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Enfermería Global

versão On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.21 no.67 Murcia Jul. 2022  Epub 19-Set-2022

https://dx.doi.org/10.6018/eglobal.489491 

Originais

Jovens universitários do gênero masculino e a utilização do preservativo

Thelma Spindola1  , Vinícius Rodrigues Fernandes-da Fonte1  , Giselle da Silva Figueiredo-Lima1  , Paula Costa-de Moraes1  , Elizabeth Rose Costa-Martins1  , Barbara Galvão dos Santos-Soares2 

1Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO:

Objetivo:

Analisar o uso sistemático do preservativo por universitários do gênero masculino.

Método:

Estudo transversal realizado em duas instituições de ensino superior no Rio de Janeiro, com 661 estudantes de 18-29 anos, sexualmente ativos, que responderam um questionário. Os dados foram analisados com emprego do softwareStatistical Package for the Social Sciences através da estatística descritiva e inferencial, com a aplicação do teste qui-quadrado de Pearson.

Resultados:

Dados demonstram que os jovens são solteiros (61,98%); heterossexuais (87,37%); não usam preservativo com parcerias fixas (45,40%) ou eventuais (23,55%). A situação conjugal, orientação sexual, crença religiosa, uso de álcool e outras drogas antes da última relação sexual, percepção de risco e história pregressa de infecção sexualmente transmissível são fatores determinante para uso do preservativo (p-valor<0,05).

Conclusão:

Considerando as características próprias da juventude e fatores socioculturais envolvidos, nota-se que os estudantes assumem comportamentos de risco frente às infecções sexualmente transmissíveis com a utilização não sistemática do preservativo.

Palavras chave: Adulto Jovem; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Preservativos; Prevenção primária; Saúde do Homem

INTRODUÇÃO

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) apresentam elevadas taxas de incidência e prevalência em nível mundial. Estima-se que mais de um milhão de IST curáveis, como clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase ocorrem a cada dia e que existam 417 milhões de casos prevalentes de infecção pelo vírus herpes simplex e, aproximadamente, 291 milhões de mulheres infectadas com papiloma vírus humano (HPV)1.

Os comportamentos sexuais de risco (CSR) envolvem a prática do sexo sem proteção, com parceiros desconhecidos e a multiplicidade de parceiros, sendo comum entre estudantes universitários2. Os jovens costumam ficar expostos a riscos, com maior frequência, acarretando consequências indesejadas para a saúde sexual e reprodutiva, como as IST, a gravidez não planejada e as violências sexuais.3)O ambiente universitário pode contribuir para as modificações sociais na vida dos estudantes, incluindo os comportamentos sexuais. No contexto masculino, estudo com jovens de uma universidade do sul do Brasil verificou que os estudantes do sexo masculino tendem a apresentar um CSR maior4.

Sabe-se que os homens costumam ficar mais expostos às situações que colocam em risco a sua saúde5,6. Esse comportamento está associado aos aspectos socioculturais oriundos da sensação de invulnerabilidade e masculinidade do gênero masculino, que é entendida como [...] um espaço simbólico que serve para estruturar a identidade de ser homem, modelando comportamentos e emoções a serem adotados [...]7. Compreendida na perspectiva das dimensões sociais, econômicas, geracionais e culturais, conforme o contexto histórico, a palavra “masculinidades” é empregada para abranger essa pluralidade8,9).

O conhecimento dos jovens sobre IST costuma ser insuficiente, conforme alguns estudos sinalizam10,11. Mesmo os estudantes universitários que têm acesso à informação não costumam adotar, com frequência, práticas para a prevenção desses agravos por acreditarem na sua invulnerabilidade ou desconhecerem a transmissão das infecções, sendo um agravante para a disseminação das IST12. A falta de tratamento ou o tratamento inadequado das IST pode levar a complicações como infertilidade, infecções congênitas, cânceres, abortos e aumentar o risco de transmissão das IST, principalmente do HIV13. Ter conhecimento sobre as infecções transmitidas pelo sexo desprotegido, os modos de transmissão e as consequências para a saúde, além dos métodos para a prevenção desses agravos, são aspectos relevantes para a prevenção11,14.

A prevenção para IST está relacionada à ampla divulgação sobre os sintomas e formas de transmissão, buscando orientar e aumentar o conhecimento da população. No contexto dos jovens, estudo nacional sinaliza que, a instituição de ensino é o melhor local para acessar essas informações, sendo mais eficaz que revistas ou emissoras de televisão15.

Diante deste cenário e da relevância da temática, o estudo teve o objetivo analisar o uso sistemático do preservativo por jovens universitários do gênero masculino.

