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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.16 no.47 Murcia jul. 2017  Epub 01-Jul-2017

https://dx.doi.org/10.6018/eglobal.16.3.266571 

Originales

Validação da “Subjective Happiness Scale” em pessoas com Doença Renal Crónica

Luís Manuel Mota Sousa1  , Cristina Maria Alves Marques-Vieira1  , Sandy Silva Pedro Severino2  , Juan Luis Pozo-Rosado3  , Helena Maria Guerreiro José4 

1 Enfermeiro / a Especialista em Enfermagem de Reabilitação do Hospital Curry Cabral, Centro Hospitalar Lisboa Central. Professor da Universidade de Atlántica. Portugal.

2 Enfermera Especialista em Enfermagem de Reabilitação do Hospital Curry Cabral, Lisboa Hospital Center Central. Portugal.

3 Enfermero Especialista em Enfermagem de Reabilitação do Hospital Fernando da Fonseca. Portugal.

4 Enfermera Médico-Cirúrgica especialista, pesquisador e estudioso CIIS da Academia Europeia de Ciências de Enfermagem. Diretor da Escola de Multipefil, Luanda, Angola Saúde.

RESUMO

Objetivo

Validar as propriedades psicométricas da Subjective Happiness Scale (SHS) em pessoas com Doença Renal Crônica (DRC) em programa de hemodiálise.

Método

Trata-se de um estudo metodológico. A amostra randomizada foi constituída por 171 pessoas com DRC submetida a hemodiálise em duas clinicas na região de Lisboa, Portugal. Os dados foram colhidos de maio a junho de 2015. Foram avaliadas as propriedades psicométricas: validade (construto, convergente e discriminativa), fidedignidade por meio da consistência interna (α de Cronbach) e estabilidade (Coeficiente de Correlação Intraclasse e Coeficiente de Correlação de Spearman-Brown).

Resultados

Os resultados suportam a estrutura unifatorial, com uma confiabilidade (α=0,90). Além disso, esta escala está positivamente correlacionada com a Escala de Satisfação com a Vida (r=0,60; p<0,001), apoiando assim a sua validade de critério.

Conclusões

A versão portuguesa da SHS é válida e reprodutível em pessoas com DRC.

Palavras chaves Insuficiência Renal Crónica; Estudos de Validação; Psicometria; Felicidade; Enfermagem

INTRODUÇÃO

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma doença degenerativa, caracterizada pela destruição progressiva, gradual e irreversível de grande número de nefrónios e consequentemente diminuição da capacidade dos rins de excretar metabólitos, isto é, perda da função renal1)(2)(3)(4. A hemodiálise representa uma das opções para o tratamento das pessoas com DRC. Esta técnica consiste na filtração extracorporal do sangue, por intermédio de uma máquina. A submissão à hemodiálise tem impacto, a nível físico, psicológico e social, com repercussões na vida pessoal e familiar1.

O bem-estar subjetivo ou felicidade5), pode ser denominado de extroversão estável, que parece estar relacionado com a fácil sociabilidade, o que favorece uma interação natural e agradável com outras pessoas. A pessoa com o bem-estar elevado parece ter melhores relações sociais do que a que apresenta o um nível de bem-estar diminuído5.

A Subjective Happiness Scale (SHS), desenvolvida por Lyubomirski e Lepper6) é constituída por quatro itens, sendo que em duas afirmações pede-se aos participantes para se autocaracterizarem por comparação com os seus pares, quer em termos absolutos, quer relativos (itens dois e três), e outros dois itens (um e quatro) correspondem a descrições de felicidade e infelicidade. A pontuação é invertida no último item.

Nesta escala solicita-se para indicarem a extensão em que as afirmações apresentadas os caracterizam. A resposta é dada numa escala visual analógica com sete posições, alicerçada em duas afirmações antagónicas, que expressam o nível de felicidade ou a sua falta. Os seus autores conceberam a medida unidimensional da escala, com apenas quatro itens, para não sobrecarregar os participantes.

