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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.20 no.63 Murcia jul. 2021  Epub 02-Ago-2021

https://dx.doi.org/10.6018/eglobal.460031 

Originais

Abordagem da violência sexual contra a mulher na graduação de enfermagem

Francisca Alanny Rocha Aguiar1  , João Víctor Lira Dourado2  , Niviane Silva de Sousa1  , Antonio Rodrigues Ferreira Júnior3  , Luiza Jane Eyre de Souza Vieira3  , Raimunda Magalhães da Silva3 

1 Centro de Ciencias de la Salud, Centro Universitario INTA. Sobral, Ceará, Brasil. alannyrocha2009@hotmail.com

2 Programa de Posgraduación en Salud Pública, Departamento de Salud Comunitaria, Universidad Federal de Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil.

3 Programa de Posgraduación en Salud Colectiva, Centro de Ciencias de la Salud, Universidad Estadual de Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil.

RESUMO:

Objetivo:

Compreender a abordagem da violência sexual contra a mulher na graduação de Enfermagem.

Método:

Estudo de abordagem qualitativa, desenvolvido em uma Instituição de Ensino Superior, localizada em município de médio porte do estado do Ceará. No período de abril a novembro de 2019, realizou-se entrevista semiestruturada com 15 participantes. Na organização das informações, utilizou-se a análise temática e os referenciais teóricos da violência de gênero e pedagogia das competências.

Resultados:

Elaboraram-se três categorias com relação aos significados atribuídos a violência sexual; a abordagem da temática por meio da tríade ensino-pesquisa-extensão na universidade; e as possibilidade e os desafios para a inclusão do tema na formação profissional.

Conclusões:

A violência sexual apresenta-se como um problema social da condição imposta a mulher em relação ao homem. Esta tem ganhado visibilidade na esfera social, contudo, na formação ainda existe uma estreita relação para sua inclusão.

Palavras-chave: Violência contra a Mulher; Delitos Sexuais; Educação Superior; Formação Profissional; Desenvolvimento de Pessoal; Enfermagem

INTRODUÇÃO

A Violência Sexual (VS) tem se apresentado nas últimas três décadas como uma ocorrência social crescente e acentuada. Esta é uma das formas mais hediondas de violência de gênero e violação de direitos humanos, correspondendo como um dos principais indicadores de discriminação contra o sexo feminino1. Caracteriza-se como qualquer atividade sexual não consentida, podendo causar morte ou incapacidade com maior prevalência entre mulheres em idade reprodutiva2.

Estima-se que aproximadamente uma em cada três mulheres (35%) em todo o mundo, sofreram VS por parte do parceiro ou de terceiros durante a vida3. No Brasil, há registro que 66.041 pessoas foram vítimas em 2018, sendo 81,8% do sexo feminino, 53,8% com menos de 13 anos de idade e 50,9% negras, representando um aumento de 4,1% em comparação ao ano anterior. O Estado do Ceará reportou 1.790 crimes sexuais, sendo que destes, 1.525 atingiram pessoas do sexo feminino, conFigurando-se como umas das maiores taxas expressas no país4.

Diante do contexto que se estabelece como problema mundial, este tipo de violência tem reivindicado espaços de discussão, entre os quais, destaca-se o Ensino Superior por fomentar debates acerca de situações de saúde-doença que afetam a vida da população. No entanto, identifica-se que a formação não expressa preocupação com a abordagem deste tema, pois esta ainda sofre influência do modelo biomédico. Deste modo, os agravos à saúde das pessoas, que estão tornando-se cada vez mais comum, fogem da expertise dos profissionais de saúde, a exemplo, do enfermeiro que não sabe qual conduta adotar frente aos casos de VS5.

Estudos evidenciam a deficiência da temática na graduação e da preparação direcionada para a questão, que reproduz a uma atuação despreparada e incompleta. O primeiro contato com o episódio, muitas vezes, ocorre através da prática no serviço de saúde, o que incentiva o profissional, por iniciativa própria, buscar diferentes formas de qualificação1. Esse cenário contribuindo para que muitos casos de VS passem despercebidos pelos serviços de saúde, devido os desafios do profissional em identificá-los, dado o caráter sociocultural do fenômeno2.

