SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 issue58Ethical and legal considerations on collection and analysis of human biological samples within clinical trials sponsored by the pharmaceutical companiesThe tenuous limits between the right to live and the right to die: an academic, legal, and bioethics perspective of palliative care in pets author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • On index processCited by Google
  • Have no similar articlesSimilars in SciELO
  • On index processSimilars in Google

Share


Revista de Bioética y Derecho

On-line version ISSN 1886-5887

Abstract

MACEDO, João; ANTONIO, Isa; MACEDO, Ermelinda  and  LOPES, Maria de Fátima. O plano de parto como mecanismo de proteção do direito à autodeterminação da mulher em contexto obstétrico em Portugal. Rev. Bioética y Derecho [online]. 2023, n.58, pp.223-242.  Epub Sep 25, 2023. ISSN 1886-5887.  https://dx.doi.org/10.1344/rbd2023.58.39814.

A violência obstétrica constitui uma das formas de violência contra a mulher e seus direitos à saúde, segurança, integridade física e psíquica, e, nos casos mais extremos, o direito à própria vida. Abordaremos a violência ocorrida no parto, através de insultos, falta de informação, desrespeito pela autonomia e autodeterminação da mulher e da violação do consentimento informado. A prática de procedimentos médicos como a episiotomia, excesso de medicação, privação de movimentos, manobras de Kristeller, entre outras, são potenciadoras de risco para a saúde e vida do próprio feto/criança. Afirmamos que a violência obstétrica é, em muitos casos, não apenas uma violência contra a mulher, mas também contra a criança. Os casos em que a criança venha a nascer com malformações ou doenças resultantes dos maus-tratos que a mãe sofreu no parto, geram responsabilidade médica. Recorremos a obras e a estudos na área do Direito, Bioética e Saúde Reprodutiva assim como, procedemos à análise exaustiva de diplomas legais internacionais e nacionais. Concluímos que a violência exercida contra a mulher no contexto obstétrico atenta frontalmente contra as leges artis medicinae e constitui uma forma de discriminação de género severa que merece censura legal por parte dos Estados e por parte da própria classe médica. Afirmamos que a episiotomia é atualmente qualificada como uma espécie de mutilação genital feminina, criminalmente punível. Defendemos que o direito a acompanhamento no parto e ao cumprimento do plano de parto elaborado pela mulher ou casal são dois mecanismos essenciais a atenuar ou a eliminar a violência obstétrica.

Keywords : violência obstétrica; autonomia; dignidade da mulher; princípios de bioética; consentimento informado; plano de parto; direitos do feto/criança.

        · abstract in English | Catalan | Spanish     · text in Portuguese     · Portuguese ( pdf )