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Enfermería Global

versión On-line ISSN 1695-6141

Enferm. glob. vol.22 no.71 Murcia jul. 2023  Epub 13-Nov-2023

https://dx.doi.org/10.6018/eglobal.554941 

Originais

Validação para a população portuguesa do "International International Consultation on Incontinence Questionnaire - Urinary Incontinence Short Form" (ICIQ-UI SF)

Maria João Guerra1  , Sofia Pinto-de Almeida1  , Helena Maria Nogueira2  , Paulo Jorge Pereira-Alves1 

1Universidade Católica Portuguesa (UCP), Instituto de Ciências da Saúde, Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS). Porto, Portugal

2Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG), Serviço de Ginecologia. Vila Nova de Gaia, Portugal

RESUMO:

Introdução:

A incontinência urinária pode ser considerada como uma condição comum associada ao processo de envelhecimento com sintomas extremamente incapacitantes, sendo duas a três vezes mais prevalente nas mulheres do que nos homens. A utilização de instrumentos validados para o diagnóstico inicial da incontinência urinária, é fundamental para obter uma uniformização e sistematização na avaliação desta condição.

Objetivo:

Adaptar e validar para a população portuguesa o International Consultation Questionnaire Urinary Incontinence Short Form (ICIQ-UI SF)

Metodologia:

Foram realizadas duas traduções independentes do ICIQ-UI SF por tradutores portugueses, fluentes na língua inglesa. Após harmonização das mesmas, a tradução resultante foi retrotraduzida de forma independente por dois tradutores ingleses, fluentes em português. A versão final do ICIQ-UI SF para o português foi aplicado a 90 utentes da consulta externa de urologia, internamento de urologia e de ginecologia de um hospital, localizado em Gaia. Foram avaliadas as propriedades psicométricas e a confiabilidade do questionário

Resultados:

Nenhuma alteração ao formato original do ICIQ-UI SF foi observada no final do processo de tradução e adaptação do instrumento. A idade média dos participantes foi de 55 anos. A consistência interna foi alta, como demonstrado pelo coeficiente de alfa de Cronbach (0,85). O coeficiente de Pearson para as perguntas 3 e 4 foi de 0,88 e para as perguntas 4 e 5 foi de 0,82. A avaliação foi considerada satisfatória e estatisticamente significativa.

Conclusão:

A versão para português do ICIQ-UI SF foi validada com sucesso tornando possível a sua aplicação na população portuguesa com satisfatória confiabilidade e validade de construto.

Palavras-chave: incontinência urinária; inquéritos e questionários; estudos de validação; tradução

INTRODUÇÃO

A incontinência urinária é uma condição comum com relevante impacto negativo na qualidade de vida das pessoas(1)). O "International Continence Society" (ICS) define IU como uma queixa de perda involuntária de urina(2). As implicações desta definição, para a saúde em geral, são imensas, pois implica que qualquer perda de urina involuntária se enquadra dentro desta definição. A incontinência urinária pode ser considerada como uma condição comum associada ao processo de envelhecimento com sintomas extremamente incapacitantes, sendo duas a três vezes mais prevalente nas mulheres do que nos homens(3),(4). Apesar de não ser uma condição de risco de vida, pode ter um grande impacto negativo na qualidade de vida, desenvolvendo-se de forma progressiva e onerosa. A incontinência urinária implica custos indiretos significativos, associados ao isolamento social, a uma elevada carga emocional, a custos diretos relacionados com gastos com dispositivos médicos de contenção da urina e a realização de tratamentos (5).

A utilização de instrumentos validados para o diagnóstico inicial da incontinência urinária, é fundamental para obter uma uniformização e sistematização na avaliação desta condição. O "International Consultation on Incontinence Questionnaire Urinary Incontinence Short Form" (ICIQ-UI-SF) é recomendado, para utilização, quer a nível da prática clínica que a nível da investigação(6). É um questionário simples e breve com seis questões que permitem avaliar a presença de perdas de urina, a sua frequência, severidade e identificar a tipologia dessas mesmas perdas de urina, permitindo avaliar o impacto geral na qualidade de vida, tendo sido desenvolvido pelo International Continence Society. A versão original é em inglês mas tem sido traduzido em diferentes línguas incluindo o Português do Brasil (7), mas não para a língua e cultura portuguesa. Pode ser utilizado para o diagnóstico inicial, durante a fase de tratamento e para o acompanhamento do paciente sendo um questionário autoadministrável, podendo, no entanto, ser preenchido também por um profissional de saúde(8),(9). Apresenta um score a ser calculado a partir da soma das questões três, quatro e cinco, de zero a 21 em que quanto maior o score pior a condição percecionada pelo paciente.

O objetivo do estudo é a tradução, adaptação cultural e validação do ICIQ-UI SF para a língua e cultura portuguesa para a sua utilização na investigação e prática clínica em Portugal.

