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Enfermería Global

On-line version ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.15 n.41 Murcia Jan. 2016

 

REVISIONES

 

Instrumentos e fatores impactantes sobre o conhecimento das medidas de precauções-padrão entre trabalhadores de saúde

Instrumentos y factores impactantes en conocimiento de medidas de precauciones estándar entre trabajadores de la salud

Instruments and impacting factors on standard precautions knowledge among health workers

 

 

Duarte Valim, Marília*; de Morais, Richarlisson Borges** e Marziale, Maria Helena Palucci***

* Enfermeira. Professora do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB). Email: duartevalim@usp.br
** Enfermeiro. Professor da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia.
*** Professor Titular do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Brasil.

 

 


RESUMO

Buscou-se identificar instrumentos para mensurar o conhecimento e informações dos profissionais de saúde sobre as precauções-padrão (PP); descrever o conhecimento e informações dos trabalhadores; verificar dimensões e conteúdos avaliados; informar as características psicométricas dos instrumentos e fatores impactantes no conhecimento.
Revisão integrativa, cujos descritores e palavras-chave foram selecionados nas bases de dados: Lilacs, Pubmed (Medline), Isi Web of Knowledge, Scopus e CINAHL. A amostra final foi de 18 estudos transversais, sendo heterogêneos quanto aos locais e setores de realização, e países situados nas diversas classificações de Indíce de Desenvolvimento Humano (IDH). Nenhum instrumento contemplou todos os tópicos preconizados e a validação de conteúdo foi a maior preocupaçãos dos autores. O conhecimento está abaixo do recomendado e a maioria dos trabalhadores não compreendem os objetivos das PP. Sugere-se a validação dos instrumentos existentes para que resultados fidedignos possam ser encontrados.

Palavras chave: Estudos de Validação; Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde; Pessoal de Saúde.


RESUMEN

El objetivo fue identificar instrumentos para medir el conocimiento y la información de los profesionales de la salud acerca de las precauciones estándar (PE); describir estos conocimientos; verificar las dimensiones y contenidos valorados; informar sus características psicométricas y los factores que influyen en el conocimiento.
Revisión integral, cuyas palabras-clave fueran buscadas en base de datos Lilacs, Pubmed (Medline), ISI Web of Knowledge, Scopus y CINAHL. La muestra final fue 18 estudios transversales, heterogéneos en cuanto a los sitios y sectores de ejecución, así como los países situados en las diversas clasificaciones del Índice de Desarrollo Humano. Ningún instrumento incluyó todos los tópicos recomendados y la validación de contenido fue la mayor preocupación de los autores. El conocimiento está por debajo de lo recomendado y la mayoría no comprende los objetivos de las PE. Se sugiere la validación de los instrumentos existentes para obtenerse resultados confiables.

Palabras clave: Estudios de Validación; Conocimientos, Actitudes y Práctica en Salud; Personal de Salud.


ABSTRACT

The study identified instruments for measuring knowledge and information from health professionals on standard precautions (SP); to describe the knowledge and the information of workers; to check dimensions and contents evaluated; to inform the instruments psychometric characteristics and factors affecting standard precautions knowledge.
Integrative review, whose descriptors and key words were selected in the databases LILACS, Pubmed (MEDLINE), ISI Web of Knowledge, Scopus and CINAHL databases. The final sample was 18 cross-sectional studies, being heterogeneous concerning places and sectors of achievement, and countries located in the different classifications of the Human Development Index (HDI). No one of the instruments contemplated all topics recommended and content validation was the largest worry of authors. The knowledge is below the recommended and the majority of workers do not understand the goals of standard precautions (SP). It is suggested the validation of existing instruments for which reliable results can be found.

Key words: Validation studies; Knowledge, Attitudes and Practice in Health; Personal Health.


 

Introdução

O risco biológico é um tema muito discutido nas últimas décadas e merece atenção devido aos sérios problemas que causa, não apenas ao indivíduo exposto ao risco, mas à família, à comunidade e às instituições(1).

