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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.14 no.39 Murcia jul. 2015

 

REVISIONES

 

Uso de plantas medicinais no cuidado à saúde: produção científica das teses e dissertações da enfermagem brasileira

Uso de plantas medicinales en el cuidado de la salud: producción científica de tesis y disertaciones de enfermería brasileña

Use of medicinal plants in health care: scientific production of theses and dissertation brazilian nursing

 

 

Heisler, Elisa Vanessa*; Budó, Maria de Lourdes Denardin**; Schimith, Maria Denise***; Badke, Marcio Rossato****; Ceolin, Silvana***** e Heck, Rita Maria******

* Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria - PPGenf- UFSM. E-mail: elisa.vanessa@yahoo.com.br
** Doutora em Enfermagem, Docente do Departamento e Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM.
*** Enfermeira, Doutora em Ciências, Docente do Departamento e Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM.
**** Mestre em Enfermagem, Doutorando da FEn/UFPel, Professor Assistente do Departamento de Ciências da Saúde da UFSM.
***** Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem (FEn) - Universidade Federal de Pelotas/RS (UFPel)
****** Doutora em Enfermagem, Professora Adjunta da FEn/UFPel. Brasil.

 

 


RESUMO

Este estudo teve por objetivo identificar a tendência da produção científica da Enfermagem brasileira, em teses e dissertações, sobre o uso de plantas medicinais para o cuidado à saúde.
Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritiva, estruturado por meio de uma revisão narrativa de literatura.
Os resultados foram obtidos por busca online, que ocorreu em maio de 2013, no Portal de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nível Superior. Foram selecionadas, conforme critérios de inclusão e exclusão, 19 produções. Após a análise, as produções foram separadas em tendências: Saberes e práticas populares acerca do uso de Plantas Medicinais, Saberes e práticas profissionais acerca do uso de Plantas Medicinais e Investigação de eficácia de espécies. Os resultados demonstram a importância da participação dos profissionais da saúde, principalmente o enfermeiro, em estudos e pesquisas envolvendo o uso de plantas medicinais, atuando como facilitador no resgate do conhecimento popular e na sua validação cientifica.

Palavras chave: Enfermagem; Plantas Medicinais; Cuidados de Saúde; Medicina popular; Conhecimento.


RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo identificar la tendencia de la producción científica de la enfermería brasileña en tesis y disertaciones, en relación con el uso de plantas medicinales para el cuidado de la salud. Se trata de un estudio cualitativo, de carácter descriptivo, estructurado a través de una revisión narrativa de la literatura.
Los resultados se obtuvieron mediante la búsqueda en línea, que se produjo en mayo de 2013, en el Portal de tesis y disertaciones de la Coordinación de Perfeccionamiento de Personal de Nivel Superior (CAPES). Se seleccionaron conforme criterios de inclusión y exclusión 19 producciones. Tras el análisis las producciones fueron separadas por tendencias: Conocimientos y prácticas populares acerca del uso de las plantas medicinales, el conocimiento profesional y prácticas en cuanto al uso de las plantas medicinales e Investigación de la eficacia de las especies. En general, los resultados demuestran la importancia de la participación de los profesionales de la salud, especialmente los enfermeros, en estudios e investigaciones que involucran el uso de plantas medicinales, actuando como facilitador en el rescate de los conocimientos tradicionales y su validación científica.

Palabras clave: Enfermería; plantas medicinales; Cuidado de la Salud; Medicina Popular; Conocimiento.


ABSTRACT

This study aimed to identify the trend of scientific production of Brazilian Nursing in theses and dissertations, concerning the use of medicinal plants for health care.
This is a qualitative study, descriptive in nature, structured through a narrative review of the literature.
The results were obtained by searching online, which occurred in May 2013, the Portal of theses and dissertations of the Coordination of Improvement of Higher Education Personnel (CAPES). Being selected as inclusion and exclusion criteria 19 productions. To facilitate the analysis and discussion of results productions were separated into trends: Knowledge and practices about the popular use of Medicinal Plants, Professional Knowledge and practices regarding the use of Medicinal Plants Research and effectiveness of species. In general the findings demonstrate the importance of the participation of health professionals, especially nurses, in studies and research involving the use of medicinal plants. Acting as facilitator redemption of traditional knowledge and its scientific validation.

Key words: Nursing; Medicinal Plants; Healthcare; Folk Medicine, Knowledge.


 

Introdução

A utilização das práticas complementares de cuidado à saúde é tão antiga quanto o surgimento da espécie humana, pois desde o início da civilização fazem parte das práticas de cuidado familiar e comunitário. Dentre as diversas práticas complementares utilizadas e difundidas pela cultura popular, as plantas medicinais sempre ocuparam lugar de destaque, e por muito tempo foi o principal recurso terapêutico utilizado para tratar a saúde das pessoas e suas famílias(1).