METODOLOGIA

O estudo metodológico foi realizado em duas etapas. A primeira etapa correspondeu à tradução e retro tradução do instrumento e à avaliação da validade de conteúdo. A segunda etapa compreendeu a avaliação das propriedades psicométricas. A consistência interna da versão em português do ICIQ-UI SF foi avaliada com a determinação do alfa de Cronbach. A validade do constructo foi obtida através da análise fatorial exploratória. Para identificar e caracterizar a presença de incontinência urinária o ICIQ-UI SF é o questionário apontado pelo ICS como o mais adequado para a avaliação da mesma(9). É um questionário simples, breve e autoadministrável, avaliando rapidamente o tipo de Incontinência Urinária e o impacto geral na qualidade de vida. Inclui 6 (seis) questões simples que avaliam a frequência, a severidade e o impacto geral na qualidade de vida da incontinência urinária para efeitos de investigação e prática clínica. O tempo total estimado de resposta é de 2 a 3 minutos, as questões são simples e sem conteúdo de teor cultural, com scores de 0-21 em que zero significa que não existe a perda de urina e 21 refere a situação mais grave. Incluindo duas perguntas sobre quantidade e frequência da urina perdida, a terceira pergunta que avalia o impacto das perdas de urina de forma geral na qualidade de vida e a última questão serve para caracterizar o tipo de perda de urina, podendo ser escolhida mais do que uma opção e em que as duas primeiras questões permitem caracterizar a nível de idade e sexo o participante.

Na primeira etapa do estudo foi realizada a tradução e retrotradução de acordo com o protocolo de Guillemin et al(10) que prevê cinco etapas: tradução inicial, síntese da tradução, retrotradução, comité de juízes e pré teste da versão final. O procedimento foi iniciado após autorização do ICIQ study group por Nikki Cotterill com a realização de duas traduções independentes por dois tradutores portugueses com domínio na língua inglesa. Uma, com conhecimento prévio do objetivo do estudo e da área da saúde, e a segunda sem conhecimentos da área da saúde e do objetivo do estudo. Após análise e harmonização das duas versões a versão resultante foi submetida a retrotradução por duas tradutoras inglesas fluentes em português, sem conhecimento dos objetivos do estudo e do questionário original. Após análise e harmonização da retrotradução com o original em inglês a tradução em português foi considerada gramaticalmente e semanticamente equivalente à versão original e apta para ser submetida a um grupo de três peritos portugueses na área da saúde (enfermeiras com experiência clínica e académica) com domínio da língua inglesa. Após esta avaliação, a versão em português do ICIQ-UI-SF foi pré-testada, numa amostra de conveniência de dez pacientes da consulta externa de urologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho convidando os participantes a preencher o instrumento e a comentar sobre a sua compreensão do mesmo. Foi monitorizado o tempo que cada participante demorou a responder ao questionário. verificando-se que demorava cerca de dois minutos a ser preenchido. Não foram identificadas dificuldades no preenchimento do questionário.

Na segunda etapa do estudo, foi realizado um estudo observacional do tipo transversal a uma amostra de conveniência constituída por utentes, de ambos os sexos, que procuraram o serviço de consulta de Urologia, o serviço de internamento de Urologia e o serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho E.P.E., no período de setembro a dezembro de 2019. Foram convidados a participar os utentes com mais de 18 anos de idade e que soubessem ler português podendo ter ou não incontinência urinária.

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho E.P.E. com o registo 99/2019-2.

Na abordagem aos participantes foi explicado o estudo e solicitado o seu consentimento de participação por escrito de acordo com os princípios de Helsínquia(11). Foi solicitado o preenchimento do ICIQ-UI SF no final da realização da consulta de enfermagem ou durante o internamento quer no serviço de Urologia quer no serviço de Ginecologia. O ICIQ-UI SF é um questionário autoadministrável que avalia o impacto geral da IU na qualidade de vida permitindo qualificar a perda urinária através de quatro questões, avaliando a frequência e a severidade da perda expressa pelos pacientes.

O tamanho da amostra foi determinado atendendo ao estudo inicial de validação do instrumento, considerando-se assim uma amostra de noventa participantes(9) atendendo que Bryman e Cramer(12) referem que o número de elementos da amostra deve ser no mínimo igual a cinco vezes o número de itens da escala, pelo que foi considerada uma amostra adequada para a sua validação.

Foi realizada uma análise descritiva através das frequências das variáveis categóricas e medidas de posição e dispersão das variáveis contínuas.

Como medida de confiabilidade foram avaliadas a consistência interna do instrumento e o coeficiente de correlação intraclasse. Para a consistência interna foi utilizado o coeficiente alfa de Cronbach padronizado; a sensibilidade da escala foi medida com recurso à correlação de Spearman, teste usado para analisar as relações entre as variáveis. O nível de significância adotada foi de 5% para um Intervalo de Confiança de 95%. O programa utilizado foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 26 para Windows.

RESULTADOS

Com o objetivo de avaliar as características métricas da versão portuguesa do ICIQ-UI SF procedeu-se à análise da validade do constructo e confiabilidade.