A SHS foi desenvolvida para a população norte-america e russa6, contudo, foi validada em outras populações, nomeadamente, a japonesa7, a chinesa e a malaia8, australiana, alemã e filipina9, estudantes chineses10, árabe11, espanhola12, italiana13, português europeu14)(15, português brasileiro16) e para a população mexicana17.

Na validade de construto demonstrou-se apenas uma dimensão, este estudo foi feito por análise fatorial exploratória6)(9)(10)(12)(13)(14)(15)(16, com Análise de Componentes Principais12 ou Principal Axis Factoring9)(16 com rotação quartimax9) e por análise fatorial confirmatória10)(11)(12)(13)(14)(15)(16)(17.

A validade concorrente foi realizada com outras medidas relacionadas com felicidade6)(9, satisfação com a vida9)(13)(14)(15)(16, afetividade6)(9, autoestima6)(16, esperança16, qualidade de vida10, depressão6)(13 e ansiedade13)(14.

Relativamente à confiabilidade da escala original, esta tem um α de Cronbach que varia de 0,79 a 0,94 (M=0,86) o que demonstrou que apresenta uma boa consistência interna. Apresenta estabilidade ao longo do tempo, com confiabilidade de teste reteste que variou entre 0,55 a 0, 90 (M=072)6. Em todas as populações, a escala revelou ser um instrumento válido e confiável para avaliar a felicidade subjectiva7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16. A versão portuguesa da escala revelou propriedades psicométricas idênticas às da versão original6 e pode ser utilizada para realizar comparaçõesem investigações transculturais15.

Face ao exposto, com este estudo pretende-se verificar se a versão portuguesa da SHS15 é considerada válida e confiável em pessoas com DRC em programa de hemodiálise.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo metodológico18, realizado em duas unidades de diálise da Clínica Diaverum na região de Lisboa, de maio a junho de 2015.

A amostra é constituída por pessoas com DRC em programa de hemodiálise.

Os critérios de inclusão foram pessoas com DRC, sujeitas a tratamento hemodialítico há pelo menos seis meses, com idade igual ou superior a 18 anos. Foram excluídas as pessoas com défice cognitivo e doença psiquiátrica ativa. A informação sobre os critérios de exclusão foi obtida através da história clínica, registada no processo clínico.

A população era composta por um grupo de 248 pessoas com DRC, que cumpriam os critérios de inclusão (139 da clínica 1 e 114 da clínica 2). A amostra foi constituída pelas pessoas que cumpriam os critérios de elegibilidade e a sua seleção foi de forma probabilística (aleatória sem reposição, com intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%19, para obter uma amostra mínima de 192 pessoas (103 na clínica 1 e 89 na clínica 2). Posteriormente a esta fase realizou-se uma seleção aleatória sem reposição. Do grupo de pessoas selecionadas na clínica 1, seis pessoas recusaram participar, duas foram internadas e duas desistiram. Na clínica 2, quatro pessoas recusaram participar, duas foram internadas e cinco desistiram. Os dados foram obtidos a partir de 171 pessoas, 93 da clínica 1 (89%) e 78 (88%) da clínica 2.

Para a colheita de dados utilizou-se aversão portuguesa da SHS15) para avaliar a felicidade e para a avaliação da satisfação com a vida em geral, utilizou-se o Índice de Bem-estar Pessoal (IBP)20, cuja versão original é o Personal Wellbeing Índex (PWI), desenvolvido a partir da Comprehensive Quality of Life Scale21. Também foi utilizado um instrumento para caracterização do perfil da amostra a nível sociodemográfico e clínico, especificamente, idade, género, nacionalidade, escolaridade, atividade profissional, estado civil, tempo de diálise, presença de hipertensão arterial e de diabetes.

Na SHS é pedido que indiquem a extensão em que as quatro afirmações os caracterizam, com uma escala visual analógica graduada de 0 a 7. A versão portuguesa apresenta um único fator e tem uma fiabilidade interna com o valor do α de Cronbach de 0,7615.

