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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.10 no.21 Murcia ene. 2011

 

REVISIONES

 

Produção cientifica de enfermagem sobre instrumentos genéricos que avaliam qualidade de vida no Brasil entre 1997 a 2007: estudo bibliográfico

Producción cientifica de enfermería sobre instrumentos genéricos que evaluan calidad de vida en Brasil entre 1997 y 2007: estudio bibliográfico

 

 

Teles Zatta, L.*; Visconde Brasil, V.**; Mendes Ferreira, A.C.***; Alves Barbosa, M.**

*Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.
**Doutora em Enfermagem. Professora da Faculdade de Enfermagem.
***Enfermeira. Universidade Federal de Goiás. Brasil.

(Pesquisa desenvolvida a partir de um trabalho na disciplina O Processo de Construção da Investigação Científica do Programa de Pós-Graduação Strictu Senso da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - UFG.)

 

 


RESUMO

Objetiva-se analisar a produção científica publicada por enfermeiros que utilizaram instrumentos genéricos de avaliação de qualidade de vida, em periódicos brasileiros indexados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), no período de 1997 a 2007. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. A busca foi realizada por meio da junção dos descritores qualidade de vida e enfermagem, que são disponíveis no DECS (Descritores em Ciências da Saúde). Foram selecionados os artigos que no percurso metodológico utilizaram algum instrumento genérico de qualidade de vida. A maioria dos estudos sobre a temática foi publicada na Revista Latino-Americana de Enfermagem. O instrumento mais utilizado foi WHOQOL-Bref, por ser um instrumento curto e que demanda pouco tempo para sua aplicação. Percebe-se um aumento de publicações utilizando esses instrumentos a partir de 1997. Em relação às populações estudadas a caracterização foi bem diversificada, significando que esses instrumentos não se restringem a um grupo populacional. Os resultados evidenciam que os pesquisadores estão voltados para a mensuração da qualidade de vida e isso reflete a preocupação em se conhecer os aspectos da vida que mais se encontram comprometidos nas diferentes populações, e dessa forma poderem atuar de forma a contribuir para uma melhor qualidade de vida daqueles sob seus cuidados.

Palavras chave: Qualidade de vida; Enfermagem; Estilo de vida.


RESUMEN

El objetivo es examinar la producción científica publicada por enfermeras que utilizaban instrumentos genéricos para evaluar la calidad de vida en Brasil en revistas indexadas en la Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) en el período comprendido entre 1997 y 2007. Se trata de una búsqueda bibliográfica. La búsqueda se realizó a través de la unión de los descriptores calidad de vida y enfermería, que están disponibles en el DECS (Descritores em Ciências da Saúde). Fueron seleccionados los artículos que en trayecto metodológico utilizó algún instrumento genérico de calidad de vida. La mayoría de los estudios sobre el tema se publicó en la Revista Latino-americana de Enfermagem. El instrumento más utilizado fue WHOQOL-Bref, por tratarse de un instrumento pequeño y que demanda poco tiempo para su aplicación. Encontramos un aumento de las publicaciones utilizando esos instrumentos a partir de 1997.Se diversificaron las poblaciones estudiadas, lo que significa que estos instrumentos no se limitan a un grupo de población. Los resultados muestran que los investigadores se centran en la evaluación de la calidad de vida y eso refleja la preocupación en conocer el aspectos de la vida más comprometidos en distintas poblaciones, y así poder actuar con el fin de contribuir a una mejor calidad de vidas de las personas bajo sus cuidados.

Palabras clave: Calidad de vida. Enfermería. Estilo de vida.


