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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.19 no.58 Murcia abr. 2020  Epub 18-Mayo-2020

https://dx.doi.org/eglobal.382581 

Originais

Intervenção educacional para melhoria na assistência ao trabalho de parto normal

Ivana Mayra da Silva Lira1  , SimoneSantos e Silva Melo2  , Márcia Teles de Oliveira Gouveia3  , Verbenia Cipriano Feitosa4  , Tatiana Maria Melo Guimarães5 

1Enfermeira- UFPI. Especialista em Enfermagem Obstétrica-UFPI. Teresina, PI, Brasil. ivanamayra@hotmail.com

2Mestre em Enfermagem-UFPI. Professora de Graduação em Enfermagem-UESPI. Teresina, PI, Brasil.

3Doutora em Enfermagem Fundamental-USP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem-UFPI. Teresina, PI, Brasil.

4Mestre em Enfermagem-UFPI.Enfermeira da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Teresina, PI, Brasil.

5Mestre em Enfermagem-UFPI. Professora do Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina, PI, Brasil.

RESUMO

Introdução

A atuação da enfermagem obstétrica no cenário do trabalho de parto e parto vem ganhando destaque por esse ser um profissional considerado uma figura indispensável para o alcance de um parto humanizado, com intuito de resgatar a autonomia da mulher.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo quase experimental, do tipo antes e depois, o qual foi desenvolvido uma intervenção educacional, realizada por meio de curso de capacitação aplicado à equipe de enfermagem. Realizado no período de 01 a 03 de agosto de 2018 na sala de parto de uma maternidade em Teresina-PI. Solicitada autorização do comitê de ensino e pesquisa da instituição, com parecer favorável para realização.

Resultados

Participaram da intervenção 32 profissionais, havendo a presença majoritária da equipe de enfermagem do centro obstétrico, com a composição de 87,50% de técnicos de enfermagem e 85,71% de enfermeiros obstetras. Pode-se observar que no pré-teste houve maior número de erros nas questões 5 com 46,87% de erro e a 10 com 32,50% de erro da temática cuidados de enfermagem no trabalho de parto e parto, com melhoria após aplicação da intervenção com 18,75 e 9,25 de erros respectivamente no pós teste

Discussão

Diante de diversas opções de estratégias instrutivas, a educação continuada possui um lugar de destaque na enfermagem, pois a partir dos resultados, podemos perceber a melhoria dos conhecimentos dos profissionais após aplicação da intervenção educativa.

Conclusão

A intervenção possibilitou que os profissionais ampliassem seus conhecimentos e proporcionar ao binômio mãe-RN um cuidar humanizado e respaldado das evidências científicas.

Palavras chave: Parto normal; Enfermagem baseada em evidências; parto humanizado

INTRODUÇÃO

O parto, até o século XX, era um acontecimento de natureza íntima e privativa, sendo compartilhado apenas entre mulheres, considerado fenômeno natural, cercado de significados culturais, e o nascimento celebrado como evento marcante da vida. Todavia, no decorrer dos anos, houve mudanças que tornaram essa cultura um acontecimento médico-hospitalar1.

Essas mudanças ocorreram a partir da valorização da mulher como protagonista do parto, e da pragmatização do parto como evento fisiológico. Baseado nisso, o conceito de parto humanizado é entendido como prática de cuidado ao parto e ao nascimento, garantindo uma qualidade de assistência segura que valoriza a escolha do ato de dar à luz de forma natural privativa e familiar. O conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam à promoção do parto e do nascimento saudável e à prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. Faz- se necessário uma relação de confiança, que foque para as necessidades e anseios da parturiente, além de permitir uma concepção segura2.

Humanizar o parto não significa apenas fazer o parto normal, realizar ou não procedimentos, mas sim tornar a mulher protagonista desse momento e não torná-la apenas expectadora, dando-lhe liberdade de escolha nos processos decisórios. O parto humanizado inclui o respeito ao processo fisiológico e a dinâmica de cada nascimento, nos quais as intervenções devem ser cuidadosas, evitando os excessos e utilizando os recursos tecnológicos disponíveis3.

