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Enfermería Global

On-line version ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.21 n.66 Murcia Apr. 2022  Epub May 02, 2022

https://dx.doi.org/10.6018/eglobal.478911 

Originais

Conhecimento, atitude e prática de gestantes antes e após intervenção grupal

Gezebely de Oliveira Rodrigues1  , Deborah da Silva Jardilino1  , Nathanael de Souza Maciel1  , Diego da Silva Ferreira2  , Anne Fayma Lopes Chaves1  , Camila Chaves da Costa1 

1 Universidad de Integración Internacional de la Lusofonia Afro-Brasileira . Redenção - Ceará - Brasil. gezebely@gmail.com

2 Universidad Estadual de Ceará . Brasil.

RESUMO:

Introdução:

Diante das dúvidas pertinentes ao período gravídico-puerperal e conhecendo o papel do profissional enfermeiro como educador em saúde, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de uma intervenção educativa grupal acerca do ciclo gravídico-puerperal no conhecimento, atitude e a prática de gestantes.

Método:

Estudo avaliativo do tipo Conhecimento, Atitude e Prática com abordagem quantitativa, realizado com 20 gestantes em 2019. Utilizou-se instrumento antes e após intervenção educativa grupal. Nove encontros foram realizados, sendo abordados 10 temas sobre o período gravídico-puerperal. Os dados foram analisados no software Jamovi®.

Resultados:

A idade média das mulheres era 26,2 anos. O quantitativo de 65% das gestações não foi planejado. Verificou-se diferença significante no que se refere ao conhecimento sobre os direitos das gestantes (p=0,023) e a não oferta de água e chás ao bebê (p=0,041). Houve mudança na disposição para parir deitada. Notou-se diferença no uso do preservativo após intervenção (p=0,008).

Conclusão:

Profissionais de saúde podem utilizar-se de grupos para promover empoderamento de gestantes e capacitá-las para buscar qualidade na assistência à sua saúde.

Palavras-chave: Enfermagem; Enfermagem Obstétrica; Conhecimentos, Atitudes e Práticas em Saúde; Educação em Saúde; Promoção da Saúde

INTRODUÇÃO

A qualidade da assistência à saúde durante o período gravídico-puerperal é um desafio global, visto que deve haver acompanhamento adequado durante o ciclo para obter-se a integralidade da assistência à mulher1. Contudo, as consideráveis modificações que a gestante passa, tanto corporais como físicas, na maioria das vezes, não são explicadas durante o acompanhamento pré-natal2.

O pré-natal é essencial para assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e atividades educativas e preventivas3.

Diante desse cenário, o grupo de gestante surge como estratégia que capacita a mulher para conhecer o seu corpo, estado de saúde e irá favorecer a sua autonomia durante a gravidez4. A participação da mulher e de seu companheiro em cursos para gestantes promove o vínculo com profissionais da saúde, possibilitando a troca de experiências, a promoção do autocuidado, compartilhamento de informações, construção coletiva de conhecimentos, além da harmonia entre os saberes científico e popular5.

Esse processo de aprendizagem compartilhada com outras pessoas na mesma situação estimula a troca de experiências e saberes, desenvolve o sentimento de altruísmo, possibilita a criação de laços e a união entre os participantes6. Ademais, pode promover conhecimentos, atitudes e práticas adequadas em saúde.

O enfermeiro se destaca na realização do pré-natal na atenção primaria à saúde (APS), podendo realizar ações educativas para as mulheres e suas famílias, de forma individual ou coletiva, por meio de grupos para gestantes3. Ademais, o enfermeiro possui a capacidade de elaborar o plano de assistência de enfermagem na consulta de pré-natal, estabelecendo as intervenções, orientações e encaminhamentos a outros serviços7.

