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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.12 no.29 Murcia ene. 2013

 

DOCENCIA-INVESTIGACIÓN

 

Fatores relacionados à identidade profissional do enfermeiro: Visão dos discentes

Factores relacionados con la identidad profesional del enfermero: Visión de los discentes

Factors related to nurses professional identity: Overview of students

 

 

De Oliveira, Gabriel Jefferson Norberto*; Medeiros Germano, Raimunda*; Nogueira Valença, Cecilia*; Santos Cossi, Marcelly*; Gurgel Câmara, Alessandra*; Rêgo Pinto, Diana Paula de Soza*

*Universidad Federal de Rio Grande. Brasil. E-mail: gabrielj_sax@yahoo.com.br

 

 


RESUMO

O objeto deste estudo contempla a identidade profissional do enfermeiro na visão de estudantes, definindo como objetivo discutir os fatores que contribuíram para a formação da identidade profissional do enfermeiro durante o período de formação. A investigação é do tipo descritivo/exploratório com abordagem qualitativa. Foram sujeitos de investigação 11 discentes do curso de enfermagem da UFRN. Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) mediante o parecer no 120/2010 e CAAE no 0037.0.051.000-10. As informações coletadas foram analisadas através da técnica de análise de conteúdo. Os discentes apontam que a postura dos docentes motivados com a profissão é fundamental para a construção dessa identidade. Além disso, as vivências nos serviços e as práticas durante os estágios mostraram-se imprescindíveis para aflorar a ideia do que é, realmente, ser enfermeiro. Apesar dos vieses surgidos durante o curso, os discentes visualizaram a importância da SAE como uma maneira de valorizar seu trabalho e melhorar a assistência aos pacientes. Entretanto, o assunto deveria ser abordado com mais frequência no decorrer da graduação como uma forma de auxiliar na construção dessa visão pelos futuros enfermeiros.

Palavras chave: estudantes; enfermagem; exercício profissional.


RESUMEN

El objeto de este estudio incluye la identidad profesional de las enfermeras en la visión de los estudiantes, definir el propósito de discutir los factores que contribuyeron a la formación de la identidad profesional de las enfermeras durante el período de formación. La investigación es un enfoque cualitativo, descriptivo / exploratorio. Los sujetos fueron 11 estudiantes de enfermería de la UFRN. Fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) en el Dictamen N o 120/2010 y N o CAAE 0037.0.051.000-10. Los datos fueron analizados utilizando la técnica de análisis de contenido. Los estudiantes señalan que la postura de docentes motivados con la profesión es fundamental para la construcción de esta identidad. Por otra parte, las experiencias y prácticas en el servicio durante las etapas mostraron ser indispensable para aflorar la idea de lo que es realmente ser enfermera. A pesar de los sesgos que surgen durante el curso, los estudiantes vieron la importancia de la SAE como una forma de mejorar su trabajo y mejorar la atención al paciente. Sin embargo, el asunto debe ser abordado con mayor frecuencia en el transcurso la graduación como una manera de ayudar a construir esta visión por las futuras enfermeras.

Palabras clave: estudiantes; enfermería; práctica professional.


ABSTRACT

The objective of this study includes the professional identity of nurses in the view of students, defining the purpose of discussing the factors that contributed to the training of professional identity of the nurse over the period of training. The research is descriptive and exploratory, with a qualitative approach. Research subjects were 11 students studying nursing at the Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). It was approved by the Ethics Committee of the UFRN by Opinion No. 120/2010 and No. CAAE 0037.0.051.000-10. The data was analyzed using the technique of content analysis. The students pointed out that the attitude of motivated teachers to the profession is fundamental to the construction of this identity. Moreover, the experiences and practices in services during the stages it proved indispensable to touch upon the idea of what is really being a nurse. Despite the biases that arise during the course, the students viewed the importance of SAE as a way to enhance their work and improve patient care. However, the matter should be discussed more often during training as a way to help build this vision for future nurses.

Key words: Students; Nursing; Professional Practice.


 

Introdução

Desde sua origem, a Enfermagem experimentou três momentos marcantes em sua evolução conhecidos como fases empírica, evolutiva e de aprimoramento, firmandose com a profissionalização e construção de um corpo de conhecimento próprio desde o século passado (1)

Seu desenvolvimento se deu a partir de práticas leigas, alcançando maior aprimoramento no século XIX com Florence Nightingale, fundamentando-se atualmente em múltiplas competências profissionais: assistência, ensino, gerência e investigação (2).

Para a execução de suas competências, o enfermeiro conta com sua formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, características que o dão respaldo científico e intelectual pautados nos princípios éticos e legais (3).