Com o passar do tempo e o advento da medicina moderna, este conhecimento passou a ser desvalorizado pelos profissionais de saúde, que passaram a trabalhar com ênfase nos medicamentos industrializados, gradativamente introduzido no cotidiano da sociedade. Porém, atualmente, a ciência e as políticas de saúde estão buscando restabelecer o uso das plantas medicinais no cuidado à saúde(2).

Acredita-se que o cuidado realizado por meio da utilização das plantas seja favorável à saúde humana desde que o usuário tenha conhecimento de sua finalidade, riscos e benefícios.(1) Com isso, revela-se a necessidade de domínio desse saber pelos profissionais da saúde, principalmente o Enfermeiro, que pode facilitar a aproximação do saber popular ao cientifico, estimulando no usuário a autonomia por meio da valorização da cultura de cada indivíduo(3).

Desta forma, justifica-se a realização desta pesquisa pela importância da sabedoria popular para o cuidado em saúde e por apostar-se nos benefícios da implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) na Atenção Básica, pelo Ministério da Saúde (MS).

A questão norteadora deste estudo é: qual a tendência da produção científica da Enfermagem brasileira, em teses e dissertações, acerca do uso de Plantas Medicinais no cuidado à saúde? Para responder a esta questão, tem-se como objetivo: identificar a tendência da produção científica da Enfermagem brasileira, em teses e dissertações, acerca do uso de plantas medicinais para o cuidado à saúde.

 

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritiva, estruturado por meio de uma revisão narrativa de literatura. Optou-se por este tipo de revisão, pois possibilita a aquisição e atualização de conhecimento sobre um determinado tema, em curto período de tempo, constituindo-se de interpretação e análise crítica pessoal do autor(4).

A busca online foi realizada no mês de maio de 2013, no Portal de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nível Superior (CAPES), pelo campo assunto, com a associação das palavras "Enfermagem" e "Plantas Medicinais", separadas por vírgula, sendo encontradas 30 publicações entre dissertações e teses.

Os critérios adotados para a seleção das produções foram: resumos completos das teses e dissertações da Enfermagem, produzidas até o ano de 2012, disponíveis online, que abordassem no título ou no resumo o uso de plantas medicinais para o cuidado à saúde. Após a aplicação deste refinamento, restaram 19 referências, sendo 17 dissertações e duas teses. Não se elencou um recorte temporal no intuito de realizar um levantamento geral das produções de enfermagem nesta base de dados.

Em um segundo momento, para a análise dos resumos selecionados, aprofundou-se com a leitura do material. Foi elaborado um quadro sinóptico com os seguintes dados: título, dissertação ou tese, tipo de pesquisa e metodologia, objetivo, universidade de origem e ano de publicação apresentado no Quadro I.

 

 

Após, realizou-se a leitura de todos os títulos e resumos; exploração do material com a determinação das categorias; tratamento dos resultados, e, por fim, a inferência e interpretação por meio de discussão com materiais de referência na área.

 

Resultados

Como pode ser visualizado no Quadro I, ao todo, foram selecionadas 19 produções, sendo possível observar que as Universidades que apresentaram maior número de publicação foram a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com dez dissertações sobre o assunto e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com duas teses. As demais Instituições de ensino apresentaram uma dissertação sobre o tema cada uma.

Quanto ao ano de publicação constata-se que os anos de 2010 a 2012 tiveram quatro produções, seguidos pelo ano de 2009, com duas produções, sendo os de maior destaque para as produções de Enfermagem neste tema. Os anos de 1995, 1999, 2001, 2004 e 2008 aparecem com apenas uma produção cada.

O estado brasileiro de maior produção na área é o Rio Grande do Sul, pois das 19 referências, 12 foram realizadas por universidades gaúchas.

No conjunto de teses e dissertações selecionadas, constatou-se o predomínio do delineamento qualitativo (em 13 referências), três dissertações não informaram no resumo o tipo de pesquisa e metodologia utilizada e uma fez uso do método quantitativo.

No que tange aos temas abordados pelos estudos, das 19 produções selecionadas, 13 estão relacionadas ao saber popular sobre o uso de plantas medicinais para o cuidado a saúde. As temáticas em estudo destes trabalhos analisados tratam da sabedoria popular acerca do uso de plantas medicinais no cuidado familiar e comunitário, bem como, levantamento de plantas utilizadas e comparação do uso e saber popular com o conhecimento científico (7,9,11,12,13,14,15,16,17,18,21,22,23).