Este estudo justifica-se pela necessidade de esclarecer as dúvidas pertinentes ao período gravídico-puerperal e, conhecendo o papel do profissional enfermeiro como educador em saúde na APS, desenvolver grupos que atendam aos usuários, formando vínculo e promovendo a valorização da saúde. Desse modo, objetivou-se avaliar o impacto de uma intervenção educativa grupal acerca do ciclo gravídico-puerperal no conhecimento, atitude e prática de gestantes.

MATERIAL E MÉTODO

Estudo avaliativo do tipo Conhecimento, Atitude e Prática (CAP) com abordagem quantitativa. A opção pela metodologia CAP ocorreu pela possibilidade de medir o conhecimento, a atitude e a prática de uma população, permitindo diagnóstico destes indivíduos, mostrar o que as pessoas sabem, sentem e também como se comportam a respeito de um tema predefinido8.

O estudo foi desenvolvido no período de fevereiro a novembro de 2019 no Centro de Referência à Assistência Social (CRAS) do município de Redenção-CE. A população correspondeu às gestantes atendidas nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) do município. A população foi constituída por 20 gestantes que eram assistidas pelas ESF e pelo CRAS. A amostragem foi não probabilística por conveniência e a amostra foi composta por toda a população, ou seja, pelas 20 gestantes atendidas nas instituições referidas.

Os critérios de inclusão foram: participar dos grupos nos dias marcados pelo CRAS; ter número de telefone fixo ou celular, possibilitando o contato posterior ao parto para avaliação, caso necessário. Os critérios de exclusão foram: a gestante possuir deficiência auditiva, visual ou outra limitação que impedisse de participar da intervenção educativa e responder ao formulário avaliativo. O critério de descontinuidade do estudo foi o não comparecimento a, no mínimo, seis encontros.

A intervenção educativa consistiu-se de oficinas para educação em saúde, realizadas no auditório do CRAS de Redenção -CE. Trataram-se de 10 temas: direitos da mulher na gestação, parto e puerpério; compreendendo a gestação; autoestima e sexualidade; a importância do pré-natal; nutrição da gestante e atividade física; trabalho de parto e parto; violência obstétrica; cuidados com o recém-nascido; amamentação e puerpério.

As oficinas foram executas por discentes e docentes de enfermagem. Foram utilizados recursos audiovisuais, dinâmicas grupais, rodas de conversa, bonecos para simulação da amamentação e cuidados com o recém-nascido, aplicação de jogos educativos, exploração de álbum seriado e folder educativo sobre as temáticas. Foram realizados 9 encontros semanais e tiveram duração média de 1 hora e 30 minutos. Cada grupo foi composto por 10 mulheres.

No primeiro encontro foi realizada a inscrição das mulheres nas oficinas, assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e aplicação do pré-teste com todas as participantes. AS mulheres que responderam ao pré-teste compuseram a amostra da intervenção educativa. Para a coleta de dados foi utilizado instrumento construído pelos pesquisadores. Tratou-se de um formulário composto de três partes: dados sociodemográficos, dados sobre saúde reprodutiva e o inquérito CAP acerca do ciclo gravídico-puerperal. No último encontro foi realizada a aplicação do pós-teste com todas as participantes.

Os dados coletados foram organizados no Microsoft Office Excel 2016 e analisados no software Jamovi® versão 1.6.15. Foram utilizadas medidas de tendência central e dispersão. Para verificar a associação entre variáveis categóricas, foi utilizado o teste de McNemar com correção de continuidade. Foi considerada estatisticamente significante quando o valor de p assumiu valor ≤0,05 nos testes realizados.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Plataforma Brasil e aprovado sob número 3.541.106.

RESULTADOS

As mulheres tinham idade média de 26,2 (DP: ±7,7) anos, com idade mínima e máxima de 14,2 e 42,6, respectivamente. A renda familiar média era de 471 (DP:397) reais. A Tabela 1 apresenta os dados sociodemográficos das mulheres participantes do estudo.

Tabela 1.  Dados sociodemográficos das gestantes participantes do estudo. 