ABSTRACT

Objective is to analyze scientific production published by nurses that used generic instruments of evaluation of quality of life, in Brazilian journals indexed in the Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), among 1997 and 2007. It is a bibliographic research. The research was realized using the descriptors quality of life and nursing, available in the DECS (Descritores em Ciências da Saúde). They were selected articles that in the methodological trial used quality of life's generic instruments. Most of studies about this theme were published in Revista Latino-Americana de Enfermagem. The most used instrument was WHOQOL-Bref that is a short instrument and that demands less time to its application. It is observed a publication increase using these instruments since 1997. Populations are varied, meaning that these instruments are generics. Results show that researchers are focused in quality of life's evaluation, and it shows the worry in knowing life aspects that are more envolved in different populations, and in this form act to contribute for better patients' quality of life.

Keywords: Quality of Life; Nursing; Life Style.


 

Introdução

O interesse pela qualidade de vida do indivíduo surgiu a partir da iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) em definir o que é qualidade de vida, que corresponde "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações"1:1405.

O termo qualidade de vida foi mencionado pela primeira vez, na década de 1920, em um livro sobre economia e bem-estar material. Foi usado para avaliar o impacto do suporte governamental na vida das pessoas de classes menos favorecidas e nas finanças nacionais2. Estudos apontam que esse termo surgiu na área médica pela primeira vez na década de 1930, em uma investigação que objetivou definí-lo e utilizá-lo na avaliação da qualidade de vida3.

O tema qualidade de vida tem sido utilizado em diferentes enfoques: na área da política como critério de raciocínio com o objetivo de identificar as condições de vida da população e, mais consistentemente, na literatura científica partilhada por cientistas sociais e filósofos, originalmente onde parece surgir a maioria dos esforços para dimensioná-la4.

Outros campos, tais como na sociologia, educação, medicina, enfermagem, psicologia e demais especialidades, além dos meios de comunicação, campanhas publicitárias e até em discursos políticos, também têm trabalhado com qualidade de vida, tornando-se assim um tema em destaque na sociedade atua5.

Porém é na área da saúde que ela é mais difundida, pois são os resultados de pesquisas que envolvem avaliação da qualidade de vida que definem a maioria dos tratamentos a serem implementados, e avaliam como têm sido seus resultados no bem-estar do paciente. Qualidade de vida pode ser definida como uma condição que foi alcançada por meio da mobilização das diversas dimensões da pessoa e do meio, que se harmonizam entre si, na própria interpretação da vida, sendo o estilo de vida uma das dimensões que a determinam6. Também é definida como noção eminentemente humana, que é aproximada à satisfação na vida em seu contexto familiar, social e ambiental e à própria estética existencial, e pressupõe a capacidade de efetuação de uma síntese cultural de todos os elementos que uma determinada sociedade considera como padrão de conforto e bem-estar7.

Apesar de inúmeros conceitos sobre o que é qualidade de vida, percebe-se que se trata de um tema muito subjetivo, multidimensional e abstrato, porque envolve questões da vida pessoal do indivíduo, como aspectos da cultura, relacionamentos, finanças e religião.

Conceituar qualidade de vida não é fácil, devido à sua subjetividade e também difícil é quantificá-la. Afirma-se que "não é muito simples mensurar a qualidade de vida, considerando que, sendo um conceito difícil e pouco preciso para definir, é igualmente difícil de medir"8:34.

Há necessidade de parâmetros objetivos e subjetivos para se medir adequadamente qualidade de vida de um indivíduo, por serem dados diferentes que possibilitam medir a mesma coisa5.

Com o objetivo de resumir a complexidade que envolve o termo qualidade de vida e sua relatividade vis-a-vis as diferentes culturas e realidades sociais, diversos instrumentos têm sido construídos. Alguns tratam a saúde como componente de um indicador composto, outros têm no campo da saúde, seu objeto propriamente dito7.

Dentre esses instrumentos que avaliam qualidade de vida, temos hoje na literatura dois tipos, os genéricos e os específicos. Os genéricos avaliam questões da saúde em geral, podendo ser aplicados em populações diversas e com doenças diferentes. Já os específicos, se restringem às enfermidades e populações próprias.

