cuidados de enfermagem em doentes com distúrbios músculos-esqueléticos.

 

O livro caracteriza-se pela importância dos temas abordados, descrevendo os cuidados de enfermagem ao indivíduo em todas as fases do ciclo de vida nas diferentes patologias ortotraumatológicas, sendo, portanto um instrumento de apoio ao ensino destas temáticas nos Cursos de Enfermagem.

Os cuidados de enfermagem aos doentes com afecções ortopédicas e traumatológicas abrangem clientes com diferentes patologias, nomeadamente luxação congênita de quadril, displasias do quadril, fratura do colo do fêmur, entre outras. Por isso, os enfermeiros, especialistas de reabilitação ou generalistas, que trabalham em serviços de Ortopedia e em serviços de urgência devem estar preparados para responder eficazmente a todas as situações com que se deparam.

Os problemas que afetam os sistemas muscular, esquelético e articular, congênitos ou resultantes de doenças metabólicas e degenerativas, e de traumas de origem intencional ou não, são um importante problema de saúde pública não só por atingirem uma percentagem cada vez maior da população incluindo jovens e adultos jovens, como também, pelos custos pessoais (dor ou desconforto, impossibilidade de, muitas vezes, manter os hábitos de vida, que podem gerar isolamento e síndromes depressivos) e sociais (aumento de absentismo e elevados custos em tratamentos médicos e de enfermagem).

Entendemos ser oportuna a abordagem da assistência ao idoso, vítima de fratura de fêmur porque o aumento da longevidade e o decréscimo da natalidade tornam o envelhecimento um fenômeno de amplitude mundial. A OMS prevê que em 2025 existirão 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os muito idosos, com 80 ou mais anos, constituem o grupo de maior crescimento.

A prevalência de quedas e outros problemas de saúde crônicos, nesta população, justifica uma intervenção por parte dos enfermeiros no que se refere à promoção e autonomia do indivíduo.

Existem, ainda, outros fatores que têm contribuído para a alteração do perfil do utilizador de cuidados nos nossos serviços de saúde: hoje vivemos no mundo das velocidades em todas as dimensões! Um exemplo decorrente desse fato é o aumento da sinistralidade que se reverte em taxas de mortalidade, mas também de morbidade. Lembremos que esta problemática atinge fundamentalmente os mais jovens, que são caracterizados por uma necessidade de ultrapassar "o risco", num constante desafio à vida, em que o número crescente de adeptos de desportos radicais é bem exemplificativo.

Este verdadeiro flagelo gera um grande número de jovens com deficiência, cujos custos econômicos e psicossociais são difíceis de calcular, sendo necessário, profissionais especializados, que dêem resposta eficaz à especificidade destes problemas.

Por outro lado, associa-se a esta problemática os acidentes de trânsito e laborais na população adulta, em idade produtiva com as inerentes conseqüências (custos à vítima, à família e à sociedade). Hoje, é do conhecimento geral, que os acidentes continuam a ser um fator importante para a ocorrência de incapacidades permanentes, para os quais os sistemas de saúde têm mostrado baixa capacidade de resposta.

Os cuidados de enfermagem de reabilitação têm acompanhado as alterações dos cenários no campo da saúde, movendo-se dos cuidados em situações agudas, para uma maior intervenção nas situações crônicas de longa duração. A intervenção não pode ser direcionada exclusivamente para a recuperação ou adequação à limitação física, mas, tem que se estabelecer uma abordagem integradora em que o próprio indivíduo e a família/cuidador sejam protagonistas no processo de reabilitação. Isto permite que o paciente mobilize as suas próprias energias físicas, psicológicas e sociais que irá repercutirse inevitavelmente no processo de recuperação e reintegração social.

É, pois importante que se surjam obras que fundamentem os enfermeiros que trabalham na área da Ortopedia e que apóiem o ensino de Enfermagem nas temáticas muscular e ortotraumatológicas.

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