Segundo Centers for Disease Control and Prevention(2), com o advento da transmissão do vírus HIV, as Precauções Universais (PU) foram formuladas com o principal objetivo de proteger os profissionais de saúde da exposição a material biológico potencialmente contaminado (MBPC); porém as PU pecavam quanto a medidas de biossegurança na transmissão de patógenos via paciente-paciente e profissional de saúde-paciente. Assim, em 1996, foram instituídas as precauções-padrão (PP), as quais se referem à combinação das principais características das PU e o Isolamento de Substâncias Corpóreas e baseia-se no princípio de que quaisquer fluídos corporais, sangue, secreções, excreções (exceto suor), pele não-íntegra e membranas mucosas podem conter agentes infecciosos transmissíveis e têm o duplo objetivo de proteger o profissional de saúde e o paciente(3,4).

Sabe-se que 57 trabalhadores da saúde apresentaram soro-conversão ao vírus HIV, nos Estados Unidos, após exposição ocupacional a MBPC(5) e que 140 novos casos de infecção foram reportados entre os trabalhadores desde 1981, os quais não referiram outros fatores de risco associados à exposição ao HIV e cujos relatos foram históricos da exposição ocupacional a sangue e outros fluídos corpóreos ou material de laboratório contaminado pelo vírus, sendo o caso mais recente de soroconversão datado em 2009(6). Nota-se , no entanto, dificultades de registros sobre o real número de trabalhadores que adquiriram esta infecção de forma ocupacional, principalmente em paises em desenvolvimento como o Brasil(7,8). Desta forma, nos países em desenvolvimento, os sistemas de vigilância e controle dos acidentes do trabalho (AT) com MBPC necessitam ser aprimorados, assim como a notificação dos AT deve ser encorajada(7-9).

As infecções associadas aos estabelecimentos de saúde também são preocupantes quando o enfoque é a segurança do paciente. Conhecidas mundialmente como "Health Care Associated Infections" (HCAI), são consideradas como o efeito adverso mais frequente e estudado da hospitalização e o principal problema de Saúde Pública nos países desenvolvidos devido à morbidade, mortalidade, hospitalização prolongada e efeitos negativos ao paciente e ao bem-estar econômico da nação(10,11).

O número estimado de Health Care Associated Infections (HCAI) nos EUA é da ordem de 1,8 milhões ao ano(12,13) e a mortalidade causada ou associada a HCAI é estimada em 99.000 mortes anuais, com variações relacionados ao tipo de infecção e subgrupos da população.

A problemática é ainda mais agravante nos países com níveis inferiores de desenvolvimento. Estudo identificou que as taxas de HCAI em unidades neonatais em países em desenvolvimento eram 3 a 20 vezes maiores que nos países desenvolvidos(14). Estudo longitudinal realizado em Centros de Terapia Intensiva na região Sul e Sudeste do Brasil indicaram as HCAI estavam assim distribuídas: 28% infecções sanguíneas associados ao uso de cateter venoso central, 44,3% pneumonia associada à ventilação mecânica e 27,7% infecção do trato urinário associado ao uso de catéter. Os índices de HCAI deste estudo brasileiro foram significativamente superiores aos encontrados em estudos norte-americanos(15).

Investigações sobre o controle de HCAI levaram a adoção de três novas medidas de PP: higiene respiratória/etiqueta ao tossir, práticas seguras de injeção e uso de máscaras de proteção para a inserção de cateteres ou procedimentos de punção lombar, com objetivo principal de proteção do paciente(4). A Organização Mundial de Saúde(16) ainda considera o descarte dos resíduos sólidos das instituições saúde como item integrante das PP.

As PP atualmente recomendadas(4) estão apresentadas na figura 1.

 

 

As PP, quando corretamente aplicadas, são a principal estratégia para proteção dos trabalhadores e para prevenir as HCAI(3), porém as evidências da literatura nacional e internacional conferem baixa adesão dos profissionais(9,17-20). A justificativa do comportamento de não adesão engloba muitos fatores, entre eles os relacionados com o ambiente de trabalho - como recursos materiais, humanos e comprometimento da gerência da instituição - e fatores individuais, como conhecimento sobre as medidas de PP e experiência profissional(7,21-23).

Os fatores pessoais que podem influenciar o comportamento desejado do profissional incluem: a auto-eficácia; as crenças relacionadas às medidas de PP e às doenças; o conhecimento sobre as PP e as atitudes em função da adesão às PP(24). Desta forma, estudos têm demosntrado que o conhecimento dos trabalhadores é um fator impactante na adesão às PP em estabelecimentos de assistência à saúde(9,22,23).