Assim sendo, reconhece-se que é necessário ampliar o debate teórico-prático na comunidade acadêmica. Esta ação fundamenta-se na perspectiva de que os estudantes de graduação em enfermagem atuarão no enfrentamento da VS e, ao deparar-se com os casos deverão sentir-se motivados e preparados a contribuir com a solução mediante a identificação e intervenção, conforme previsto pela Norma Técnica1.

Frente ao que se apresenta, movidos pelo interesse de pesquisar sobre a referida temática que se revela incipiente nos campos de formação, desenvolveu-se este estudo almejando responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como se dá a abordagem da VS contra a mulher na graduação de enfermagem?

Deste modo, o estudo tem como objetivo compreender a abordagem da VS contra a mulher na graduação de enfermagem.

MATERIAL E MÉTODO

Tipo de estudo

Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem qualitativa, sendo que este último se tornou imprescindível para aprofundar conhecimento sobre a temática investigada6. Este atendeu as recomendações do Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ)7.

Participantes

Compuseram a investigação integrantes do curso de graduação em enfermagem, distribuídos da seguinte forma: cinco discentes, cinco docentes e cinco gestores, totalizando 15 participantes. Este tamanho final se deu mediante o fechamento amostral por saturação teórica8.

Como critérios de inclusão dos discentes, utilizou-se: estar matriculado no curso de graduação, participar regularmente das aulas e desenvolver atividades extracurriculares. Quanto aos docentes, adotou-se: ser enfermeiro, estar no exercício da docência e ser responsável por disciplinas que abordavam a violência. Excluíram-se aqueles que estavam afastados das atividades acadêmicas ou profissionais durante a coleta de informações.

No que se refere aos gestores, aplicou-se: apresentar cargo de gestão na pró-reitoria, diretoria e no curso, além de estarem no exercício da docência. Entretanto, os gestores participantes da pesquisa, embora também fossem docentes, não responderam às entrevistas de professores, constituindo-se, assim, como critério de exclusão.

Os participantes foram selecionados de forma não intencional, considerando a diversidade e o acesso durante o desenvolvimento da pesquisa e convidados a participar do estudo por meio de correio eletrônico e contato pessoal.

Cenário

Desenvolveu-se o estudo em uma Instituição de Ensino Superior (IES), localizada em município de médio porte da região Norte do Estado do Ceará, Brasil. Na área da educação, este vem sendo referência a nível nacional e internacional, por ocupar o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica9. Na educação superior, apresenta mais de 50 cursos de graduação, sendo considerando o maior polo universitário do interior do Estado.

A IES, por sua vez, é a maior instituição de ensino da região Norte, que oferece cursos de graduação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu nas modalidades presencial e/ou a distância. Firma-se como instituição comprometida com a Educação Superior de qualidade e desenvolvimento técnico, científico e econômico macrorregional. Deste modo, a escolha do município é pelo fato de ser considerado um dos principais polos de formação do Ceará e da IES por formar profissionais para atuarem em todo o Estado.

Coleta de dados

No período de abril a novembro de 2019, a pesquisadora principal acompanhada de aluna da graduação previamente treinada realizou entrevistas semiestruturadas, com horário e dia agendados, aplicadas individualmente nas dependências da IES e com duração média de 25 minutos cada. Estas foram registradas em áudio com auxílio de gravador de voz, mediante a autorização dos participantes, para maximizar a veracidade das informações obtidas e facilitar a transcrição literal dos depoimentos.

Os fragmentos dos depoimentos, quando apresentados nos resultados, foram identificados e codificados pelo termo ‘Discente’, ‘Docente’ ou ‘Gestor’ acrescido do número correspondente à ordem de participação nas entrevistas.

Análise e tratamento dos dados

Para a orientação e organização das informações, utilizou-se a análise de conteúdo na modalidade temática6. As temáticas surgiram após a distribuição, em quadro, dos discursos correspondentes dos entrevistados e da extração de unidades de sentido, posteriormente, unidades de contexto e, por fim, elaboração de categorias temáticas.