As medidas classificadas como genéricas, são aquelas que utilizam questionários de base populacional sem especificar patologias, sendo mais apropriadas para estudos epidemiológicos, planejamento e avaliação dos sistemas de saúde7.

Os instrumentos considerados específicos são utilizados para situações relacionadas à qualidade de vida cotidiana dos indivíduos, subseqüentes às experiências de doenças, agravos ou intervenções médicas. Refere-se a doenças crônicas ou a conseqüências crônicas de enfermidades ou agravos agudos5.

Apesar dos instrumentos que avaliam qualidade de vida já estarem disponíveis para aplicação no idioma português há algum tempo, ainda hoje muitos enfermeiros não os conhecem, e os que conhecem, poucos fazem uso deles em suas práticas assistenciais. É importante que haja maior divulgação desses instrumentos entre os enfermeiros, e além da divulgação, o estímulo para que façam uso dos mesmos.

Os instrumentos que avaliam qualidade de vida permitem que o profissional avalie o nível de vida do indivíduo sob seus cuidados, podendo dessa forma atuar para melhora daqueles aspectos que se encontram mais comprometidos, e favorecer a manutenção daqueles que apresentaram bons resultados. Esses instrumentos além de avaliarem a qualidade de vida, permitem avaliar se a terapêutica utilizada tem sido eficaz e se apresenta bons resultados.

Saber quais são os principais instrumentos utilizados por enfermeiros, permitirá a análise das ações realizadas pelos mesmos e dos resultados das mesmas, além da avaliação da qualidade de vida de determinadas populações.

A partir dessas considerações tem-se como objetivo geral do estudo analisar a produção científica publicada por enfermeiros, que utilizaram instrumentos genéricos de avaliação de qualidade de vida, em periódicos brasileiros indexados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), no período de 1997 a 2007, e como objetivos específicos: identificar os periódicos que publicaram artigos que utilizaram em suas metodologias instrumentos genéricos de avaliação de qualidade de vida, caracterizar os artigos quanto ao ano de publicação e tipos de instrumentos genéricos mais utilizados, e identificar as principais populações em que foram aplicados esses instrumentos.

 

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que é aquela desenvolvida por meio de materiais que já foram elaborados, constituídos principalmente por livros e artigos (Gil, 2002). Tem por finalidade conhecer as várias formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado tema, não sendo apenas repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas permite o exame de um assunto sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras9,10.

As fases trabalhadas no delineamento da pesquisa bibliográfica são: identificação das fontes de consulta; localização das fontes e obtenção do material; leitura do material e apontamentos; fichamento; organização lógica do assunto e redação do trabalho11.

O período delimitado para a pesquisa foi 1997 a 2007, pois aborda o que mais recentemente foi estudado sobre instrumentos de avaliação da qualidade de vida.

Os periódicos foram selecionados dentre aqueles que estavam disponíveis na BVS (LILACS e BDENF) no período da coleta de dados, que fossem nacionais e produzidos por enfermeiros. A busca foi realizada por meio da junção dos descritores qualidade de vida e enfermagem, que são disponíveis no DECS (Descritores em Ciências da Saúde).

As revistas científicas assumem uma importante função na divulgação e no Brasil existe alto número de publicações respondendo pela maior quantidade de revistas editadas na América Latina12.

Foi realizada busca manual para encontrar os artigos que não estavam disponíveis na íntegra na BVS. Eles foram separados por periódicos, ano de publicação, instrumento de qualidade de vida utilizado e população em estudo. Esses dados foram computados em um questionário específico (Apêndice 1).

 

A leitura dos artigos inclui as leituras exploratória, seletiva, analítica e interpretativa. A exploratória e seletiva envolvem a determinação do material que de fato interessa à pesquisa11.