Cinco entre os 19 trabalhos selecionados estão relacionados aos saberes e práticas de profissionais, docentes e discentes da área da saúde acerca do uso de plantas medicinais para o cuidado (5,6,8,10,19).

 

Discussão

Observa-se nos resultados deste estudo o destaque de produções da Universidade Federal de Pelotas - UFPel, o qual se deve às pesquisas do Laboratório de Cuidado em Saúde e Plantas Bioativas, grupo que a partir de 2008 vem investindo seus estudos na área de plantas medicinais, com ênfase em saúde rural e sustentabilidade. O grupo realiza levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas no Bioma pampa e integra o Programa Novos Talentos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), realizando atividades de pesquisa e extensão com escolares, com ênfase em oficinas educativas sobre ambiente, saúde e plantas medicinais. O laboratório ainda promove um curso anual de plantas medicinais para profissionais de saúde que atuam na atenção primária dos municípios da região Sul do Rio Grande do Sul.

Com relação ao significativo crescimento das produções nesta área do conhecimento a partir do ano de 2009, o mesmo pode estar relacionado com o incentivo do Ministério da Saúde na área, por meio da publicação da PNPIC no Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (2006), visando a incorporação destas práticas na Atenção Básica.

Para discutir os assuntos abordados nas produções selecionadas, estas, foram divididas em tendências: saberes e práticas populares sobre o uso de plantas medicinais, saberes e práticas profissionais acerca do uso de plantas medicinais e investigação de eficácia de espécies.

Saberes e práticas populares sobre o uso de Plantas Medicinais

A partir dos estudos realizados evidencia-se a importância do resgate da sabedoria popular como forma de prevenção, promoção e tratamento de saúde.(16) O conhecimento sobre o uso de plantas no cuidado à saúde perpassa gerações familiares e está imbricado na cultura da população e na experiência empírica, sendo a mulher a principal detentora e difusora desse saber.(9,11) Estes dados corroboram com estudos realizados na Argentina e Ethiópia, os quais mencionam que são as pessoas mais velhas as detentoras de maior conhecimento sobre plantas medicinais, que é repassado de pai para filho, entre as gerações familiares e também destacando a figura da mulher como a responsável pelo cuidado familiar e cultivo de plantas medicinais.(24,25) Portanto, pode-se reafirmar que a origem do uso de plantas medicinais como recurso terapêutico não é cientifica, pois ocorreu por meio de um saber e de uma prática historicamente legitimados e difundidos no senso comum(26).

Os estudos ainda referem que a preferência do uso de plantas medicinais pela população está relacionada aos baixos custos financeiros(17), fácil acesso e a menores efeitos colaterais quando comparados aos medicamentos industrializados(21,16).

Este resultado vem ao encontro de outra pesquisa que também afirma que as práticas complementares, dentre elas as plantas medicinais, estão sendo ampliadas gradativamente nos serviços de saúde. Justifica-se este aumento devido ao modelo biomédico estar apresentando limitações, como custo elevado, pouca resolutividade em diversos casos, efeitos colaterais e reações adversas das medicações(27).

Ressalta-se também a importância da valorização deste conhecimento pelo profissional enfermeiro, com o intuito de construir o cuidado junto aos sujeitos tornando efetivas as suas ações.(17) Faz-se necessário, também, aproximar o saber popular do conhecimento cientifico, pois a identificação correta para o uso seguro e eficaz das plantas medicinais é primordial(12,18).

Considerando que o cuidado prescrito e desenvolvido por enfermeiros visa a resolutividade de problemas elencados pela enfermagem e equipe de saúde, o tema plantas medicinais encontra-se sim, em sua área profissional. Desta forma, com os estudos avançandos e o Enfermeiro se instrumentalizando de conhecimento cientifico e popular, a prescrição e indicação de uso de plantas medicinais poderão ser realizadas pela categoria profissional(26).

Destaca-se que o órgão normatizador da profissão, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn), a partir da resolução 197/97, no Art. 1o, estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de enfermagem.(28) Esta iniciativa do COFEn é fundamental para estimular investimentos na qualificação dos profissionais de saúde sobre o tema, pois oportuniza a ampliação das práticas terapêuticas, em busca da integralidade da assistência e do fortalecimento do SUS.

Saberes e práticas profissionais acerca do uso de Plantas Medicinais

Nestes estudos, os resultados mencionam que a utilização de plantas medicinais é uma prática presente no cotidiano dos profissionais de saúde, porém ausente em seu espaço de trabalho.(10) Isto reflete insegurança na indicação, justificada pela escassa divulgação de validações científicas(19).