Adotou-se ainda como referenciais teóricos-analíticos a violência de gênero10 e pedagogia das competências11. Sobre a violência de gênero, Saffioti10 apreende o conceito mais amplo, ante a função patriarcal que os homens determinam a conduta de outras categorias sociais. No tocante a pedagogia das competências, Perrenoud11) dá ênfase à dimensão subjetiva do conhecimento, não tratando o currículo como objeto, mas enfocando nos processos formativos.

Aspectos éticos

O estudo respeitou os aspectos éticos postulados na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta pesquisas envolvendo seres humanos12. Obteve-se parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 3.234.478 no ano de 2019. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Entre os discentes, houve predomínio do sexo feminino (04), faixa etária variou de 21 a 24 anos de idade, todos autodeclaram-se solteiros, adeptos em sua maioria (04) a religião católica e pertencentes a diferentes semestres. Com relação aos 10 profissionais, houve predominância do sexo feminino (07), idade compreendida entre 32 a 52 anos, a maioria (08) estavam casados, em sua totalidade católicos (10), com tempo de formação variando de nove a 42 anos e de serviço menor que cinco anos entre a maioria (07). No que se refere a titulação, a maioria possuía mestrado (07) seguido de doutorado (02) e especialização (01).

Com base na análise e organização das informações, elaboraram-se três categorias temáticas:

Significados atribuídos a VS contra a mulher

A VS contra a mulher revela-se como uma questão bastante presente na sociedade contemporânea:

(...) a violência sexual contra a mulher está muito presente nos dias atuais. Você fala de violência sexual, acredito que está muito presente. (Docente 01)

O fenômeno se dá em razão da existência de uma construção social de superioridade do sexo masculino sob o feminino em tempos remotos que permeia toda a história:

(...) isso vem desde os primórdios da humanidade em que a mulher a muito tempo atrás ela não tinha nem o direito de votar. Isso já causa uma certa superioridade do sexo masculino com o sexo feminino e aí isso vem enraizando dos homens em razão como se a mulher fosse inferior. (Discente 01)

Manifesta-se de forma verbal e/ou não verbal com conotações depreciativas e/ou por meio do contato físico sob o uso de força ou incapacitação:

É a violência das mais diversas formas, violentar a mulher de uma forma física, de uma forma verbal, você pode agredir ela de diversas formas (...). (Discente 05)

Contudo, tendo vista o enfrentamento às múltiplas formas de violência contra o gênero, as quais tem demandado condições mais justas e dignas as mulheres, evidencia-se o direito a não sofrer agressões e, portanto, o respeito as especificidades:

(...) a violência sexual contra a mulher é algo inaceitável hoje em dia, porque nenhuma mulher, ela tem o direito de ser violentada, contra a sua vontade. (Discente 02)

Ensino-pesquisa-extensão acerca da VS contra a mulher

Em depoimento de um dos gestores identifica-se ambiguidade acerca da abordagem da VS contra a mulher nos conteúdos curriculares. Este apresentou desconhecimento sobre a existência da temática nas disciplinas do curso e, ao mesmo tempo conhecimento da presença no contexto das infecções:

(...) não posso lhe dizer assim porque desconheço. Não estou bem atualizada com relação as disciplinas, mas sim existe dentro das doenças sexualmente transmissíveis, com certeza existe essa abordagem. (Gestora 04)

Embora o gestor apresente uma certa imprecisão sobre a temática na formação profissional, evidenciou-se em depoimento de docente a discussão na ementa de disciplinas específicas, conforme a lógica do professor:

(...) são temas que estão dentro da ementa e que dependendo do professor que for ministrar a disciplina ele vai ver estratégias e abordagens diferentes para fazer. (Docente 05)

Fundamenta-se que o curso não dispõe de uma disciplina exclusiva sobre o assunto, no entanto, a discussão integra uma ou mais disciplinas partindo do pressuposto da transversalidade:

(...) se eu entender conteúdo curricular como alguma disciplina específica eu diria que não, mas se eu entender conteúdo curricular como, conteúdos que podem ser trabalhados em uma ou em diversas disciplinas eu diria que sim porque existe a transversalidade (...) (Gestor 03).