MÉTODOS

Estudo descritivo, transversal, conduzido pelas recomendações do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology. O cenário foram duas instituições de ensino superior (IES), uma pública (IES1) e outra privada (IES2), localizadas no município do Rio de Janeiro, Brasil. A justificativa para a escolha das IES foi motivada pela variedade de cursos ofertadas, o que possibilitou a comparação das práticas sexuais e de prevenção frente às IST adotadas pelos estudantes das duas universidades.

Participaram da pesquisa matriz estudantes universitários na faixa etária de 18 a 29 anos, regularmente matriculados e presentes no campo da investigação por ocasião da coleta de dados. Em ambas as instituições, foram captadas amostras estratificadas uniformes por sexo, com intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%, sendo 384 homens e 384 mulheres em cada IES, totalizando 1536 estudantes. Os dados foram coletados em dois momentos, em 2016, na instituição privada e, em 2017, na instituição pública.

Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário estruturado com 60 questões, composto por perguntas abertas e fechadas, contendo variáveis relacionadas à caracterização sociodemográfica, práticas sexuais, conhecimento acerca das IST e práticas de prevenção. O instrumento adotado foi uma adaptação do modelo utilizado pelo Ministério da Saúde do Brasil, no inquérito de base populacional, através do estudo “Pesquisa de Comportamentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira”. O referido estudo é uma referência na construção de indicadores para o monitoramento da epidemia de IST/Aids no país.16Considerando que este estudo é um recorte da pesquisa matriz, foram selecionadas 16 variáveis deste instrumento, relacionadas à caracterização social, práticas sexuais e de prevenção. Para atender aos objetivos desta investigação, foram selecionados, do banco de dados da pesquisa matriz, apenas os participantes do sexo masculino, 768 participantes. No que tange as análises sobre a utilização do preservativo, foram incluídos apenas os participantes sexualmente ativos, totalizando 661 universitários.

Os dados foram tabulados, organizados e armazenados com auxílio do programa Microsoft Excel 2011, em um banco de dados. Foram analisados com suporte do programa Statistical Package for the Social Sciences22.0 (SPSS) com emprego da estatística descritiva, frequências absolutas, relativas e análises uni e bivariadas. Para a análise inferencial, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson, para testar a hipótese nula de independência entre as variáveis. A hipótese é rejeitada quando o p-valor é inferior a 0,05.

O estudo respeitou todos os aspectos éticos, ou seja, a pesquisa foi submetida e aprovada nos Comitês de Ética das duas instituições, os participantes foram orientados quanto aos direitos, tiveram assegurados o sigilo e o anonimato com sua participação na pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os Comitês de Ética das duas instituições, após aprovação, emitiram os seguintes números de parecer 902.543 e 1.577.311.

RESULTADOS

A caracterização sociodemográfica dos participantes demonstra que os estudantes das IES são solteiros/sem companheira(o) (476 - 61,98%); se declaram heterossexuais (671 - 87,37%), homossexuais (59 - 7,68%) e bissexuais (27 - 3,52%); não trabalham (454 - 59,12%); cor autodeclarada branca (391 - 50,91%); se consideram religiosos (438 - 57,03%), com maior representatividade da religião católica (179 - 40,87%) e evangélica (135 - 30,82%). Observa-se o predomínio de universitários na faixa de 18 a 24 anos, jovens-jovens, (634 - 82,5%). Entre os jovens-adultos (25 a 29 anos), têm-se 134 participantes (17,45%).

Na Tabela 1são apresentados o cruzamento de variáveis com a utilização do preservativo em todas as relações sexuais nos últimos 12 meses. Observa-se que a utilização do preservativo apresenta diferença estatisticamente significativa (p <0,05%) para as variáveis situação conjugal, religiosidade, orientação sexual, uso de álcool ou drogas antes da última relação sexual, percepção de risco quanto a possibilidade de adquirir uma IST e já ter tido uma IST. Apesar do p-valor não ser inferior a 0,05, a faixa etária evidenciou uma diferença estatística de 0,05, sugerindo que jovens-jovens (18 - 24 anos) estariam utilizando menos o preservativo de forma sistemática.

Tabela 1.  Distribuição do uso do preservativo em todas as relações sexuais por jovens universitários do gênero masculino, segundo aspectos sociais, comportamentais e atitudinais frente à IST. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. (n=661) 

Nota: *Teste Qui-quadrado de Pearson.

**Algumas variáveis não totalizam o total de participantes por não terem sido respondidas.

Em relação aos dados apresentas, a investigação sugere que o preservativo é utilizado de forma mais sistemática entre os jovens universitários solteiros, que possuem alguma crença religiosa, orientação homo/bissexual, que não utilizaram álcool ou drogas antes da última relação sexual, que se percebem em risco para IST e que já adquiriram uma IST.