Diante disso, o Brasil implantou políticas públicas aplicadas ao contexto da assistência obstétrica e neonatal visando à promoção do parto e do nascimento saudáveis e à prevenção da morbimortalidade materna e perinatal, de modo a garantir que profissionais médicos, enfermeiras obstetras, técnicos de enfermagem e parteiras realizem procedimentos comprovadamente benéficos para a mulher e neonato, evitando intervenções desnecessárias e preservando a privacidade e a autonomia desses sujeitos, reforçando assim as boas práticas de assistência ao parto1.

Para alguns autores2, os profissionais de saúde são coadjuvantes desta experiência, pois têm a oportunidade de colocar seu conhecimento a serviço do bem-estar da mulher e do bebê, reconhecendo os momentos críticos em que suas intervenções são necessárias para assegurar a saúde de ambos. Podem minimizar a dor, ficar ao lado, dar conforto, esclarecer, orientar, enfim, ajudar a parir e a nascer.

Neste sentido, salienta-se que a equipe de enfermagem é respaldada pela Lei do Exercício Profissional nº. 7.498 de 25 de junho de 1986 para atuar diretamente no cuidado à mulher em trabalho de parto e parto. Entender como a equipe de enfermagem vem atuando na assistência obstétrica permite propor melhorias na atenção às parturientes e dessa forma contribuir para o crescimento e avanço da prática de enfermagem, no que diz respeito à humanização do cuidado4.

Vale destacar, que na realização do parto humanizado, é essencial que cuidados não farmacológicos de alívio da dor sejam explorados; a equipe de enfermagem, que é formada por enfermeiro, técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, tem um papel fundamental na realização desses cuidados, proporcionando, à parturiente, o alívio da dor por meio de medidas simples como liberdade de adotar posturas e posições variadas, exercícios que facilitam o trabalho de parto, deambulação, respiração ritmada e ofegante, banhos de chuveiro e de imersão, toque e massagem, dando à mulher a oportunidade de ter uma boa vivência deste momento especial que é a chegada do filho3.

O acolhimento da parturiente pela equipe de enfermagem pode contribuir para um atendimento humanizado, porém isso só existirá se o acolhimento for entendido como um processo em que todos os que compõem uma equipe multiprofissional estejam qualificados e capacitados para tal ato4.

O encorajamento e a confiança transmitidos por uma equipe de enfermagem compreensiva pode ter uma influência marcante na redução da tensão emocional no trabalho de parto, principalmente quando se dá à mulher oportunidade de discutir seus sentimentos, realizar indagações e expressar seus temores5.

Nesse sentido, é de suma importância que a equipe de enfermagem esteja capacitada com base nas evidências das boas práticas de assistência humanizada intraparto recomendadas pela Organização Mundial da Saúde -OMS, Ministério da Saúde- MS e Política Nacional de Humanização ao Parto e Nascimento para que haja a possibilidade de realizar uma assistência acolhedora e holística à parturiente e ao recém nascido, para que assim, junto com a equipe multiprofissional possam proporcionar um parto e nascimento seguro e humanizado.

Assim, o estudo tem como questão norteadora: os profissionais da equipe de enfermagem que atuam em sala de parto, estão aptos a realizarem assistência a parturiente no trabalho de parto e parto de acordo com as evidências recomendadas?

Para atualizar esses profissionais, esse estudo objetiva: realizar capacitação da equipe de enfermagem das salas de parto e CPN de uma maternidade de referencia em Teresina-PI, na melhoria da assistência ao trabalho de parto normal.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa quase-experimental do tipo antes e depois, realizada aplicando uma intervenção educacional, no qual foram abordadas temáticas sobre boas práticas recomendadas na assistência à parturiente e ao recém nascido recomendadas pela OMS e MS em um curso de capacitação aplicado à equipe de enfermagem, no qual foi realizado avaliação da efetividade por meio de aplicação de pré- teste e pós-teste.