Entre as disciplinas da matriz curricular do referido curso, destacam-se ‘Saúde da Mulher’, ‘Saúde Coletiva’ e ‘Processo Saúde-Doença’ na abordagem das múltiplas formas de violência contra a mulher, inclusive, a VS:

(...) tenho, a Saúde da Mulher é trabalhada isso, a violência contra a mulher, quando você trabalha também a Saúde Coletiva você trabalha as diversas áreas da violência, isso também pode ser trabalhado no Processo Saúde e Doença (...) (Gestor 02)

Com o emprego de diversas estratégias para mediar o assunto em sala de aula e tornar os estudantes protagonistas no processo ensino-aprendizagem, por exemplo, dinâmica coletiva, discussão em grupo e seminários:

(...) eu faço até em forma de dinâmica, eu distribuo esses conceitos no chão, no papel, os alunos têm que identificar. Eles vão ter que separar quais são esses conceitos, vão discutir no grupo se todos os conceitos são realmente aqueles lá voltados. Depois a gente faz a discussão com o grupo geral. (Docente 05)

Embora se tenha a presença da temática na ementa das disciplinas, está ainda se apresenta de forma discreta e superficial no campo da produção conhecimento em sala de aula:

(...) teve, teve sim. Mas assim, não foi de uma forma assim muito abrangente, foi assim de forma bem sucinta. (Discente 05)

Em outros depoimentos, identificou-se o contato dos estudantes com a temática para além da sala de aula. No estágio supervisionado I e II, respectivamente, pertencentes ao 9º e 10º período e ao campo Atenção Primária, Secundária ou Terciária, estes são implicados a situações de VS contra a mulher:

(...) os alunos acabam vendo bastante casos também, que é a disciplina de Estágio Supervisionado. (Gestor 05)

A inclusão da temática ainda tem se apresentado também nos grupos de pesquisa da IES, conforme se apresenta:

(...) a gente tem um grupo de Pesquisa em Saúde Sexual e Reprodutiva que aborda. A gente tem o Grupo de Humanização que aborda. Tem um Grupo de Idoso que fala. (Docente 03)

Os grupos de extensão apresentaram-se ainda como outra estratégia na IES para discussão da temática. Evidenciou-se que estes possibilitam ao estudante de graduação no campo o encontro com os problemas sociais, inclusive, no que se refere a VS contra a mulher:

Temos um projeto muito bom em parceira com o Lar de Ester, onde nós temos lá, assim, vivenciado problemas graves de violência sexual. (Docente 01)

Observou-se também o processo de ampliação da extensão por meio do estímulo a interdisciplinaridade. O grupo de extensão da IES possibilita trabalho compartilhado por meio da participação de diferentes áreas do conhecimento a um saber-fazer com objetivo em comum:

(...) o Projeto Laços de Família trabalha efetivamente com essa questão da violência. Estão até fazendo, junto com o pessoal do direito, da psicologia, da pedagogia (Docente 03)

Inclusão do tema VS contra a mulher na formação

Apesar dos conteúdos curriculares das disciplinas da ementa do curso de graduação em Enfermagem, encontrarem-se assentados por aspectos técnicos-científicos que conferem legitimada as competências e habilidades a profissão para assistência à saúde, identifica-se a relevância da abordagem da VS contra a mulher:

(...) a temática é importante ser abordada na grade curricular. Na matriz curricular a gente por muitas vezes se preocupa em formar muito mais tecnicamente, a gente acaba esquecendo dessa parte mesmo do social. (Gestor 05)

A inclusão desta temática nos campos de formação profissional é considerada imprescindível entre os participantes:

(...) eu acho que é perfeitamente prudente, pertinente, relevante e realmente é uma coisa que precisa ser inserida dentro da Universidade. (Docente 01)

Isto, se dá em razão da VS contra a mulher estar ganhando mais espaço nos dispositivos sociais e, portanto, da necessidade de fomentar a discussão nos campos de formação profissional:

(...) percebo é que é um tema que já está ganhando, já está ganhando uma relevância maior entre as pessoas, então começando a perceber e a gente precisa aprofundar mais essa temática. (Docente 05)