Como impedimentos para o emprego das plantas medicinais no contexto da atenção básica foram apontados o paradigma positivista da formação acadêmica e a falta de capacitações subsequentes que contribuam para um cuidado holístico, voltado às necessidades dos usuários e aos recursos locais disponíveis. Como consequência, a maior parte do conhecimento adotado no discurso com os usuários é proveniente do saber popular adquirido na própria família(19).

É considerada, tanto pelos profissionais quanto pelos acadêmicos pesquisados, a necessidade da inclusão do tema plantas medicinais nos currículos de graduação da área da saúde.(8) Essa situação remete à fragilidade da formação universitária, pois o saber popular no cuidado à saúde permanece à margem da cientificidade reconhecida pelo modelo biomédico.(26) Isso talvez possa explicar o fato de que, apesar de ter sido publicada em 04/05/2006, a Portaria no 971 do Ministério da Saúde que institui a PNPIC é ainda desconhecida pelos profissionais da saúde(10).

Nesse contexto, vale ressaltar a importância das produções e informações cientificas a respeito do uso de plantas medicinais para o cuidado à saúde. Além disso, a incorporação deste saber na formação acadêmica poderá fazer com que o profissional se sinta seguro ao se posicionar perante os usuários e sobre a inserção das práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde.

Investigação de eficácia de espécies

Entre os estudos selecionados, apenas uma dissertação buscou comprovações científicas de plantas medicinais utilizadas e propagadas pela sabedoria popular. A pesquisa realizada teve como objetivo investigar a atividade antimicrobiana, citotóxica e capacidade sequestradora de radicais livres dos extratos brutos etanólicos das folhas, pecíolo e casca do caule do Cocos nucífera L(20).

No que se refere aos resultados alcançados com a pesquisa acima citada, foi comprovada a existência de atividade sequestradora de radicais livres, antimicrobiana e a ausência de citotoxicidade em alguns dos extratos brutos das folhas, pecíolo e casca do caule do Cocos nucífera Línn coletado em solo alagoano(20).

O baixo número de estudos sobre comprovação terapêutica das plantas medicinais utilizadas por meio da sabedoria popular vem ao encontro de uma pesquisa realizada no sul do Brasil, que relatou dificuldades devido à falta de comprovação cientifica sobre o efeito analgésico de determinadas plantas utilizadas e propagadas pela população(27).

Demonstra-se de extrema importância a investigação de plantas medicinais com possíveis efeitos terapêuticos, pois se estima que cerca de 25% dos medicamentos industrializados são derivados de plantas, aplicando tecnologias modernas ao conhecimento do senso comum(29).

Defende-se que o enfermeiro, por seu envolvimento com o saber popular, pode contribuir com a ciência, por meio de novos estudos e investigações, que aproximem o saber popular do cientifico.

 

Conclusão

Este estudo permitiu verificar que a Enfermagem brasileira, a partir da década de 1990, vem desenvolvendo teses e dissertações acerca do uso de plantas medicinais para o cuidado à saúde, com destaque a partir de 2009. Apesar dos avanços ocorridos, observou-se certa fragilidade, principalmente no que se refere à implantação da PNPIC e da PNPMF nas práticas de cuidado profissional.

Esta questão demonstra a necessidade da incorporação deste assunto nos currículos acadêmicos das universidades para fornecer respaldo científico aos futuros profissionais. Também destaca-se a necessidade do desenvolvimento de pesquisas com o intuito de demonstrar caminhos para a implementação desta prática de cuidado junto aos serviços do atual sistema de saúde.

No que diz respeito aos assuntos abordados pela Enfermagem em teses e dissertações, em sua maioria, tratam dos saberes e práticas do senso comum a respeito do uso de plantas medicinais, demonstrando o interesse na valorização e resgate deste saber, já que é o ponto de partida para a fabricação de diversos medicamentos à base de plantas.

O conhecimento da população pesquisada, em linhas gerais, está associado a suas origens familiares, transmitido através das gerações. Consagra-se assim, o saber popular sobre o uso de plantas medicinais como vasto campo de pesquisa, pois oferece respaldo para estudos científicos que terão significado não apenas à comunidade cientifica, mas também para à população assistida.

Estes achados demonstram a necessidade da participação do enfermeiro no resgate e validação do conhecimento tradicional, pois o mesmo detém ligação direta com a população em seu contexto cultural.

A qualificação profissional por meio de evidências científicas e do saber popular são fundamentais para a orientação desta prática terapêutica à população. Com esta interlocução de saberes e culturas, os profissionais de enfermagem estimulam maior autonomia no cuidado à saúde da população atendida, favorecendo o fortalecimento SUS.

 

 

Recebido: 22 de novembro de 2013
Aceito: 20 de janeiro de 2014

 

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