Os instrumentos de medidas são utilizados para identificar as informações que os profissionais têm assimilado referente às PP, pois revelam resultados importantes para a adoção de estratégias de prevenção e controle da exposição a MBPC. Estudiosos(25) revelam que maioria dos instrumentos aplicados com o propósito de verificar a adesão dos profissionais às PP utilizam elementos seletivos e não se referem a todos os tópicos das PP. Apenas alguns estudos fornecem descrições explícitas sobre o processo de construção e validação dos itens do instrumento, no entanto a grande maioria dos itens que compõem o instrumento não são apresentados, tampouco as características psicométricas destes, como a validade e a confiabilidade(26).

O conhecimento, a informação, a inovação e a educação continuada configuram-se atualmente como temas centrais das organizações(27). A informação tem sido reconhecida de forma crescente como qualquer outro recurso institucional, o qual necessita ser gerenciado para auxiliar as organizações a melhorar a sua produtividade, competitividade e performance geral(28). Assim, a necessidade de criação de um ambiente propício para o estudo e para a ampla e saudável discussão a respeito do uso da informação e do conhecimento nas organizações é levantada(27).

O impulso ao ser humano para buscar informação é a existência de um problema a ser resolvido, de um objetivo a ser alcançado e a constatação de um lacuna de conhecimento relacionado a determinado assunto ou condição(29). O conhecimento pode ser entendido como os elos significativos que as pessoas fazem nas suas cabeças entre informação e sua respectiva aplicabilidade em ação relacionado a um dado contexto, o que explicita a conexão direta entre informação e conhecimento(30).

No tocante aos instrumentos a serem apresentados, os autores referem que os mesmos foram construídos tendo como referência os guidelines internacionais e as referências das organizações locais relacionadas à descrição e utilização das medidas de PP. Desta forma, os tópicos de conteúdos dos instrumentos foram classificados conforme os tópicos das PP recomendado pelo Seigel et al. (2007)(4) e WHO(16) presentes na figura 1.

O presente estudo teve como objetivos identificar na literatura nacional e internacional os instrumentos utilizados para avaliar o conhecimento e as informações que os profissionais de estabelecimentos de saúde têm sobre as PP, bem como descrever qual o conhecimento dos trabalhadores de saúde sobre a temática; verificar quais dimensões e conteúdos foram avaliados nos intrumentos; informar as características psicométricas de confiabilidade e validade dos instrumentos e os fatores que exerceram impacto no conhecimento.

 

Método

Para alcançar o objetivo estabelecido, realizou-se uma revisão integrativa, a qual juntamente com a revisão sistemática, compõe os métodos da Prática Baseada em Evidências (PBE) e possibilita o entendimento de determinado fenômeno por meio do conhecimento já produzido sobre o mesmo(31).

Conforme preconiza Mendes(32), foram percorridas as seguintes fases para a realização do estudo: 1- estabelecimento da questão de pesquisa; 2 - estratégia de busca (estabelecimentos dos critérios de inclusão e exclusão, base de dados e seleção dos estudos); 3 - categorização dos estudos (extração, organização e sumarização dos dados); 4 - avaliação dos estudos incluídos na revisão; 5 -interpretação dos resultados e 6 - síntese do conhecimento.

A busca foi realitzada nas bases de dados Lilacs, Pubmed (Medline), Isi Web of Knowledge, Scopus e CINAHL, utilizando-se os seguintes descritores e palavras-chave: precauções universais; precauções-padrão, pessoal de saúde; conhecimento; conhecimentos, atitudes e prática em saúde e validade dos testes.

Adotou-se como critérios de inclusão os instrumentos de itens fechados para dimensionar o conhecimento dos profissionais de estabelecimentos de saúde às PP, de abordagem quantitativa, publicados no idioma inglês, espanhol e português, no período de 1990 a março de 2012 e com os resumos disponíveis nas bases de dados. Como critério de exclusão adotou-se os artigos indisponíveis na íntegra e os instrumentos que não contemplam pelo menos dois aspectos das medidas de PP.

Os artigos que cumpriram os critérios de inclusão foram identificados, os dados foram extraídos e as informações organizadas e classificadas em tabelas. As informações extraídas incluem as características da amostra (local do estudo, categoria profissional, idade, sexo, anos de experiência profissional, setor de atuação) e sempre que possível, o nível de conhecimento dos trabalhadores com relação às PP, assim como os itens contemplados pelos instrumentos e as características psicométricas destes (confiabilidade, consistência interna e validade).