Entre as possibilidades para a inclusão no ensino superior, identifica-se o próprio interesse dos discentes em discutir o tema de maneira coletiva por meio das disciplinas durante a aula:

(...) eu percebi que houve uma motivação muito grande, um entusiasmo muito grande por parte dos alunos, eles tornaram motivados, tornaram-se muito entusiasmados em está discutindo e conversando. (Docente 01)

Somado à experiência do docente pela atuação profissional em serviço de saúde que viabiliza externar situações concretas para compreensão real dos fatos:

(...) porque eu tenho mais de 10 anos de estratégia então eu já atendi algumas mulheres. Você tem que ter uma experiência, uma maturidade profissional maior. (Docente 04)

Deste modo, as discussões em grupo oportunizando o compartilhamento de vivências pessoais e/ou familiares para o coletivo com relação a alguma violência sofrida, o que torna o momento ainda mais produtivo:

(...) algumas pessoas relataram experiências familiares, falaram de parentes, eu achei bastante produtivo. (Docente 01)

No entanto, em outros depoimentos evidenciam-se aspectos que convertem a inclusão do tema como desafiadora na formação profissional, entre os quais, identifica-se a abordagem da violência contra à mulher, especialmente, a VS com os discentes em sala de aula:

(...) por se tratar de um assunto polêmico, vários docentes preferem não tocar no assunto e o discente por sua vez que já passou por algo que vá lembrar ou que vai tocar na ferida do que aconteceu. O docente não mexe, o aluno por sua vez, que tenha sequela disso também não quer que fale. (Gestor 1)

Percebe-se a deficiência de propriedade sobre o assunto pelo docente para mediar diálogos no campus da IES:

(...) tem uma dificuldade de a gente não ter propriedade do assunto para gente poder ter propriedade de difundir o conhecimento dentro da instituição. (Gestor 05)

Frente a este contexto, evidencia-se que há necessidade da implantação de novos aspectos teóricos e práticos que oportunizem a propagação do tema entre os muros da IES. Por exemplo, a elaboração de uma disciplina exclusiva para questões envolvendo gênero:

(...) criar uma disciplina voltada para as violências e a gente entender que a mulher, ela por essas questões de gênero, de questões culturais. (Docente 04)

A organização de eventos científicos com a participação de expertises na área temática em questão:

No caso seria mais palestras e mais debate, muito mais debatidos em sala de aula, porque o debate em sala de aula sobre esse tema é escasso as vezes. (Discente 02)

E, ainda a realização de atividades por meio da díade ensino-serviço que possibilita a participação do discente no campo para a vivência de situações reais e a implementação de intervenções em saúde:

(...) não só dentro da própria Faculdade, mas é interagindo com o público, fora. A gente tem que ter algo fora na parte externa para puder conscientizar mais a população sobre o tema. (Discente 03)

DISCUSSÃO

Os achados deste estudo assemelham-se aos resultados de outros nacional e internacional, em que se identifica entre alunos de graduação em enfermagem a predominância do sexo feminino, idade média de 22,6 anos, em sua totalidade solteiros, maioria adeptos a religião católica e cursando diferentes semestres13. Quanto aos docentes, verifica-se que a maioria são mulheres, faixa etária varia entre jovens e velhos, predominância de casados, em sua totalidade católicos, elevado tempo de formação desde a saída da graduação, variação quanto ao tempo de serviço no magistério e obtenção do título de mestre seguido por doutor e especialista14.

Em meio aos depoimentos dos participantes, evidencia-se que a temática em questão tem ganhado espaço e recebido enfoque no meio social. De fato, a violência contra a mulher tem sido um problema cada vez mais em pauta nas preocupações e discussões na sociedade. Apesar de tal violência não ser um fenômeno contemporâneo10, percebe-se que a visibilidade desta problemática tem um caráter recente, dado que apenas nos últimos 50 anos que tem se destacado a seriedade e gravidade das situações de violências sofridas pelas mulheres15.