As mulheres tinham peso médio de 67,5 (DP: 15,5) quilogramas. A mediana do número de gestações das participantes foi de 2 gestações, com valor mínimo de 1 e máximo de 8, 1 parto, com valor máximo de 7. A média de abortamentos foi de 0,45 (DP: 1,15), sendo a mediana 0, com valor máximo de 5. A média de semanas gestacionais foi 23,8 (DP: 6,8) semanas, com mediana de 4 consultas de pré-natal já realizadas. O quantitativo de 65% (n=13; IC95%=43,3 - 81,9) das gestações não foi planejada e 90% (n=18; IC95%= 69,9 - 97,2) era desejada.

A Tabela 2 apresenta os conhecimentos das gestantes antes e após a participação na intervenção educativa.

Tabela 2.  Conhecimentos de gestantes antes e depois da intervenção educativa. 

Verificou-se diferença estatisticamente significante (p<0,05) no que se refere ao conhecimento sobre os direitos das gestantes (p=0,023): direto ao acompanhante no parto (p=0,013); direto de escolher a melhor posição para parir (p=0,001); direito ao pré-natal (p=0,013); direito ao parto humanizado e seguro (p=0,013); direito a ingesta de líquidos ou alimentos no trabalho de parto (p=0,001). Além disso, houve diferença no conhecimento acerca da não oferta de água e chás ao bebê (p=0,041).

As atitudes das gestantes, antes e após da intervenção educativa, são apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3.  Atitudes das gestantes antes e após a participação na intervenção educativa. 

Não houve diferença estatisticamente significante no que se refere às atitudes das participantes entes e depois da intervenção educativa.

A Tabela 4 apresenta as práticas das mulheres antes e depois da intervenção.

Tabela 4.  Práticas das gestantes antes e após a participação na intervenção educativa. 

No tocante às práticas, notou-se diferença estatística significativa no uso do preservativo nas práticas sexuais após a participação no grupo de gestantes (p= 0,008).

DISCUSSÃO

As mulheres se encontravam com baixa renda familiar, relacionando-se com as desigualdades sociais do Brasil em perspectiva macroestrutural. Essa dessemelhança é verificada com achados de estudo realizado na cidade de Fortaleza -CE, onde a renda familiar das gestantes variou de sem renda a R$ 8.000,00, com mediana de R$ 1.2009.

O aspecto econômico é enfatizado visto que baixa renda média familiar per capita apresenta relação inversa com a taxa de fecundidade na adolescência10. Além disso, o baixo nível socioeconômico materno aumenta o risco de mortalidade materna em adolescentes e de nascimentos pré-termo11. Nesse âmbito, fomenta-se a efetivação dos mecanismos intersetoriais para dirimir esse infortúnio.

No tocante ao planejamento sexual e reprodutivo, mais da metade das gestações não foram planejadas. Um estudo observacional do tipo transversal, apontou que não houve planejamento em 60,7% das gestações9. Entende-se que esse fato é resultante da interação de variáveis como baixa renda, baixa escolaridade, trabalho doméstico e baixa remuneração no âmbito pessoal e familiar12.

Salienta-se que gestação não intencional representa um desafio para a saúde pública por contribuir para a morbimortalidade materna em decorrência de exposição aos riscos relacionados à gravidez, ao abortamento inseguro e ao parto13. Reforça-se a importância de ações em saúde que envolvam práticas educativas e qualidade nos serviços de planejamento familiar, principalmente em contexto vulnerável14.

No que se refere aos conhecimentos, a falta de informação das gestantes encontrados neste estudo são corroborados com estudo que mostra o prejuízo das gestantes por não conhecerem os benefícios que esses direitos poderiam proporcionar, bem como a chance de reivindicá-los15. Esse resultado pode relacionar-se às questões de práticas de profissionais de saúde, como a manutenção de resistência em disseminar informações, apontando a ausência de mecanismos para a divulgação dos direitos da gestante(16).