A leitura analítica ordena e sumaria as informações das fontes, permitindo a obtenção de respostas ao problema da pesquisa. Inicialmente é feita uma leitura integral da obra, com identificação, hierarquização e sintetização das idéias-chaves. Já a leitura interpretativa, "relaciona o que o autor afirma com o problema para o qual se propõe uma solução"11:79.

 

Resultados e discussão

Após a busca de artigos indexados na BVS e dos resumos daqueles artigos não disponíveis online, foram selecionados todos os artigos da enfermagem brasileira cujo título ou resumo fizessem referência a qualidade de vida. Após localização desses artigos, foi feita a leitura dos resumos, para saber se na metodologia foi utilizado algum instrumento de avaliação de qualidade de vida.

Foram selecionados somente aqueles artigos que no percurso metodológico utilizaram algum instrumento genérico de qualidade de vida. Muitos estudos foram encontrados relativos à temática, mas possuíam uma abordagem qualitativa, e por não ser esse o objetivo do estudo, foram descartados.

As distribuições desses estudos segundo o periódico em que foram publicados e o número de artigos encontrados podem ser vistos na tabela abaixo.

Os resultados apresentados na Tabela I apontam o predomínio de publicações sobre instrumentos de qualidade de vida na Revista Latino-Americana de Enfermagem. Esse número pode ter sido maior, pelo fato dessa revista ser indexada na BVS há mais tempo, em relação aos demais periódicos.

Tabela I - Periódicos encontrados e quantidade
de estudos que publicaram.

 

Três periódicos não eram específicos da Enfermagem, porém seus artigos foram escritos por enfermeiros, com auxílio de profissionais de outras áreas como a psicologia e médica.

Foram encontradas três dissertações que fizeram uso em sua metodologia de instrumentos de avaliação de qualidade de vida. Essas dissertações não estavam disponíveis online, sendo utilizados os resumos para esse estudo.

Em relação ao período de publicação do artigo, houve: (1) em 1997, (1) em 1999, (3) em 2000, (1) em 2001, (4) em 2002, (0) em 2003, (2) em 2004, (6) em 2005, (4) em 2006 e (3) em 2007 (Tabela II).

 

Pode-se afirmar a partir dos números acima que houve um aumento de publicações utilizando instrumentos que avaliam qualidade de vida a partir de 1997, isso pode ter ocorrido devido ao aumento de traduções de instrumentos para o idioma português.

Em relação aos instrumentos mais aplicados pelos enfermeiros no período delimitado, o mais utilizado foi o WHOQOL-BREF (9) seguido pela Escala de Flanagan (8), SF-36 (The Medical Outcomes Study 36 iten- Short Form Health Survey 36) (5), e IQV (Índice de Qualidade de Vida) de Ferrans e Powers (3). Não foi encontrado no período nenhum artigo referente ao WHOQOL-100 (Tabela III).

 

O WHOQOL-BREF surgiu devido à necessidade de instrumentos curtos, que demandassem pouco tempo para seu preenchimento, mas com características psicométricas satisfatórias (WHOQOL, 1998). O WHOQOL-BREF é composto por 26 questões sendo duas questões gerais de qualidade de vida e as demais representam cada uma das 24 facetas que compõe o instrumento original13.

A versão abreviada WHOQOL-100 mostrou-se uma alternativa útil para as situações em que a versão longa é de difícil aplicabilidade como em estudos epidemiológicos e/ou com utilização de múltiplos instrumentos de avaliação da qualidade de vida14. Por essa razão talvez tenha sido o instrumento mais utilizado por enfermeiros.

O fato de não termos encontrado estudos utilizando o WHOQOL-100 pode ter sido devido à sua extensão, pois é composto por cem itens, dividido em seis domínios. Esses domínios são divididos em 24 facetas14.

Outro instrumento que também foi muito utilizado foi a Escala de Flanagan, seguida pelo SF-36. A Escala de Flanagan trata-se de uma escala psicométrica de natureza ordinal em cuja aplicação obtém-se respostas em quinze itens agrupados em cinco dimensões. É considerado um instrumento multidimensional e com evidências de validade de constructo em função dos resultados da análise fatorial feita15:57.