A desigualdade de poder nas relações parece ser uma questão central do fenômeno. A opressão tem se apresentado como forma de exercer o poder patriarcal e, ao mesmo tempo, perpetuar as iniquidades expressas nas relações desiguais de gênero10. Deste modo, a mulher vivencia relacionamentos pautados em comportamentos agressivos que culminam em vários tipos de violência, inclusive, a sexual16. Esta, por sua vez, voltando-se contra a sexualidade da vítima, por meio da coação praticada por qualquer pessoa, independentemente de sua relação e em qualquer cenário17. Manifesta-se, a partir de suas múltiplas formas, como pela tentativa de obter um ato sexual, comentários ou investidas sexuais indesejadas ou atos direcionados ao tráfico sexual4.

Frente a este problema, percebe-se que esforços para o enfrentamento da VS têm culminado a elaboração de estratégias que assegurem os direitos das mulheres. Estas tem convocado a sociedade para ressignificar contextos históricos e culturais construídos, em que circunscrevem a perpetuação e perduram a desigualdade de gênero17. Contudo, embora se reconheçam os avanços para seu enfrentamento, a abordagem da temática se revela imprecisa nos espaços de formação, por exemplo, no curso de graduação em Enfermagem, em que se constata o distanciamento entre as questões sociais e as matrizes curriculares1.

Observa-se que a discussão se pauta no cuidado clínico, tendo como base, o modelo de atuação saúde-doença-conduta para o diagnóstico e o tratamento das IST. Isto oportunizando com que os profissionais adotem protocolos utilizados nas profilaxias das infecções e tenham subsídios para realizar atendimento preciso aos casos de violência17. Apesar de ser importante em atenção aos casos de VS, esta propaga condutas fragmentadas, restringindo atuação a resolução do problema e as necessidades da vítima1. Atesta isto a inclusão ineficiente na formação, pois a compreensão da violência demanda processos de aquisição de saberes diferenciados, que recorrem a dimensão sociopolítica11.

Não obstante, percebe-se que este tema gradativamente tem recebido cada vez mais atenção nos espaços de formação em saúde. Diferentes disciplinas têm desenvolvido projetos e intervenção com foco na violência, inclusive, como se pode observar em outras instituições universitárias18. Por ser considerada um fenômeno social, complexo e multicausal que afeta indivíduos, famílias, comunidades e a sociedade como um todo, reconhecesse que a superação requer o envolvimento de diferentes segmentos, exigindo vários olhares e diferentes modalidades neste âmbito19.

Evidencia-se a inclusão de forma transversal no conteúdo curricular como mecanismo integrador. É fato que os temas transversais têm sido incorporados na política curricular como proposta para a superação da fragmentação do conhecimento, tendo em vista, que na sociedade contemporânea o conhecimento deve ter nova conFiguração11. Nos últimos anos, à importância destinada à questão da transversalidade instaurou-se no currículo mínimo dos cursos de graduação. Acredita-se que a ideia se apresenta como uma aposta de mudança no Ensino Superior20.

Todavia, a existência da temática nas matrizes não significa dizer que os estudantes estarão capacitados para o enfrentamento do problema. É necessário suprir a lacuna existente na formação para incentivar estudantes desenvolverem criticidade. Deste modo, tem-se lançado mão das metodologias ativas, as quais, tornam as aulas mais dinâmicas e menos teóricas, interdisciplinares e dialógicas10. Estas problematizam desafios para que os estudantes possam construir o conhecimento e viver experiências, promovendo uma aproximação da universidade com o mercado de trabalho21.

No tocante a discussão sobre a violência de gênero, ainda se torna necessário que seja integrada ao estudo as interfaces científicas, com vistas elaborar estratégias de ensino que versem sobre as expressões da violência. Identifica-se entre os participantes que a abordagem do tema na graduação se dá de forma passageira e inespecífica. Deste modo, profissionais de saúde partem das universidades despreparados para enfrentar demandas implícitas, as quais não são declaradas pelos pacientes22. Logo, reconhecesse que pouco se tem qualificado estes para a abordagem de temas sensíveis e com forte carga moral, que demandam lidar com questões complexas.