A Tabela 2demonstra o uso do preservativo nos últimos doze meses de acordo com o tipo de parceria sexual. Em ambas as instituições a maioria dos participantes têm relações sexuais com parcerias fixas (70,95%), mas nem sempre fazem uso do preservativo (45,40%). No que tange as parcerias eventuais, observa-se que a utilização do preservativo é maior (76,45%). Nota-se, portanto, que a maioria dos estudantes informaram usar preservativo com mais frequência nas relações sexuais com parcerias eventuais, do que com parcerias fixas.

Tabela 2.  Distribuição dos universitários do gênero masculino, de duas instituições de ensino superior, segundo as práticas sexuais com parceiro fixo e casual e o uso do preservativo nos últimos doze meses. Rio de Janeiro. n= 661 

Legenda: IES - Instituição de ensino superior.

Nota:Foram considerados somente os participantes sexualmente ativos, 325 da IES1 e 336 da IES2 (n=661), e excluídas as respostas que não se aplicavam.

DISCUSSÃO

No último censo brasileiro, 55,3% da população informou o estado civil solteiro e apontou que a idade média dos jovens ao se casar é de 24,4 anos. Considerando o investimento na educação e a inserção dos jovens no mercado de trabalho, o casamento deixou de ser uma prioridade, o que justifica o quantitativo de participantes que se identificaram como solteiros. Esse perfil sociodemográfico corrobora com o dos participantes investigados e com outros estudos14)(17)(18.

Em relação à orientação sexual, a maioria se autodeclarou heterossexual. Jovens homossexuais e bissexuais tiveram pouca representatividade nas instituições. Acrescenta-se que a orientação sexual está relacionada a valores culturais e religiosos que, muitas vezes, reforçam a ideia exclusiva da heterossexualidade como um comportamento heteronormativo. Muitos participantes, entretanto, podem não assumir a sua verdadeira orientação sexual, por receio19. Ao analisar a associação entre a orientação sexual e o uso do preservativo, os dados evidenciam que os homossexuais/bissexuais usam mais preservativos que os heterossexuais. Em estudo realizado no carnaval da cidade do Rio de Janeiro, os dados sinalizam que homens homo/bissexuais possuem conhecimentos e comportamentos de enfrentamento ao HIV melhores do que homens heterossexuais20

O uso do preservativo, de modo continuado, é menos utilizado na faixa etária de 18 a 24 anos entre os universitários desta investigação, apesar de não ser estatisticamente significativo. Dados do Ministério da Saúde do Brasil, em 2018, indicavam que os homens lideravam as taxas de infecção por HIV de todas as faixas etárias. No entanto, na faixa etária de 20 a 24 anos a diferença entre homens e mulheres chegava a ser quatro vezes maior21. Independentemente da faixa etária, o jovem adota comportamentos de risco decorrente de suas características, como o imediatismo, e age de forma impulsiva, sem reflexão, e se expõe ao risco19,22. Apesar de ser um tema importante, ainda hoje, a pratica sexual é pouco abordada, no meio familiar ou entre amigos, sendo considerado um tabu, em alguns contextos. A relativa liberdade sexual identificada por diferentes experiências afetivo-sexuais entre eles, cada vez mais visíveis nas mídias, desafia-os a enfrentar as regras sociais, as relações de gênero e a experimentar de maneira precoce pela falta de conhecimento prévio, a vida sexual23,24.

Verifica-se que o acesso ao ensino e ao conhecimento é uma relação inversamente proporcional, ou seja, nos casos de baixa escolaridade, é possível perceber o aumento do comportamento de risco. O acesso à informação evita a adoção desse comportamento. Estudo verificou que um grupo de jovens não utilizava o preservativo, ou utilizava de maneira incorreta, por falta de informação. Assim, para promover a prevenção de IST naquele cenário, o método mais eficaz era a demonstração do uso correto do preservativo25.

A prevenção das IST está diretamente relacionada ao uso contínuo de preservativos nas relações sexuais. Nos Estados Unidos, uma investigação demonstrou que o uso diminuiu de 62% para 54%, no período de 2007 a 201726. No Brasil, o grupo jovem não usa preservativo regularmente. Na faixa etária de 15 a 24 anos apresenta redução no uso regular de camisinhas, tanto com parceiros eventuais, como com parceiros fixos16. Esse comportamento de risco impacta diretamente no aumento de casos de HIV/aids entre os jovens.

A associação entre o uso do preservativo e o estado conjugal foi avaliada. No conjunto amostral, há mais homens solteiros usando preservativo que homens casados ou com relacionamento fixo. A confiança no parceiro e parceria fixa são fatores associados ao uso (ou não) de preservativos. Desse modo, a confiança no parceiro sexual costuma interferir de modo negativo no uso consistente do preservativo. Pesquisas demonstram que 40% dos jovens acreditam não ser necessário usar preservativo em um relacionamento estável ou com parceiros fixos22,23. Assim, quanto maior a frequência do sexo, maior a chance de não usar preservativo24.