Durante o ensino de graduação em Enfermagem surgem dificuldades para a adequação às exigências do mercado de trabalho. Enquanto o ensino apresenta conteúdos ideais, a prática assistencial não possui correspondência com as teorias ensinadas. Além disso, a exigência do cumprimento do saber técnico nem sempre é possível de ser seguida na vida profissional, por exemplo (4).

É necessário contextualizar para inovar o ensino da enfermagem a partir das características do mundo do trabalho da enfermagem contemporânea. A contínua busca do conhecimento atualizado possibilita que o graduando encontre novos sentidos para enfrentar os desafios do cotidiano, de forma consciente e comprometida com as mudanças vinculadas ao contexto da saúde (5,6).

Dessa forma, os discentes precisam ter uma concepção correta sobre a identidade profissional do enfermeiro em meio às mudanças e desafios do mundo do trabalho da enfermagem, demandando uma reflexão acerca do perfil do profissional que deseja ser.

A relevância deste estudo compreende a necessidade de clareza da identidade profissional do enfermeiro para os estudantes, futuros profissionais de saúde/enfermagem, no contexto da equipe de saúde, ao desenvolverem suas atribuições e competências profissionais com segurança.

Deste modo, o objeto deste estudo contempla a identidade profissional do enfermeiro na visão de estudantes. Tem como questão norteadora: Quais os fatores relacionados à identidade do enfermeiro na visão dos discentes?

Esta investigação tem por objetivo discutir os fatores que contribuíram para a formação da identidade profissional do enfermeiro durante o período de formação.

 

Metodologia

Esta investigação é do tipo descritivo/exploratório com abordagem qualitativa. Foram sujeitos de investigação 11 graduandos cursando o oitavo período de enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), regularmente matriculados na disciplina Exercício Profissional da Enfermagem, critério de inclusão para participar do estudo. Logo, excluíram-se dessa seleção os estudantes que não estiveram presentes durante a realização das coletas de dados.

A seleção do grupo levou em consideração o momento em que os estudantes vivenciam um aprofundamento da percepção sobre a identidade profissional do enfermeiro, pois já conhecem o currículo de enfermagem em larga medida e percebem este assunto no decorrer da disciplina e de seus estágios supervisionados.

Para a coleta de informações foi utilizada a técnica de grupo focal, que pode contribuir a respeito da temática abordada e sua disponibilidade na aplicação coletiva. Foram realizados dois encontros de grupo focal no período de um mês.

O uso do grupo focal possibilita ao pesquisador instigar discussões, percepções e tendências compartilhadas pelo grupo ou até mesmo discordâncias. Pode ser entendido como uma inovação, pois se propõe a superar os dualismos redutores que opõem o sujeito/objeto, possibilitando a transformação cognitiva deste através das relações recíprocas estabelecidas na realização da técnica, (re)criando-se e, consequentemente, emancipando-se (7).

As informações coletadas foram analisadas através da técnica de análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Foi realizada em três momentos: pré-análise (leitura flutuante dos dados transcritos das gravações); exploração do material (seleção das falas dos sujeitos e organização das categorias ou núcleos temáticos) e tratamento dos resultados (interpretação). Assim, fez-se a leitura flutuante do material empírico e a constituição do corpus, que se dá a partir dos critérios de validação exaustividade, representatividade e pertinência, a fim de elaborar as categorias temáticas (8).

Das narrativas dos participantes, foram retirados trechos significativos que representam a percepção dos graduandos a respeito da identidade profissional do Enfermeiro e como esse conceito de identidade foi paulatinamente construído no decorrer do curso. Desse modo, emergiu a categoria: Fatores relacionados à identidade profissional do enfermeiro na visão dos discentes.

Conforme a Resolução CNS 196/ 96, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa-CONEP, que normatiza pesquisas envolvendo seres humanos (9), esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) mediante o parecer no 120/2010 e CAAE no 0037.0.051.000-10. Além disso, os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), garantindo a preservação da sua identidade.

Para manter o sigilo dos participantes do estudo, utilizaram-se como pseudônimos para os grupos focais, dois grandes nomes para a enfermagem nacional: Edith de Magalhães Fraenkel, uma das fundadoras da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN) e Wanda Horta, considerada a primeira teórica brasileira de enfermagem.

 

Resultados e discussão

Tanto a presença e postura dos docentes em relação ao curso e à própria Enfermagem, quanto o próprio desejo de fazer uma enfermagem plena foram de suma importância para a construção dessa identidade.

[...] A vivência no curso amadurece essa visão. Professores muito motivados passam para a gente os valores, mas também a questão do 'Eu', do fato de eu gostar de agir para que hoje tenha essa identidade e a continue construindo. Sinto-me realizada, satisfeita. (Wanda Horta)

Não há como negar que os significados da profissão de enfermagem influenciam de forma significativa a forma como o próprio conceito de enfermagem é compreendido. Bons exemplos têm o poder de impregnar nos estudantes e profissionais o que se espera de um enfermeiro, seja através da história das precursoras da enfermagem, seja através do entusiasmo e dedicação contemplados na sala de aula.