Com a finalidade de modificar as práticas relativas ao processo de parir e nascer, torna-se imperativo valorizar as relações entre gestantes e envolvidos na assistência ao pré-natal, parto e puerpério, podendo enfatizar, inicialmente, a promoção de informações à gestante e parturiente, bem como sua rede de apoio, possibilitando maior envolvimento15. Para esse fim, é requerida a autonomia do profissional enfermeiro, visto que esse profissional necessita conhecer as informações para ofertá-las às gestantes17.

Este estudo revelou que, antes da intervenção educativa, a maioria das mulheres desconhecia a manobra de Kristeller como violência obstétrica. Em estudo qualitativo que mulheres descreveram seus conhecimentos e experiências preexistentes sobre a manobra de Kristeller, revelou-se que as entrevistadas se sentiam desinformadas e incapazes de recusar a manobra por ser oferecida como "pequena ajuda"18.

Nesse sentido, ressalta-se a importância do conhecimento das gestantes sobre a violência obstétrica para identificar e intervir caso ocorra. Entende-se que é de grande valia que as parturientes tenham assistência pré-natal que englobe essa temática. Portanto, iniciativas de mobilização social podem contribuir para ampliar o conhecimento e a divulgação sobre o problema e apoiar a disseminação das boas práticas na assistência ao parto e nascimento19.

No tocante à amamentação, as mulheres possuíam conhecimentos na maior parte dos itens. Contudo, uma parcela manifestou conhecimentos equivocados quanto à ingesta de líquidos na amamentação exclusiva. Estudo realizado em Porto Alegre (RS), revelou que, nos 30 dias após o parto, 6,8% das crianças receberam água, 21,2% chá, e a introdução de substituto do leite materno foi relatada por 38,1% das mães20.

Alguns fatores interrompem o aleitamento materno exclusivo, como a crença de algumas nutrizes na produção insuficiente de leite, na dificuldade de pega da mama, e nas diversas intercorrências mamárias que podem surgir no pós-parto associado a falta de confiança e aos conselhos de familiares e amigos, além de mitos e crenças relacionados com cólica e choro do recém-nascido20-21.

No que se refere às atitudes das participantes, ao serem questionadas sobre possíveis sinais e sintomas do diagnóstico para o início do trabalho de parto verdadeiro, quando indagadas sobre a perda de líquido amniótico, a maioria das gestantes relatou que iria imediatamente ao atendimento hospitalar. Tal atitude revela o equívoco de algumas gestantes ao lidarem com essa situação, tendo em vista que o rompimento da bolsa, exclusivamente, não é considerado definidor para o trabalho de parto ativo e encaminhamento imediato para unidade hospitalar22.

Esta preocupação, é frequente entre as gestantes, tendo em vista a falta de informação fornecida pelos profissionais sobre critérios existentes que definem trabalho de parto ativo e verdadeiro22. No estudo, não houve mudança de atitude em relação a isso, reforçando que é necessário que o profissional de saúde seja responsável por informar as gestantes sobre os sinais de alarme referente ao trabalho de parto nas consultas de pré-natal, evitando a admissão prematura dessas mulheres no hospital e, consequentemente, intervenções desnecessárias.

Em relação a posição a ser adotada durante o trabalho de parto, após a realização desse estudo observou-se disposição das participantes no que tange ao parir na posição que garanta o maior conforto para as mesmas. A mudança desse cenário é reflexo das influências positivas que a educação em saúde proporciona para as gestantes, principalmente, no que se refere à desmistificação de alguns tabus e mitos que se mantêm presente sobre as posições naturais da mulher para parir que alguns profissionais propagam23.

Como consequência da falta de ações educativas, estudo relata a percepção de puérperas sobre a posição vertical no parto, em que não conheceram as posições de parto na atenção primária e nem mesmo nas maternidades24. Dessa forma, é essencial que, durante as consultas de pré-natal e grupos de gestante, as mulheres sejam esclarecidas quanto às posições que podem adotar durante todo o trabalho de parto, sem haver imposição do profissional.