A realização da intervenção educativa foi realizada no repouso de enfermagem no centro obstétrico superior (COS) de uma Maternidade de referência no Piauí. A mesma é localizada na região sul da cidade de Teresina-PI. Possui 248 leitos obstétricos e 167 leitos neonatais. É a maior maternidade do estado e responsável por 63% dos nascimentos ocorridos na cidade de Teresina6.

Para assistência ao parto normal existe, na maternidade, o Centro de Parto Normal (CPN) e o Centro Obstétrico Superior (COS). O CPN possui uma estrutura do com 5 leitos para quarto PPP (Pré-Parto, Parto e Pós-Parto) individualizado. As parturientes são atendidas por Enfermeiras Obstetras e técnicas de enfermagem. O médico obstétrico é chamado apenas quando surge alguma intercorrência. O Pediatra é o responsável pela alta hospitalar do recém-nascido6.

O COS é um centro obstétrico que possui 3 enfermarias totalizando 9 leitos. Possui 4 leitos para quarto PPP. Possui sala de RN, onde são realizados os primeiros cuidados com RN, sala de vacina e posto de enfermagem. A assistência é prestada a parturiente por obstetras, fisioterapeutas, enfermeiros obstetras e técnicas em enfermagem.

Visando a melhor comodidade para esses profissionais, o curso foi ministrado no COS.

Esta intervenção foi realizada com técnicos de enfermagem e enfermeiros dos setores COS e CPN da maternidade, que concordaram participar da capacitação. No COS a equipe de enfermagem é composta por 21 técnicas de enfermagem (TE) e 13 enfermeiros obstetras (EO). No CPN a equipe de enfermagem é composta por 11técnicas de enfermagem e 12 enfermeiros obstetras. O universo de participantes é 57 profissionais da equipe de enfermagem.

Tivemos como critério de inclusão: vínculo profissional na instituição de no mínimo um ano; e como critério de exclusão: profissionais que estavam em atestado médico, licença sem vencimento e/ou férias no período da coleta de dados.

Após aplicação dos critérios de exclusão, a população final foi 49 profissionais da equipe de enfermagem. A amostra foi aleatória, conforme a disponibilidade e rotina do plantão, totalizando 32 profissionais de enfermagem.

A intervenção educativa teve como proposta a realização de um curso, que abordou o tema evidências e recomendações na assistência humanizada ao trabalho de parto e cuidados aos recém-nascidos em sala de parto. A fim de avaliar a eficácia do curso, foi aplicado um pré-teste e pós-teste aos participantes do curso. O pré-teste, assim como o pós-teste possuem perguntas objetivas, de múltipla escolha, no qual são testados conhecimentos sobre assistência a parturiente no trabalho de parto, no parto, métodos não farmacológicos de alívio da dor e cuidados com RN em sala de parto. O curso teve carga horária de 5horas/aula, e realizado no mês de agosto de 2018, com turmas distribuídas em turnos e data distintas para abranger o maior número de profissionais, totalizando 5 turmas.

A coleta de dados foi dividida em três etapas. A primeira etapa se deu pela aplicação do pré teste e questionário socioeconômico. Ambos são estruturados e autoaplicáveis. Foram elaborados e aplicados pelos pesquisadores. Sendo que previamente foi realizado um teste piloto do preenchimento dos mesmos. Para isso, foi diponibilizado uma duração de 30 minutos para realização dos mesmos.

A segunda etapa da coleta foi a realização da aula(intervenção educacional) Os assuntos discutidos na aula foram: políticas de humanização (Rede Cegonha; Política de Humanização de Parto e Nascimento; Politica Nacional de Humanização); boas práticas na assistência ao trabalho de parto e parto recomendadas pela Organização Mundial da Saúde-OMS e Ministério da Saúde-MS; contato pele-a-pele; amamentação na primeira hora de vida; clampeamento do cordão umbilical em tempo oportuno; e cuidados iniciais com RN na sala de parto de acordo com os preceitos da Sociedade Brasileira de Pediatria e MS. Cada aula, teve a duração de 3h em cada turma. E para seu desenvolvimento, foi utilizado metodologias ativas para promover interação entre os participantes. Em seguida, a terceira etapa da coleta foi a solicitação do preenchimento do pós-teste com duração de 30 minutos.