Outro ponto a ressaltar, já vislumbrado por Florence, é que a enfermagem deve ser vista como profissão, mas a vocação também figura-se como elemento imprescindível para sua atuação, devendo esses dois aspectos andarem juntos (10).

Um dos participantes completa o raciocínio afirmando que as experiências vividas durante a graduação e a qualidade da instituição de ensino reforçaram a visão da enfermagem lecionada em sala de aula:

[...] A vivência, a vivência no serviço, a prática ajudaram bastante. Graças a Deus nossa profissão tem pesquisa, tem estudo... Nossa universidade é uma das mais conceituadas. Isso só contribui. (Edith de Magalhães Fraenkel)

Vale salientar que a universidade deve reconhecer a formação profissional como condição fundamental, a fim de manter e, além disso, melhorar a qualidade na produção dos serviços em saúde, buscando construir um novo perfil profissional, a partir da implementação de mudanças no modelo tradicional, que sejam mais responsivas à atualidade (11).

Uma vez que a Enfermagem constitui-se em um campo de práticas e de saber, onde também há o entendimento de uma potencialidade maior ou diferente para o desenvolvimento da ação educativa, o processo ensino-aprendizagem deve priorizar uma formação integral e adequada do estudante, para fomentar o fortalecimento do modelo de atenção à saúde (12,11).

Muitos foram os fatores que contribuíram para a descoberta de qual seria a identidade do Enfermeiro. Os exemplos vivos, a própria vocação e interesse em relação à profissão, a interdisciplinaridade envolvida no processo ensino-aprendizagem e o acúmulo de bagagem vivida, são alguns desses fatores. Contudo, não apenas de bons exemplos são formados esses conceitos. Nos relatos colhidos também estão presentes várias queixas em relação à facilitação dessa percepção.

Durante os grupos focais surgem relatos de profissionais, observados no decorrer do curso da graduação, que, ao invés de facilitar o encontro do estudante com a identidade profissional, acabaram por deixar essa visão turva, não permitindo a real visualização dessa identidade.

[...] Algumas vezes a gente vive o paradoxo entre o que vê na sala de aula e o que vê nas aulas práticas. É algo muito frustrante! Vocês repararam que construímos um perfil de enfermeiro negativo? A gente aprendeu isso na prática. De como não ser enfermeiro. (Edith de Magalhães Fraenkel)

[...] Eu fico imaginando como é que as pessoas viam a enfermagem. Acho que pra elas a construção da identidade profissional é muito mais difícil. (Wanda Horta)

Percebe-se que apesar da dificuldade em visualizar a identidade profissional do enfermeiro nos profissionais encontrados no decorrer das práticas de estágios, os acadêmicos carregam consigo, mesmo que de forma imatura, os conceitos pré-formados através das aulas teóricas.

[...] E cadê as orientações (relacionadas a uma consulta de pré-natal)? Não tem! E é o essencial do enfermeiro. (Edith de Magalhães Fraenkel)

Sabe-se que o enfermeiro, principalmente na qualidade de integrante da Equipe de Saúde da Família, deve prestar atendimento à comunidade por meio de atividades de Promoção e Educação em Saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação E, neste contexto, as orientações são parte fundamental do seu serviço. Porém, conforme a declaração supracitada, nem sempre é o que se observa.

A própria prática da enfermagem traz dúvidas para a concretização dessa identidade. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), no entanto, é apresentada como importante ferramenta para contornar esse quadro.

Essa Sistematização representa o instrumento de trabalho do enfermeiro com objetivo de identificação das necessidades do paciente. Ocorre através de processo dinâmico que requer, na prática, conhecimento técnico-científico. Com ela, é possível o profissional sistematizar a assistência e direcionar os cuidados de enfermagem, permitindo segurança do usuário do sistema de saúde e dos próprios profissionais (13).

Apesar de ser um modo de exercer a profissão com autonomia baseada nos conhecimentos técnico-científicos, a aplicação da SAE envolve mais do que uma sequência de passos a ser seguidos, tornando-a menos simples do que sugere a teoria (14). E, por isso, essa aplicação está ainda muito aquém do esperado.

Ainda que de posse de um mecanismo de autoafirmação de sua identidade e profissão, a SAE só nos ajuda a decifrar a identidade do Enfermeiro quando é utilizada no campo de atuação, não apenas na academia.

Quando não utilizada, o profissional pode ficar a mercê de condutas de outras categorias, como por exemplo, com sua assistência voltada em prol da queixa-conduta, onde, em muitos momentos, constitui-se como trabalho complementar na hegemonia médica e, consequentemente, sendo assim reconhecido na sociedade(1).