Apesar de grande das participantes afirmar que o acompanhante deveria estar com elas durante o pré-parto, parto e puerpério imediato, uma parcela não sabia sobre esse direito. Esse fato pode interferir na aplicabilidade da lei do acompanhante nos diversos contextos das gestantes. Isso é apontado em estudo que 57,5% das entrevistadas não conheciam a lei que assegura o direito ao acompanhante e 66,2% das mulheres não dispuseram da presença do acompanhante em todo o processo de parturição25. Isso evidencia necessidade de maiores investimentos em ações educativas.

No que se refere às práticas das participantes, a maioria das mulheres não realizou o plano de parto. Nesta perspectiva, a literatura aponta que mais estudos são necessários para identificar a motivação do baixo número de planos de parto, além da criação de políticas de saúde que estimulem a utilização desse instrumento26. Apontam-se desafios para a utilização do plano de parto, como a necessidade de maior difusão entre profissionais e as gestantes, adesão como prática habitual nos serviços de atenção primária à saúde, apoio às mulheres na elaboração deste instrumento, bem como a construção de planos de parto que podem sofrer alterações no decorrer do processo de parturição27.

É fundamental desenvolver e implementar ações no pré-natal que mobilizem gestantes a praticarem atividade física, pois os dados deste estudo apontaram que, embora as mulheres soubessem que era fator relacionado a gestação saudável, a minoria realizava. A literatura aponta que as principais barreiras para não realização na gestação são o cansaço, não gostar de fazer exercícios, agenda lotada, cuidado dos filhos, medo e falta de informação na gravidez28. Dessa forma, é necessário que sejam fomentados programas que estimulem a prática regular de atividade física direcionados às gestantes, os benefícios para a saúde da mulher e do feto29.

O uso de preservativo nas relações sexuais com o parceiro foi encorajado durante as atividades do presente estudo, evidenciando, posteriormente, maior adesão das participantes à referida prática. Esta mudança de comportamento é vista à medida que informações e esclarecimentos são fornecidos, elucidando os malefícios do não uso ou uso inadequado do método contraceptivo de barreira. A resistência ao uso da camisinha, principalmente por casais, se torna comum à medida que os relacionamentos se tornam mais estáveis e a confiança entre ambos aumenta30. Contudo, ressalta-se o uso da camisinha em qualquer etapa da vida de homens e mulheres, inclusive na gestação, principalmente pelo risco de adquirir infecções sexualmente transmissíveis com potencial de transmissão vertical.

CONCLUSÕES

Os achados revelaram que a intervenção educativa por meio de estratégia grupal teve impacto positivo ao promover melhoria nos conhecimentos, atitudes e práticas das gestantes sobre o ciclo gravídico-puerperal, sendo vista melhora no conhecimento no aspecto relacionado ao direito da gestante e não oferta de água e chás ao bebê, bem como na prática do uso do preservativo nas relações sexuais. Isso reforça que ações educativas nesse período são essenciais e que podem contribuir para a saúde do binômio mãe-filho, assim como contribuir para a redução da morbimortalidade materna e neonatal.

Como implicações, suscita-se a reflexão sobre como as atividades de educação em saúde no contexto do pré-natal estão sendo efetivadas e a necessidade de implementar novas estratégicas que favoreçam o cuidado à essa clientela. Nessa conjuntura, profissionais de saúde, sobretudo enfermeiros, podem utilizar-se de grupos para promover empoderamento de gestantes e capacitá-las para buscar a qualidade da assistência à sua saúde, alcançando boas práticas obstétricas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde.

Como fragilidades da presente pesquisa, apontam-se pequena amostra, obtida por procedimento não aleatório, bem como a não utilização de instrumento validado para a coleta de dados. Assim, sugere-se que pesquisas futuras empreguem randomização e grupo controle em estudos que avaliem tecnologias, a nível individual e coletivo, que promovam conhecimentos, atitudes e práticas adequadas no período gravídico-puerperal.

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Recebido: 01 de Maio de 2021; Aceito: 18 de Dezembro de 2021

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