Uma vez disponíveis, os fatores impactantes no conhecimento às PP estão relatados. Cabe ressaltar que foi realizada a pesquisa manual das referências relevantes dos artigos selecionados na amostra.

 

Resultados

Os cruzamentos nas respectivas bases de dados totalizaram 1080 artigos, sendo 345 na Medline, 11 na Lilacs, 450 na Cinhal, 171 na Scopus e 103 na Isi Web of Knowledge. Após a exclusão das duplicatas restaram 709 artigos a serem analisados. Muitos artigos foram excluídos com base na leitura dos resumos, por não irem de encontro aos critérios de inclusão. Alguns artigos mostraram resumos relevantes, porém foram excluídos após a leitura completa. Grande número de artigos se referia ao conhecimento dos profissionais sobre o vírus HIV e outros eram de abordagem qualitativa, e por isso foram excluídos da amostra. Ademais, a grade maioria não utilizou instrumentos com itens fechados, o que fez da amostra final 18 artigos a serem incluídos.

Todos os estudos que compõe a amostra são transversais e não foram encontrados estudos de validação de instrumento. Nenhum instrumento abordou todos os tópicos de adesão referidos pelo CDC (Seiegel, 2007)(4), sendo que os tópicos mais comumente abordados foram: práticas seguras no manuseio de perfurocortante, uso de EPI, higienização das mãos e conceito sobre as PP, seguidos de medidas ambientais de limpeza e desinfecção e descarte de resíduos sólidos em saúde.

O sistema de medida e pontuação adotado pela maioria dos instrumentos foram as respostas binárias (sim/não, concordo/discordo) e escala Likert (0-4 e 0-5 pontos), sendo que um artigo utilizou questionário de múltipla escolha.

Com o objetivo de conhecer as informações dos profissionais de estabelecimentos de saúde sobre as PP, os autores exploraram a validade de conteúdo dos instrumentos, por meio da utilização da literatura disponível sobre o assunto e por meio da realização de comitês de especialistas sobre a temática para julgamento da aparência do instrumento e relevância dos itens. Alguns instrumentos realizaram a confiabilidade do mesmo por meio do teste-reteste e a consistência interna foi avaliada através do Alfa de Cronbach.

As características sócio-demográficas dos trabalhadores incluídos na amostra estão apresentadas na Tabela 1.

 

 

A Tabela 2 informa os instrumentos utilizados para medir o conhecimento sobre as medidas de PP, de forma que os itens foram analisados e classificados segundo os tópicos estabelecidos pelo CDC (Seigel et al. 2007)(4).

 

 

Após a coleta de dados foi realizada análise temática onde foi possível depreender cinco categorias: 1. Características sócio-demográficas dos trabalhadores; 2. Conteúdo presente nos instrumentos; 3. Características psicométricas dos instrumentos; 4. Informações sobre as medidas de PP e 5. Variáveis de impacto na adesão às PP.

 

Discussão

1. Características sócio-demográficas dos trabalhadores: a amostra é heterogênea em relação aos locais e setores de realização do estudo. Grande parte realizou-se em setores clínicos, de emergência e cirúrgicos de grandes hospitais. Estes setores são caracterizados por elevada carga de trabalho, maior risco de exposição a MBPC e maior realização de procedimentos invasivos(4,33).

Os países da amostra possuem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) distinto(34). O IDH se refere a um valor composto pela média das medidas alcançadas em três áres: vida longa e saudável, conhecimento e padrão decente de vida. As variáveis analisadas a fim de se obter o IDH de uma nação são: expectativa de vida ao nascer, média de anos frequentados de estudos, estimativa de anos de estudo e renda nacional bruta per capta(34). Possuem IDH muito alto: Estados Unidos da América, Suíça, Itália e Israel; IDH alto: Irã e Brasil; IDH médio: Egito, China, Índia e Gana e IDH baixo: Afeganistão, Gana e Etiópia.

2. Conteúdo presente nos instrumentos: nenhum instrumento contemplou todos os tópicos estabelecidos pelo CDC (Seigel et al. 2007)(3,4), como as medidas de acomodação do paciente, medidas para o procedimento de RCP e as medidas de higiene respiratória/etiqueta ao tossir.