Contudo, embora os conteúdos teóricos abordados nos espaços de aula apresentem-se incipientes, identifica-se que os estágios têm ofertado o contato dos estudantes com o tema. Este é obrigatório nos dois últimos semestres, em hospitais gerais e especiais, ambulatórios e rede básica. Caracteriza-se como cenário para internalização a situações reais e a realização de práticas aprendidas durante o percurso da graduação23. No que se refere a VS, viabiliza a aquisição de saberes e a adoção de posturas frente aos casos durante a profissão. Considera-se que esta atividade não é uma escusa plausível para a deficiência da temática no currículo, porém, mostra-se como uma alternativa promissora para suprimir esta lacuna na formação.

Além disso, evidenciou-se a consolidação de grupos na IES com o envolvimento de discentes e docentes para discussão do tema. É bem verdade que as atividades extracurriculares têm se revelado como uma das diretrizes das políticas de ensino e espaço para a construção de conhecimento. A formação de grupos de pesquisa apresenta-se como importante estratégia para engajar os estudantes no enfrentamento do problema, ao considerar que estes possuem maior aproximação como ato de investigar e reflexão-crítica frente às possíveis soluções24.

Soma-se isto ao desenvolvimento da extensão que viabiliza ao estudante o encontro com situações reais ao integrar a universidade com a sociedade. Esta identifica as demandas e promove o intercâmbio, gerando, benefícios para os dois lados como via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade da construção de conhecimento. Destaca-se também pela interdisciplinar que promove a interação entre universidade e outros setores, viabilizando saberes plurais e heterogêneos se entrecruzar e dialogar em meio a produção de significados25.

Contudo, percebe-se que o enquadramento dado ainda não contempla aspectos para a compreensão da VS relacionada à questão de gênero. Há predomínio do aspecto clínico-biológico, incrustado no conteúdo curricular do curso, implicando no encontro de características preconizadas ao modo de produzir saúde e não responde adequadamente à complexidade da violência26, o que sugere de forma implícita ou explícita a importância de fomentar a discussão nos campos de formação em saúde.

A inclusão deste assunto nos conteúdos curriculares, apresenta-se como uma alternativa promissora ao contribuir na formação de profissionais. Acredita-se que esta implica no enfrentamento de questões da realidade sociossanitária e capacita na prestação de serviços de qualidade sob o ponto de vista integral, emancipatório e intersetorial1, especialmente em face da realidade social vigente que, impõe a necessidade de fomentar a temática nos campos de formação em saúde, sobretudo, no curso de graduação em Enfermagem.

Para tanto, verifica-se que os próprios discentes demonstram interesse em discutir sobre o tema que, pode estar relacionado a uma necessidade intrínseca de aprender para poder, no futuro, relacionar conhecimentos teóricos e práticos na assistência. Estudo desenvolvido no Departamento de Enfermagem de uma Universidade Federal localizada no Nordeste do Brasil, apresentou que em todos os períodos, os maiores escores encontrados, foram em Motivação Intrínseca para Saber e Motivação Intrínseca para Realização27.

Identifica-se também as habilidades do docente com base nas experiências profissionais como oportunas para relacionar teoria e prática e reproduzir em sala de aula a realidade social. No caso da VS contra a mulher, admite-se que as experiências e as habilidades podem capacitar o professor a contribuir na construção do conhecimento. Contudo, salienta-se que somente saber a técnica não é suficiente para ensinar, é necessário domínio na área pedagógica10, o que se torna importante evitar o espontaneísmo das competências profissionais para a prática docente ainda presentes na academia.

Verifica-se que a discussão tem ganhado maior destaque quando os estudantes conseguem externar em coletivo diferentes casos de violência. Esta situação estende olhares para experiências pessoais e familiares e traz para o cenário inquietações sobre o fenômeno. No entanto, sabe-se que o tema em questão ainda tem sido reconhecido por pares como certâmen e, por vezes, os debates têm oportunizado emoções negativas, implicando para que os docentes adotem como única e melhor opção à cerceamento de diálogos em sala de aula. Isto, por um lado, reprimindo conflitos internos e/ou externos e assegurando à saúde emocional dos discentes, mas, por outro, tornando silenciosa na universidade a discussão sobre VS1.