O IBP que é constituído por sete itens/domínios (satisfação com nível de vida, saúde, realização pessoal, relações pessoais, sentimento de segurança, ligação à comunidade, e segurança com o futuro) que pretendem avaliar a “satisfação com a vida em geral”. Para cada questão é pedido aos respondentes para dizerem quanto satisfeitos estão com cada item/domínio numa escala de “0” (extremamente insatisfeito) a “10” (extremamente satisfeito), com uma posição intermédia neutra. O IBP é calculado numa nota de 0-100 (percentagem máxima da escala). A análise fatorial confirmatória da versão portuguesa demonstra a existência de um único fator, com o valor do Alpha de Cronbach de 0,8120.

As análises estatísticas foram realizadas com o Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0. A reprodutibilidade foi estudada através da consistência interna e estabilidade. O estudo da fidedignidade foi efetuado por meio do α de Cronbach e para avaliar a estabilidade utilizou-se o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e Coeficiente de Correlação de Spearman-Brown22 no Teste Reteste (após 48 a 96 horas em 40 pessoas selecionadas aleatoriamente, 26 por questionário e 14 por entrevista). Foi adotado valor mínimo de 0,70 como uma consistência interna satisfatória22.

Neste estudo analisou-se a validade de constructo, concorrente e discriminante. A validade de constructo, foi efetuada recorrendo à análise fatorial exploratória (AFE) e análise fatorial confirmatória (AFC). A AFE foi realizada pelo método da máxima verosimilhança, com rotação Varimax. A adequação foi estimada pelo Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e teste de esfericidade de Bartlett.

A AFC desenvolveu-se com recurso ao software AMOS 21.0. Utilizou-se o método robusto de estimação em máxima verosimilhança23. Os índices de ajustamento utilizados para verificar o ajustamento do modelo foram: rácio entre o Qui quadrado e os graus de liberdade (Χ2/g.l); goodness-of-fitindex (GFI), root mean square error of approximation (RMSEA); comparative fitindex (CFI), Tucker-Lewis index (TLI)((22)(23.

Estes índices podem ser classificados em índices absolutos e índices relativos. Os Índices Absolutos avaliam a qualidade do modelo, sem comparar com outros modelos. Os índices mais utilizados nesta família são: Χ2/g.l. que quando Χ2/g.l=1, o ajustamento é perfeito, quando Χ2/g.l for inferior a 2, o ajustamento é bom, é aceitável quando Χ2/g.l< a 5 e inaceitaval quando Χ2/g.l> a 5. Root Mean Square Residual (RMSR) determina-se dividindo a raiz quadrada da matriz dos erros, pelos graus de liberdade. Assim, quanto menor for o RMSR melhor será o ajustamento. Quando RMSR = 0 indica que o ajustamento é prefeito. O Goodness of Fit Index (GFI) explica a proporção da co-variância observada entre as variáveis manifestas, explicadas pelos modelos ajustados. De uma forma geral, considera-se que GFI < a 0.8 indicam modelos com mau ajustamento aos dados; GFI entre [0.9; 0.95[ indica um bom ajustamento; GFI > a 0.95 indicam ajustamento muito bom e GFI=1 ajustamento perfeito. Os Índices Relativos avaliam a qualidade do modelo sob teste, relativamente ao modelo com pior ajustamento possível e/ou ao modelo com o melhor ajustamento possível. O Comparative Fit Index (CFI) compara o ajustamento do modelo em estudo (Χ2) com os graus de liberdade (gl), com o ajustamento do modelo basal com os graus de liberdade. Geralmente aceita-se que CFI < a 0.9 indica modelos com mau ajustamento; CFI entre [0.9; 0.95[ indica um bom ajustamento; CFI > a 0.95 ajustamento muito bom e CFI=1 ajustamento perfeito. O Tucker-Lewis Index (TLI), também conhecido por Bentler-Bonett-non-normed fit index (NNFI), em que os valores do TLI variam entre 0 e 1. Os valores próximos de 1 indicam ajustamento muito bom23.