Evidenciou-se que os autores constroem e utilizam instrumentos com a inclusão de variáveis de maior interesse para a sua realidade. A inclusão de itens seletivos relacionado ao conhecimento das PP é muitas vezes mais viável para a realidade que se pretende investigar do que a inclusão de todos os itens preconizados pelo CDC (Seigel et al. 2007)(4), devido à ampla e extensa natureza das PP. Waltz et al. (2010)(35) inferem que o contexto local que se pretende investigar em uma referida situação tem implicações importantes no desenvolvimento dos tópicos do instrumento de medidas, bem como o que será feito com base nos resultados obtidos.

Porém, deve-se ressaltar a importância da revisão dos instrumentos ao longo dos anos se os autores pretendem aplicá-lo novamente na mesma população ou populações distintas, uma vez que os guidelines sofrem mudanças ao longo do tempo, com inclusão de novos e importantes tópicos(3,4).

Um exemplo refere-se ao tópico sobre as medidas de higiene respiratória/etiqueta ao tossir,i incluído em 2007(4). Este tópico é essencial a fim de prevenir a transmissão de doenças do trato respiratório, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), e deveria ser um tópico considerado nos instrumentos de conhecimento às PP, uma vez que a epidemia de SARS teve repercussões sócio-econômicas mundiais negativas(36).

Alguns instrumentos utilizaram tópicos não descritos nos guidelines como recomendações específicas das PP, a exemplo de medidas pós-exposição a material biológico e imunização(9,37).

3. Características psicométricas dos instrumentos: o propósito da grande maioria dos autores foi a validação de conteúdo dos instrumentos, tendo como referência a literatura disponível sobre as medidas de PP. Segundo Pasquali(38) a definição teórica é desenvolvida por meio do seguimento de uma cuidadosa revisão da literatura, na qual os elementos essenciais sobre o significado do conceito são delimitados e logicamente organizados. A validação de construto não foi realizada em nenhum estudo presente na amostra, sendo que esta visa estabelecer sustento à capacidade do instrumento ter a função de mensurar o construto com o propósito pelo qual está sendo usado, de forma que a validação de conteúdo, isoladamente, não assegura a validação de um instrumento(35).

A consistência interna do instrumento por meio do Alfa de Aronbach e a confiabilidade por meio do teste-reteste foi verificada em alguns estudos(9,20,22,37,39-42). A consistência interna de um instrumento refere-se à verificação da correlação (homogeneidade) entre os itens de um instrumento em forma de escala (sub-escala), ou seja, se estão medindo o mesmo construto. A consistência interna é uma medida importante e apropriada para instrumentos que pretendem medir um único construto através da utilização de múltiplos itens e deve variar em torno de 0,70 a 0,95. Porém deve-se ressaltar que o Alfa de Cronabach não deve ser realizado isolamente quando se objetiva validar um instrumento, uma vez que essa medida não leva em consideração possíveis variações ocorridas em um período de tempo e é influenciada pelo número de itens do instrumento(35).

A confiabilidade por meio do teste-resteste é um importante índice psicométrico a ser considerado pois é capaz de detectar a estabilidade da medida ao longo de um período estimado de tempo e se refere ao grau ao qual medições repetidas em pessoas estáveis fornecem respostas similares, variando de 0 a 1(43).No entanto, poucos foram os instrumentos que apresentaram o processo de validação dos mesmos ou suas propriedades psicométricas, fato que exerce impacto direto na veracidade dos resultados e generalização dos dados.

4. Informações sobre as medidas de PP: como mostra a tabela 2, as informações corretas dos trabalhadores sobre as PP está inferior ao preconizado.

Em alguns estudos, os trabalhadores revelaram possuir informações corretas e conhecimento referentes ao descarte de perfurocortantes(20,37,39), porém em alguns estudos o conhecimento adequado sobre este tópico não foi constatado(22,44,45). Estudo realizado no Irã(22) mostrou que a maioria dos médicos acreditam que as agulhas devem ser dobradas antes do descarte, o que os expõe a riscos de acidentes perfurocortantes, sendo este tipo de exposição a mais frequente entre os trabalhadores de saúde(7,8) e com maior risco de contaminação aos vírus HIV, HCV e HBC(5).

As informações dos trabalhadores referente ao uso de EPI se mostrou de conhecimento variável entre os países incluídos na amostra. Alguns estudos revelaram maior conhecimento(20,22,37,39,46-51) enquanto que outros estudos revelaram conhecimento inferior(45-46). Estudo realizado na Suíça(46) revelou que muitos trabalhadores (47%) não possuem informações adequadas sobre a importância da utilização das máscaras de proteção quando da realização de exame físico em sintomáticos respiratórios. Ainda com relação ao EPI, o estudo realizado no Brasil revelou que apenas 53% dos condutores atuantes em unidades de atendimento de urgência consideram importante a adesão às luvas de procedimento(45), o que os expõe a riscos desnecessários e maior exposição a MBPC(8).