A Escala de Flanagan avalia o conceito de qualidade de vida e contempla o grau de satisfação individual ou percebido com relação às dimensões da vida16.

O SF-36 é composto por 36 itens, distribuídos em oito domínios, divididos em Saúde Física e Saúde Mental. O SF-36 é um instrumento genérico de avaliação de qualidade de vida, de fácil administração e compreensão. Ele foi originalmente formulado na língua inglesa por Ware e Sherbourne (1992)17.

O instrumento menos utilizado no período foi o IQV de Ferrans e Powers. Nesse instrumento, suas autoras adotaram uma abordagem ideológica individualista, na qual os próprios sujeitos é que definem sua qualidade de vida, reconhecendo que diferentes pessoas, valorizam diferentes aspectos de suas vidas18,19.

O IQV é composto por 68 itens, divididos em duas partes de 34 itens, a primeira parte mede satisfação e a segunda parte mede importância, os 34 itens fazem parte de quatro domínios: Saúde/Funcionamento, Socioeconômico, Psicológico/Espiritual e Família20.

Com relação às características das populações estudadas todas correspondiam a adultos de ambos os sexos. Essas populações foram categorizadas por suas características específicas como: idosos, doentes crônicos, estudantes de enfermagem, profissionais de enfermagem e outros.

Na categoria "outros" foram incluídos as populações que foram citadas em apenas um artigo. Essas populações foram: trabalhadores de UTI (unidade de terapia intensiva), agentes comunitários de saúde e motociclistas vítimas de acidentes de trânsito.

Em relação às populações estudadas a caracterização foi bem diversificada, significando que esses instrumentos não se restringem a um grupo populacional. Como pode ser visto na Tabela IV, em uma mesma população, houve a aplicação de diferentes instrumentos. No entanto, houve um predomínio de estudos em doentes crônicos, por serem esses os que mais têm seus hábitos de vida alterados após o diagnóstico de uma enfermidade crônica.

 

Esses resultados nos mostram que os pesquisadores estão voltados para a mensuração da qualidade de vida e isso reflete a preocupação em conhecer os aspectos da vida que mais se encontram comprometidos nas diferentes populações.

Se levarmos em conta que a discussão sobre a temática qualidade de vida é recente, e encontramos esse número de artigos utilizando instrumentos genéricos, podemos afirmar que os enfermeiros têm acompanhado a tendência mundial no que se refere à investigação sobre qualidade de vida21.

 

Conclusão

A análise de artigos sobre instrumentos genéricos que avaliam qualidade de vida, publicados por enfermeiros entre 1997 e 2007, em periódicos de circulação nacional evidenciou que o ano que houve maior número de publicações foi 2005, percebendo-se uma elevação dessa produção ano após ano. E o periódico que mais publicou sobre o tema, foi a Revista LatinoAmericana de Enfermagem.

O instrumento mais utilizado por enfermeiros para avaliação da qualidade de vida foi o WHOQOL-Bref, pois apresenta medidas psicométricas confiáveis e é de fácil aplicação.

Os estudos encontrados foram realizados em populações diversas, reforçando o conceito de instrumentos genéricos, que são aqueles aplicados em populações distintas e em diferentes enfermidades.

Os resultados dos estudos nos mostram que a produção acerca da qualidade de vida está seguindo o curso da produção mundial. Nossa forma de coleta de dados através de bases de dados da BVS, restringiu nossos resultados, uma vez que existem periódicos da Enfermagem brasileira que não são indexados nessas bases, e que podem ter produzido acerca dos instrumentos genéricos de qualidade de vida. Também existe o fato de que, muitos enfermeiros que estudam qualidade de vida, desenvolvem artigos com abordagem qualitativa, não utilizando nenhum instrumento para avaliá-la.

 

Referências

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