A validade convergente foi verificada por meio da Coeficiente de Correlação de Pearson entre a SHS e O IBP. Para verificar a validade discriminante foi utilizado o teste t student para amostras independentes ou ANOVA para mais de duas amostras independentes (verificada distribuição normal pelo teste de Kolmogorov-Smirnov (KS)).

As variáveis categóricas foram expressas como percentual ou valor absoluto e as contínuas como média ± desvio padrão ou mediana. Foi utilizado como ponto de corte a mediana na idade e no tempo de hemodiálise para criar variáveis categoriais. O nível de significância adotado foi de p < 0,05.

Foi pedida autorização ao autor das versões portuguesas da SHS15) e IBP19, tendo sido concedida.

Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Diaverum (nº1/2015). Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido após terem sido informados sobre a garantia de sigilo de seus dados e do direito de desistência.

RESULTADOS

O perfil sociodemográfico e de saúde está exposto na Tabela 1. Neste estudo a média de idade da amostra é de 60,20 ±14,34 anos. A maioria são homens (61%), de nacionalidade portuguesa (80,1%), com 4 anos de escolaridade (42,9%), estão aposentado (76,7%) e são casados (56,5%). A nível dos dados de saúde, os sujeitos da amostra fazem hemodiálise há 72,17±54,23 meses, 62,1% referem hipertensão arterial e 27,1% apresentam diabetes.

Tabela 1 Características das pessoas com DRC avaliadas nas duas clínicas. Lisboa, Portugal, 2015. 

Confiabilidade e estabilidade

Na análise das propriedades psicométricas, a reprodutibilidade da SHS, verificada através do coeficiente de α de Cronbach, variou de 0,85 a 0,90 após a exclusão de cada um dos itens. Na avaliação da estabilidade (Teste-Reteste), os dados obtidos por questionário (n=26), apresentaram um α de Cronbach global na primeira avaliação de 0,80 e na segunda avaliação de 0,61. O Coeficiente de Correlação de Spearman-Brown foi de 0,82 e o CCI foi de 0,82 [IC95%; 0,71 a 0,91, p<0,001]. Por entrevista (n=14) o α de Cronbach global na primeira avaliação foi de 0,83 e na segunda avaliação foi de 0,85. O Coeficiente Correlação de Spearman-Brown foi de 0,77 e o CCI foi de 0,87 [IC95%; 0,74 a 0,95, p<0,001]. Deste modo demonstrou-se a consistência e a estabilidade entre as avaliações da SHS, por meio de questionário auto-reportadoe de entrevista.

Validade

A análise fatorial exploratória (KMO = 0,83; teste de esfericidade de Bartlett χ2 [6] 486,679, p <0,001) apresentou uma única solução fatorial, que foi responsável por 72,10% da variância explicada do constructo. Todos os itens foram carregados no fator, com cargas fatoriais adequadas (ou seja,>0,6; ver Tabela 2). O valor do coeficiente αde Cronbachfoi de 0,90.

Tabela 2 Análise fatorial exploratória da versão portuguesa da SHS em pessoas com DRC. Lisboa, Portugal, 2015. 

*Felicidade Subjetiva.

Na análise fatorial confirmatória obteve-se Χ2/g.l= 0,971, RMSEA= 0,00; GFI= 0,994, CFI= 1,00 e TLI= 1,00. Estes índices apresentam um muito bom ajustamento para a hipótese da solução de um fator (Figura 1).

Figura 1 Modelo de Analise factorial confirmatória da SHS. 

No estudo da validade convergente, verificou-se uma correlação positiva moderada (r=0,60; p<0,001) entre a pontuação da SHS e o IBP.

Na Tabela 3, observam-se os resultados referentes à validade discriminante, com o objetivo de identificar se a SHS é capaz de diferenciar a felicidade subjetiva nas variáveis género, idade, nacionalidade, escolaridade, atividade profissional, estado civil, presença de hipertensão arterial, diabetes e tempo de diálise.