O conhecimento sobre a higienização das mãos mostrou-se superior comparado aos demais itens na maioria dos estudos(20,40,46,48,49). No entanto, alguns achados revelaram que menos de 75% da amostra de médicos no Irã conheciam a importância da higienização das mãos antes e após o uso de luvas de procedimento e Paiva(45) evidenciou que apenas 52% dos condutores atuantes em unidade de emergência no Brasil conheciam a importância da higienização das mãos. Estudo realizado em Portugal(50) revelou que 21% dos profissionais desconhecem formas alternativas à lavagem das mãos. Segundo Seigel et al.(4) a higiene das mãos tem sido frequentemente citada como a prática mais importante na redução de agentes infecciosos nos estabelecimentos de saúde e integra um elemento essencial das PP.

O termo "higienização das mãos" inclui tanto a lavagem das mãos com sabão simples ou contendo antissépticos e água quanto o uso de produtos a base de álcool, os quais não requerem a utilização de água. Na ausência de sujidades visíveis nas mãos, estes produtos são preferíveis ao uso de sabão simples ou antimicrobianos e água pela sua atividade microbiológica elevada, pela redução do ressecamento da pele e pela conveniência. A melhora das práticas de higienização das mãos tem sido associada com uma redução substancial na incidência de HCAI(4), cujos resultados revelam a necessidade de treinamentos e conscientização dos trabalhadores sobre a temática.

Com relação ao conceito básico das PP, de que devem ser aplicadas a todos os pacientes independentemente do diagnóstico clínico ou suspeito, foi verificado lacuna de conhecimento, já que a maior parte informou que as PP devem ser aplicadas apenas em pacientes positivos para vírus HIV ou hepatites virais, ou com diagnóstico clínico ou suspeito de infecção potencialmente transmissível. Esta lacuna de conhecimento esteve presente em países com diferentes IDH, desde os altos aos mais baixos, como Suíça, Índia, Emirados Árabes Unidos, Paquistão e Afeganistão(20,40,42,46,52).

Este fato pode trazer sérias consequências aos trabalhadores e instituições de saúde, visto que infecções como HIV podem ter longo período entre a contaminação do indivíduo pelo vírus e a presença de sintomas característicos da infecção e a confirmação diagnóstica, cujo período em média é de 10 anos(53). As hepatites virais também representam um sério risco e atenção especial deve ser direcionada ao risco de contaminação pelo vírus HCV, pois atualmente não há profilaxia existente(54).

Muitos trabalhadores estavam desfamiliazados com o termo "precauções-padrão" (9,20). Estudo realizado na Índia(20) revelou que 88% se referem às PP como "barreiras de enfermagem". Em conformidade, achados na literatura mostram que os profissionais identificaram tais medidas como "uso de EPI" e "cuidado humano"(55).

Os achados apontam que o conceito de dupla proteção das PP, aos trabalhadores e aos pacientes, ainda não é entendido por muitos profissionais, já que há lacuna de conhecimento principalmente em relação ao conceito de transmissão de infecções dos profissionais aos pacientes(46,49,52), a exemplo das HCAI(3,4). Esta deficiência de informação está presente em todas as classificações dos países por meio do IDH.

Quanto ao tipo de exposição a MBPC, foi observado que muitos trabalhadores consideram apenas o risco de acidente causada por objeto cortante(46,51,56,57), uma vez que não consideraram a contaminação por espirros e fluídos de MBPC em mucosas. Não se pode subestimar este tipo de exposição, pois existem relatos de soroconversão após este tipo de acidente do trabalho(58). Estudo realizado nos EUA(56) evidenciou que apenas 21% sabiam o risco de contaminação para o vírus da hepatite B após exposição percutânea; 30% para a hepatite C e 27% para o vírus HIV. A grande maioria dos trabalhadores subestimou o risco. Alguns trabalhadores consideram o vírus HIV mais infectante que o HBV(45). Sabe-se que em relação ao HIV, o risco de transmissão ocupacional é cerca de 0,3 a 0,5% na exposição percutânea, enquanto que para o vírus da hepatite B o risco pode variar de 6 a 30%(5).