[...] A gente sempre tende, durante a formação, lá no quarto e sexto períodos, a fazer o estudo de caso de acordo com um diagnóstico médico, sempre tem um foco de acordo com o médico, é tudo médico. E isso dificulta muito. É um padrão que dificulta a conclusão do que é ser enfermeiro. (Wanda Horta)

Porém, quando instituída a Sistematização, enquanto processo organizacional, tornase possível oferecer subsídios para o desenvolvimento de métodos/metodologias interdisciplinares e humanizadas de cuidado; é um meio no qual os profissionais podem aplicar seus conhecimentos, caracterizando sua prática profissional e conduzindo a sua autonomia profissional; e, facilita tanto o registro como a recuperação de dados, qualificando a assistência de enfermagem e o controle de custos e auditoria (15, 16, 17).

Os benefícios para o profissional, para a instituição e para a pessoa que necessita do cuidado são inegáveis. A aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem acende uma lâmpada em meio à neblina que encobre a identidade desse profissional:

[...] O que ainda me deu uma luz foi a sistematização (SAE) porque ela tenta interligar a atuação do enfermeiro. Você passa a ter um foco porque você sabe que aqueles diagnósticos e aquelas prescrições se aplicam a "tudo". (Wanda Horta)

[... ] Então, realmente, tem uma relação direta com a SAE, que é um arcabouço, uma ciência materializada da enfermagem, muito bem demarcada com a identidade do enfermeiro. (Edith de Magalhães Fraenkel)

Conforme a discussão toma corpo, mais argumentos que reforçam a importância da SAE surgem:

[... ] Achei oportuno quando falamos na SAE porque tanto no serviço de saúde, quanto na academia, aqui no Rio Grande do Norte, ela ainda não é aplicada. A gente sabe que em São Paulo, ou em outros estados, até aqui na Paraíba e em Sergipe, está mais forte. (Edith de Magalhães Fraenkel)

[...] Se a gente tem dificuldade (em fixar a identidade profissional) imagine aquelas pessoas que só estão tendo oportunidade (de aprender/aplicar a SAE) depois de tantos anos de profissão. É muito mais difícil. (Wanda Horta)

Embora não aconteça em boa parte das instituições de saúde, o Conselho Federal de Enfermagem, através da RESOLUÇÃO COFEN-358/2009, tornou obrigatória a implementação da SAE, reforçando a importância e necessidade de se planejar a assistência de enfermagem, em toda instituição da saúde, pública e privada (18).

Infelizmente, a consolidação desse processo não é simples e depende de vários fatores, dentre os quais pode-se citar: o envolvimento e capacitação de todos os membros da equipe de enfermagem; uso de instrumentos, métodos e procedimentos válidos e confiáveis; e desenvolvimento de raciocínio clínico diagnóstico e terapêutico precisos (19).

Por fim, os colaboradores dão sugestões quanto à formação do enfermeiro e de sua identidade:

[..] A gente paga a disciplina Exercício Profissional apenas no oitavo período, quando deveríamos ter visto já no primeiro, ou segundo períodos. (Edith de Magalhães Fraenkel)

[...] Tanto a SAE como essa questão de identidade profissional poderia ser muito melhor trabalhada durante a graduação. Deveria ser discutida desde o inicio do curso para melhorar essa visão do que é ser enfermeiro. (Wanda Horta)

[...] Pois hoje, no oitavo período sabemos que o enfermeiro é líder, é supervisor, ético, educador, humilde, tem que ter conhecimento, e mais importante, tem que se ver e agir como tal. (Edith de Magalhães Fraenkel)

 

Conclusão

Ao refletir sobre os fatores que contribuem para a formação da identidade do enfermeiro, os discentes apontam que a postura dos docentes motivados com a profissão é fundamental para a construção dessa identidade. Além disso, as vivências nos serviços e as práticas durante os estágios mostraram-se imprescindíveis para aflorar a ideia do que é, realmente, ser enfermeiro.

Apesar dos vieses surgidos no decorrer das experiências acadêmicas, como a observação da centralização no trabalho do profissional médico, os estudantes se mostraram capazes de driblar essa concepção visualizando a importância da Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) como uma maneira de valorizar seu trabalho e melhorar a assistência aos pacientes.

Muitos são os fatores envolvidos na construção da identidade profissional do enfermeiro. Portanto, o assunto deveria ser abordado com mais frequência no decorrer da graduação como uma forma de auxiliar na construção dessa visão pelos futuros enfermeiros.

A construção de um novo conhecimento, competências, atitudes e habilidades no exercício profissional da enfermagem devem ter por fundamentação teórica as concepções da ciência ética e da bioética, no que diz respeito à construção da consciência moral refletida e vivida dos alunos da graduação frente à pluralidade social e cultural dos homens em sociedade.

 

Referencias

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