A SHS consegue discriminar pela idade, nacionalidade, atividade profissional e presença de diabetes. Neste sentido, as pessoas com idade inferior a 63 anos, com atividade profissional, apresentam níveis de felicidade superiores. As pessoas de nacionalidade portuguesa apresentam níveis de felicidade inferiores às de nacionalidade de um país africano. Além disso, pessoas com diabetes apresentam níveis de felicidade inferiores às que não têm diabetes.

Tabela 3 Validade discriminante da SHS. Lisboa, Portugal, 2015. 

DISCUSSÃO

Os valores da confiabilidade foram semelhantes à versão original dos EUA6 e superiores às versões da austríaca (α=,080)9, filipina (α=,082)9, chinesa (α=,082)10, libanesa (α=,074)12, espanhola (α=,081)13, italiana (α=,079)14) e português europeu (α=,077)15, brasileira (α=,084)16. Os valores de α de Cronbach obtidos neste estudo são considerados bons22.Na estabilidade o valor das correlações, tanto no questionário como na entrevista, foi superior ao estudo original (r =0,55 a 0,86)6, versão chinesa(r =0,70)10) e versão espanhola (r=0,72)13. Neste estudo os valores são superiores a 0,7 o que indica que existe uma boa estabilidade da medida22. Obteve-se suporte para a estabilidade desta medida na modalidade questionário e entrevista.

Todos os itens foram carregados num único fator, à semelhança de outros estudos que realizaram a análise fatorial exploratória6)(7)(9)(10)(16. O peso fatorial foi idêntico às versões chinesa e português do Brasil (> 0,60) e superior à versão libanesa (>0,46). O valor de KMO foi superior às versões austríaca (KMO=0,80)9 e filipina (KMO=0,65)9, chinesa (KMO=0,79)10, libanesa (KMO=0,75)12 e português do brasil (KMO=0,79)16. Neste estudo o valor de KMO é bom e revela adequação do modelo aos dados22. A variância explicada para um fator foi superior às versões austríaca (65,7%)9 e filipina (53,2%)9, chinesa (65,3%)10, libanesa(45,2%)12 e português do brasil (64,2%)16. Ficou assim demonstrado que a pontuação da SHS é válida para medir a felicidade subjetiva. Neste estudo a AFC também suportou a solução de um fator11)(12)(13)(14)(15)(16)(17. A validade convergente também apresentou resultados nas direções esperadas, ou seja pontuações altas da SHS estão associadas a pontuações altas da IBP (satisfação com a vida em geral). Obteve-se apoio para a validade externa da medida, à semelhança das amostras9)(13)(14)(15)(16.

A SHS consegue discriminar as pessoas com DRC em programa de hemodiálise pela idade, situação profissional, nacionalidade e presença de diabetes. Na versão libanesa verificou-se que esta medida consegue discriminar pela idade e pela rejeição dos pais na infância12..Na versão italiana observou-se que os homens idosos têm uma menor percentagem de pontuações altas (efeito teto) e têm maior percentagem pontuações baixas (feito chão) relativamente às mulheres e aos jovens14.

As principais limitações estão relacionadas com a falta de financiamento e o tamanho da amostra.

Os resultados deste estudo estão em concordância com a escala original e todas as outras versões adaptadas do SHS7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16 e sugerem que a versão em português europeu da SHS é uma medida válida e confiável para avaliar a felicidade subjetiva, em pessoas com DRC, em formato de questionário auto-preenchido e entrevista.

Este estudo utilizou uma amostra representativa de pessoas com DRC em programa de diálise. Contudo, em futuras pesquisas era importante realizar uma análise fatorial confirmatória nesta população específica com uma amostra superior a 300 pessoas.

CONCLUSÕES

A SHS em pessoas com DRC, é um instrumento confiável, reprodutível e válido quando aplicado sob a forma de questionário e de entrevista. Esta apresenta boas propriedades psicométricas sugerindo que pode ser considerada uma boa medida, com propriedades semelhantes à versão original e à portuguesa,assim como, às versões em outros idiomas e culturas.

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Recebido: 31 de Agosto de 2016; Aceito: 02 de Outubro de 2016

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