Com relação ao manuseio dos dispositivos perfurocortantes, o estudo de Salehi et al.(42) refere que 82% dos trabalhadores acreditam que é permitido realizar o encape ativo. Achados da literatura evidenciam que práticas relacionadas ao descarte incorreto de material cortante foi responsável por grande parte dos acidentes com exposição a MBPC em um município do interior de São Paulo, Brasil, sendo que a manipulação da caixa coletora, descarte em saco de lixo comum e o encape ativo somaram 35,2 % destes acidentes(7,8).

O que pode ser notado em grande parte dos estudos incluídos é o estigma com relação ao cuidado a ser prestado a portadores do vírus HIV. Foi afirmado que as luvas de procedimento devem sempre ser calçadas quando da assistência a pacientes soropositivos(39,48). Somado a esta falta de conhecimento, muitos profissionais consideram que estes pacientes devem ser mantidos em caráter de isolamento(37,42). A falta de conhecimento sobre a transmissão e evolução da doença causa ainda mais preconceito com relação ao portador(59).

Ainda sobre esta temática, alguns trabalhadores afirmaram que, como rotina dos estabelecimentos, todos os pacientes cirúrgicos deveriam ser testados para o vírus Hiv(20,42,47), evidenciando a necessidade de treinamento e educação.

5. Variáveis de impacto na adesão às PP: a titulação foi a variável que esteve associada com mais frequência ao conhecimento, de forma positiva, como mostra os estudos de Motamed(37), Oliveira(57), Harris(44) e El-Gilany(51).

A presença de treinamento esteve associada positivamente em dois estudos(41,46), assim como o desejo de receber treinamento sobre as medidas de PP pelos trabalhadores(22,48).

A faixa etária dos 20 aos 30 anos se mostrou com maior conhecimento no estudo de Motamed(37) e os profissionais com 50 anos ou mais estão relacionados negativamente ao conhecimento(37,41), assim como os que trabalham há mais tempo na instituição(40).

O conhecimento sobre a necessidade de higienização das mãos associou-se positivamente com o conhecimento sobre as PP no estudo de Parmeggiane(49) e o conhecimento sobre as PP esteve relacionado positivamente à adesão em alguns estudos, sendo que em apenas uma investigação foi de maneira forte(22) e um de associação moderada(37).

Cabe ressaltar, no entanto, que embora o objetivo da maioria dos autores fosse o de validar os tópicos de conhecimento sobre as PP, a presença de variáveis que exercem impacto no conhecimento relatadas pelos diferentes estudos analisados também revelam evidências de validação convergente e divergente.

Algumas limitações devem ser relatadas. O conhecimento sobre as PP assim como as variáveis de impacto ora evidenciados foram analisados com base nos artigos selecionados para compor a amostra, o que pode significar que essa amostra não seja totalmente representativa da realidade, uma vez que estudos que reportem tais variáveis possam ter sido exlcuídos tendo como referências os critérios de inclusão pré-estabelecidos.

 

Conclusão

Sugere-se a validação dos instrumentos utilizados para que se possa obter resultados fidedignos, já que poucos estudos relataram o processo de validação dos instrumentos utilizados sobre conhecimento relacionado às precauções-padrão. Com relação à validaçãos dos instrumentos é importante ressaltar que características psicométricas importantes - como a validade de construto convergente/divergente -não estão presentes nos instrumentos incluídos.

Os achados evidenciaram informações incorretas e inadequadas dos trabalhadores acerca das medidas precauções-padrão. Os princípios básicos das precauções-padrão não é compreendido mundialmente pelos trabalhadores incluídos na amostra estudada. Desta forma, a educação permanente relacionada a temática das precauções-padrão é essencial para que os conceitos sejam compreendidos e apreendidos e gestores, trabalhadores, usuários e instituições de ensino devem trabalhar conjuntamente para que haja adesão a essas importantes medidas de proteção. É imprescindível que agências de saúde globais se sensibilizem acerca da realidade, a fim de auxíliar, planejar e propor ações com vistas ao conhecimento e adesão às precauções-padrão. Ressalta-se a necessidade de futuras pesquisas a fim de avaliar o nível de conhecimento e as variáves preditoras para o conhecimento das PP por meio da aplicação de instrumentos previamente validados em amostras mais representativas e menos seletivas de trabalhadores.

 

 

Recebido: 18 Março 2015
Aceito: 12 junho de 2015

 

Referências

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