Após a coleta de dados, os valores obtidos foram digitados duplamente em banco de dados no programa Excele, após, exportados e analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences- SPSS, versão 20.0.

Para realização dessa intervenção, foi solicitada autorização do comitê de ensino e pesquisa da instituição, com parecer favorável para a realização CEMDER- 2018080003.

RESULTADOS

Em relação à composição de profissionais de enfermagem, a amostra total foi de 32 participantes. A tabela 1abaixo, contempla a distribuição de participantes do curso conforme setor e categoria profissional.

Tabela 1. Distribuição dos participantes do curso por setor e categoria profissional. 

Fonte: Pesquisa direta realizada com profissional (2018).

Participaram da intervenção 32 profissionais, com participação predominante da equipe de enfermagem do COS, com a composição de 87,50% de TE e 85,71% de EOs.

Dentre os participantes, prevaleceram profissionais do sexo feminino, faixa etária com média entre 35-45 anos. 53,12% eram casadas. Quanto ao tipo de formação, 43,75% possuíam apenas o ensino médio profissionalizante e 50% possuíam pós-graduação. Em relação ao tempo de instituição, 50% dos participantes possuíam mais de 5 anos de trabalho na maternidade. Quanto ao turno de trabalho, 50% trabalhavam no turno noturno, 31,25% no turno diurno, 9,37% eram diaristas do turno da manhã e 9,37 eram diaristas do turno da tarde.

A fim de avaliar a eficácia do curso, a Tabela 2revela os resultados de pré-teste e pós-teste aplicados pelos participantes do curso.

Tabela 2. Distribuição das respostas do pré teste e pós teste aplicados durante o curso. Teresina-PI, 2018 

Fonte: Pesquisa direta realizada com profissional (2018).

A partir da tabela 2, observou-se que no pré-teste houve maior número de erros nas questões 4 com 18,75% de erro, a questão 5 com 46,87% e a 10 com 32,50% de erro da temática cuidados de enfermagem no trabalho de parto e parto, e na questão 2 com 40,63% de erro da temática cuidados com o RN. Foi verificado que após a intervenção educativa, os erros nessas questões diminuíram, comprovados após aplicação do pós-teste.

Sobre o conteúdo das perguntas, a questão 4 aborda temática referente a cuidados anteparto, a questão 5 aborda sobre as indicações das posições não supinas, A questão número 10, refere sobre o intervalo para a avaliação por meio do toque vaginal em mulher de baixo em trabalho de parto ativo. Já a questão 2 aborda qual deve ser a temperatura adequada da sala de parto e do RN no momento do nascimento.

As questões que os participantes acertaram 100% no pré-teste foram as questões 1 e 2 da temática cuidados com a parturiente intraparto e a questão 1 da temática cuidados com o RN.

A pergunta 1 questiona como deve ser a dieta da parturiente no TP, a questão 2 fala privacidade da parturiente nas sala de parto. Já a questão 1 da temática cuidados com RN fala do contato pele-a-pele do binômio mãe-RN.

DISCUSSÃO

Em virtude da análise dos dados, pode-se afirmar que os profissionais de enfermagem que prestam atendimento à parturiente na instituição estudada configuram-se como sendo do sexo feminino, em sua grande maioria, convivendo com parceiro sexual, e com idade acima de 40 anos.

Foi também possível verificar que, além de serem profissionais que atingiram a maturidade pessoal, exibem uma experiência profissional no atendimento à mulher no ciclo gravídico-puerperal. Portanto, corroborando com um estudo7o perfil do grupo estudado revela características de pessoas maduras tanto do ponto de vista etário quanto profissional.

Assim, devemos enfatizar que a assistência de enfermagem obstétrica à parturiente é compreendida por um processo complexo e que exige uma série de competências e responsabilidades que incluem o conhecimento prático e teórico das diversas fases do TP. É necessário que o enfermeiro saiba atuar desde casos eutócicos até o reconhecimento de situações de risco8.