A importância de atividades educativas para a prevenção de IST nesse grupo é um aspecto relevante a ser considerado, contudo sabe-se que o acesso à informação na atualidade perpassa os distintos meios de comunicação. Para reverter esse cenário, a educação é o espaço adequado para disseminar conhecimentos e práticas sobre a prevenção desses agravos. Na França, a educação sexual na escola é uma exigência legal e as taxas de prevalência de HIV no país são três vezes menores, quando comparadas às brasileiras27,28.

Desde o início da epidemia do HIV, órgãos governamentais e organizações não governamentais, fizeram investimentos maciços, para alcançar grupos vulneráveis ou mais expostos ao risco de contaminação, como os homossexuais. Cabe destacar, que a transmissão do HIV e demais IST não depende da orientação sexual, mas do não uso do preservativo. Grupos heterossexuais, contudo, têm pouca expressividade em campanhas por não pertencerem às populações-chave e prioritárias. No entanto, esforços para a promoção da saúde são priorizados para populações específicas, por determinados grupos serem afetadas de modos diferentes. Deste modo, busca-se garantir a equidade: oferecer mais a quem precisa mais20,28.

O não uso do preservativo, também, foi influenciado pelo consumo de álcool e/ou outras drogas antes da relação sexual entre os participantes do estudo. O uso dessas substâncias aumenta a libido sexual, interfere no poder de decisão do indivíduo e as razões para o seu emprego são a necessidade de diversão e busca pelo prazer, próprios da faixa etária dos participantes29. No Brasil, o consumo de bebidas alcoólicas é uma prática recorrente entre os jovens e a população em geral. Costuma ser um momento de descontração entre amigos, como, também, consumido antes das práticas sexuais.

Estudo realizado com universitários do sexo masculino apontou a valorização do uso de álcool e/ou outras drogas como uma forma de lidar com as exigências e o estresse da vida universitária. O consumo dessas substancias costuma fornecer uma identidade e a sensação de pertencimento naquele contexto social, e mostra a influência da cultura no comportamento e práticas dos participantes29.

A escola, família e os profissionais de saúde têm papel fundamental na orientação sobre o uso do preservativo e a importância da prática sexual segura para a prevenção de IST. Dentre as estratégias mais completas para a prevenção das IST está o acompanhamento da saúde do homem de maneira regular, mas em decorrência do contexto sociocultural, histórico e das questões de gênero, os espaços assistenciais de saúde sofrem um esvaziamento masculino. Como trazer esse homem jovem, cujo pensamento é de invulnerabilidade, virilidade e despreocupação com o futuro, para dentro das unidades de saúde? Como estimular atitudes saudáveis e promover o autocuidado? 30

No grupo investigado avaliou-se a busca por atendimento de saúde, nos últimos doze meses, verificando-se que mais da metade dos participantes informou não realizar. Ao associar a busca por atendimento e o uso de preservativo pelos jovens, não houve significância estatística. Acrescenta-se, ainda, que a população jovem e os homens não ocupam assento nas unidades de atenção primária à saúde. São grupos que quando buscam atendimento, em geral, já estão com algum problema de saúde que necessita de atenção. Não há preocupação ou prioridade desse grupo para a prevenção de agravos à saúde em seus contextos de vida.

O estudo teve como limitação a coleta de dados em apenas uma capital de estado do Brasil. Aspectos sócio, políticos, culturais e educacionais podem influenciar os comportamentos masculinos e de utilização do preservativo. Outra limitação foi a utilização de uma abordagem estritamente quantitativa, que privilegiou apenas dados objetivos, sendo oportuna a replicação em outros cenários, com outras abordagens para captar aspectos subjetivos, segundo o contexto cultural dos participantes.

CONCLUSÃO

Os jovens universitários investigados apresentam CSR frente às IST. O uso do preservativo ocorre de forma não sistemática. Sua utilização, em geral, está associada ao tipo de parceria, fixa ou casual. Sabe-se que o comportamento do jovem depende de fatores socioculturais como crenças, valores e modos de vida da sociedade a que pertence. Essas construções de masculinidades estão relacionadas às experiências de vida desses jovens, e implicam diretamente no modo de vivenciar a sexualidade e a vida sexual e reprodutiva. A compreensão desse contexto por profissionais que atuam nos serviços de promoção à saúde é fundamental.

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Recebido: 18 de Agosto de 2021; Aceito: 18 de Dezembro de 2021

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Faculdade de Enfermagem

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