Ademais, evidencia-se o despreparo do docente para mediar discussões em sala de aula em razão da insuficiência de saberes sobre aspectos que permeiam o tema. De fato, se o docente não tem clareza de conhecimentos para a profissão, corre o risco de reduzir a sua ação à mera reprodução de modelos aprendidos na formação. No entanto, sabe-se que atualmente o papel de socializar o conhecimento apenas pelo professor tem perdido validade. O docente já se distingue como não mais exclusivo possuidor do conhecimento e, sim como uma das partes a quem cabe ensinar e aprender11.

Entre as possibilidades levantadas para fomentar a inclusão do tema no Ensino Superior, destaca-se a formação de disciplinas exclusiva acerca da violência, saúde e gênero. Estudo desenvolvido em uma IES em Moçambique, evidenciou a existência de disciplinas sobre Saúde, Gênero e Direitos Humanos. Estas, em suas ementas, abordam questões relacionadas à violência, o gênero e os direitos humanos e a sua relação com o processo saúde-doença, além de diretrizes, trabalho e formação28. Assim sendo, os diálogos sobre a temática na Universidade, permitindo a desmistificação do assunto e o compartilhamento de experiências11.

Todavia, ressalta-se que a formação não se restringe apenas a soma de conhecimentos acrescidos por meio de disciplinas obrigatórias. Acentua-se que cada vez mais tem se buscado e repensado as maneiras de educar, acompanhando as transições e necessidades da humanidade11. Deste modo, a organização de eventos científicos é evidenciada como importante estratégia para a formação deste tema ainda pouco explorado. Esta atividade reuni grupos interessados em compartilhar e obter conhecimentos, oportunizando a troca de experiências, atualização sobre aspectos recentes e elaboração metas para o futuro29.

A inclusão do tema na graduação por meio de vivência no ensino-serviço-comunidade, se apresenta também como estratégia para proporcionar melhor compreensão acerca do fenômeno. Esta favorece uma abordagem sobre as condições de saúde e de vida das mulheres, viabilizando a identificação de suas necessidades e a realização de planos de cuidados. Estudo realizado em escolas de Ensino Superior no Reino Unido, evidenciou que o envolvimento dos estudantes com o problema durante a formação profissional, a partir de visitas aos serviços de referência em atendimento à mulher vítima de violência, é de fundamental importância para o preparo do futuro profissional de saúde em resposta aos casos de VS30.

Salienta-se que as limitações do estudo estão vinculadas aos aspectos metodológicos adotados que não possibilitam a generalização das informações, contudo, reconhece-se que os achados obtidos podem se assemelhar ao encontrado em outros cenários, considerando as normativas na formação superior brasileira, bem como as bases da violência de gênero no país.

Acredita-se ainda que este estudo apresenta importantes elementos para dar maior visibilidade ao problema na produção do conhecimento científico e abrir novos horizontes para a discussão sobre a temática nos espaços acadêmicos. Além disso, os achados subsidiam novos debates ao momento oportuno em que se discute a reorientação das diretrizes curriculares para os cursos da área da saúde no país.

CONCLUSÕES

O estudo permitiu concluir que a VS contra a mulher se apresenta como um problema social remoto, com característica da condição imposta a mulher em relação ao homem de sujeição. Esta tem ganhado mais visibilidade no cenário social a partir a elaboração de políticas que asseguram o direito à saúde em detrimento as particularidades femininas.

Contudo, nos espaços de formação do curso de graduação em enfermagem ainda se identifica a existência de uma estreita relação para sua inclusão. A abordagem revela-se de forma superficial e pontual entre os muros da IES, por meio de disciplinas inespecíficas e atividades extracurriculares, sem aprofundamento de questões que se tornam importantes para compreensão e resolução do problema.

Em reconhecimento da gravidade do problema presente na sociedade contemporânea e da responsabilidade e do compromisso social da universidade, verifica-se a importância de se incluir durante a formação profissional esta temática, através de atividades acadêmicas que possibilitem integrar e ampliar a discussão nos espaços internos como também externos da IES.

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Recebido: 15 de Dezembro de 2020; Aceito: 03 de Março de 2021

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