O enfermeiro obstetra também trabalha no papel de educador da parturiente, da família e do acompanhante, esclarecendo dúvidas e informando conscientemente sobre as etapas do TP, prestando-lhes apoio emocional e físico9.

Através dos resultados pode-se observar que ainda existem profissionais da equipe de enfermagem com déficits de conhecimento em relação as práticas recomendadas na assistência ao trabalho de parto normal.

Nesse sentido, devemos considerar que um profissional qualificado é aquele que recebeu formação e treinamento e atingiu proficiência nas habilidades necessárias para manejar a gestação normal, o parto e o período pós-parto imediato e para identificar, manejar e referir complicações nas mulheres e nos recém-nascido8.

Diante de diversas opções de estratégias instrutivas, a educação continuada possui um lugar de destaque na enfermagem. Conceitua-se como práticas utilizadas com o intuito de desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores, através de um processo educativo constante no qual se busca aprimorar os conhecimentos e consequentemente melhorar a assistência prestada por esses profissionais9.

Nessa concepção, a enfermeira obstetra, ao implantar suas práticas obstétricas nos serviços de saúde com a proposta de humanização recomendada pela OMS, coloca à disposição das usuárias um conhecimento profissional específico, caracterizado por ser essencialmente relacional e derivado de um saber estruturado da enfermeira. Também é aberta porque integra saberes populares e de diversas disciplinas na construção do cuidado. Por ter como instrumentos básicos os corpos, proporciona conforto e autonomia ao incentivar as mulheres a reconhecerem e desenvolverem suas próprias habilidades10.

As questões que tratavam a temática cuidados com a parturiente no trabalho de parto, foram as que pontuaram mais acertos, corroborando com o estudo11enfatiza que as técnicas para alívio da dor, são algo positivo na assistência, algo que trouxe conforto e satisfação no momento de parir. É refroçada a ideia que a mulher deve ser tratada com carinho, e deve-se respeitar o seu tempo, proporcionando o alívio da dor através de exercícios, massagens, banhos, deambulação e até mesmo adoção de posições durante o trabalho de parto.

Durante o trabalho de parto, o enfermeiro e sua equipe devem valorizar a mulher, ajudando-a no processo de parir, respeitando seu tempo, utilizando técnicas que visam o relaxamento e o alívio da dor como massagens, banhos, estímulo à deambulação ativa, exercícios respiratórios, mudança de posição, toques reconfortantes e utilização de bolas de nascimento2.

Nesse sentindo, é importante destacar o movimento de humanização do parto, luta pela diminuição das intervenções desnecessárias e pela promoção de cuidado ao processo de gravidez/parto/nascimento/amamentação, que são entendidos como processo singular, natural e fisiológico e que requer o fortalecimento do papel da mulher como protagonista nesse processo12.

A Política Nacional de Humanização aborda a comunicação e a escuta qualificada como ferramentas facilitadoras do acolhimento nos serviços de saúde, no entanto, é necessário que os profissionais compreendam a importância do acolhimento para permanência do usuário nestes serviços, pois ao sentir-se parte desse universo o cliente responde de forma satisfatória ao tratamento. Assim, entende-se que humanizar significa acolher em sua essência, respeitando acima de tudo a autonomia e fisiologia feminina, com uma visualização holística da mulher, transmitindo tranquilidade e respeito durante todo o acompanhamento do parto13.

CONCLUSÃO

Houve a melhora dos conhecimentos dos profissionais da equipe de enfermagem o que permitirá o desenvolvimento do cuidado humanizado e redução dos índices de violência obstétrica e morbi-mortalidade materna e neonatal.

É necessário a constante capacitação dos profissionais responsáveis pelo cuidado à parturiente, para que sejam coadjuvantes do proceso fisiológico do trabalho de parto. Alguns obstáculos foram enfrentados para realização deste estudo, como por exemplo, a resistência da participação de alguns profissionais. Essa dificuldade foi sanada parcialmente pelo deslocamento da realização do curso para um ambiente próximo ao setor de trabalho.

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Recebido: 05 de Junho de 2019; Aceito: 18 de Setembro de 2019

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