Foram realizadas entrevistas a noventa participantes, com diferentes queixas a nível urológico, sendo a amostra constituída por 81,15%(n=73) participantes do sexo feminino e 18,9% (n=17) do sexo masculino. A idade média da amostra foi de 55 anos (± 15,8 dp), com uma idade mínima de 24 anos e uma idade máxima de 94 anos de idade. Nesta amostra inicial de 90 participantes verificou-se uma prevalência de incontinência urinária foi de 64,4% (n=58).

Na população em estudo, de acordo com a definição de incontinência urinária do International Continence Society que a considera como uma queixa de qualquer perda involuntária de urina ((13), verificamos na amostra aqueles que referiram pelo menos um episódio de perda de urina (n=58), 19% (n=11) eram do sexo masculino e 81% (n=47) do sexo feminino, apresentando uma média de idade de 58,9 anos (± 14,2dp), com uma idade mínima de 24 anos e uma idade máxima de 94 anos, tal como na amostra total de 90 participantes.

Em resposta à pergunta "Com que frequência perde urina?" apresentamos os resultados atendendo à população que apresenta perdas de urina (Gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição das frequências de perdas de urina, n=58. 

Na amostra de população que referiu ter perdas de urina (n=58), 17,2% (n=17,21) indicaram perder urina o tempo todo, 48,3% (n=28) referem perder urina diversas vezes durante o dia, 6,9% (n=4) indicaram perder uma vez por dia, 8,6%(n=5) duas a três vezes por semana e 19%(n=11) perdem urina uma vez por semana ou menos.

Na pergunta "Que quantidade de urina perde normalmente?", da amostra da população que referiu ter perdas de urina, 43,1%(n=25) indicaram perder uma pequena quantidade, 34,5%(n=20) indicou perder uma moderada quantidade e 22,4% (n=13) referiu perder uma grande quantidade (Gráfico 2)

Gráfico 2. Distribuição das frequências da quantidade de urina perdida, n=58. 

Na questão 5, em que a questão aborda se a perda de urina afeta a vida diária, verifica-se que perder urina é referido como tendo impacto na qualidade de vida, numa escala variando entre zero (nada) e 10 (muito). Na amostra daqueles que apresentam perdas de urina, 51,7% (n=30) referem um impacto na qualidade de vida entre 8 e 10 dos quais 16 referem ter perdas de urina diversas vezes ao dia e 8 referem ter perdas o tempo todo, salientando que 4 apresentam perdas de urina uma vez por semana ou menos. Em relação à quantidade de perda de urina, 28% (n=7) dos que referem uma perda de pequena quantidade indicam que tem um impacto na qualidade de vida entre 8 e 10, e 20% (n=5)) consideraram que essa pequena perda tem um impacto na qualidade de vida entre 5 e 7. Os participantes que referiram uma perda de urina em moderada quantidade, 55% (n=11) consideraram que tinha um impacto na qualidade de vida entre 8 e 10. No global 51,7%(n=30) indicaram que perder urina tinha um impacto na qualidade de vida entre 8 e 10.

Na questão relacionada com as circunstâncias da perda de urina, em que pode haver mais do que uma resposta, 39,7% (n=23) da amostra referiu perder urina antes de chegar à casa de banho, 67,2% (n=39) referiu perder urina quando tossia ou espirrava, 37,9% (n=22) referiu perder urina ao realizar exercício físico, 29,3% (n=17) referiu perder urina quando está a dormir, 27,6%(n=16) referiu perder urina sem razão óbvia e 13 (22,4%) apresentava perdas o tempo todo.

Em relação à quantidade de urina perdida com os grupos etários, atendendo à amostra dos que perdem urina (n=58), verifica-se que no grupo etário dos 24 aos 40 anos, sendo 9% da amostra, 80% referiram perder urina em pequena quantidade, no grupo etário dos 40 aos 65 anos, 57% da amostra, 49% referiram perder urina em pequena quantidade, 30% referiram perder urina em moderada quantidade e 21% referiram perder em grande quantidade. No grupo etário com mais de 65 anos, constituindo 34% da amostra, 25% dos participantes referiram perder urina em pequena quantidade, 45% referiram perder urina em moderada quantidade e 30% em grande quantidade (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição dos grupos etários e quantidade de perda de urina, n=58. 

Os participantes que referiram perder várias vezes ao dia ou o tempo todo e quando perdiam moderada a grande quantidade de urina referiram de uma maneira geral um pior impacto negativo na qualidade de vida.

O estudo de confiabilidade é apresentado na Tabela 2.

Tabela 2. Estudo de confiabilidade do ICIQ-UI-SF, n=90. 

*Múltipla escolha

Como medida de confiabilidade o Alfa de Cronbach padronizado foi de 0,85 e o coeficiente de correlação interclasse foi de 0,80 para um p<0,001. O valor medida de Kaiser-Meyer-Olkin da adequação da amostra foi de 0,82 e o teste de Bartlett de esfericidade teve significância estatística (P<0.001). Foi calculado o coeficiente de correlação interclasse para o score final da escala foi de 0,80 e o de Spearman com um resultado entre -0,17 a 0,55. Para as questões 3 e 4 e as questões 4 e 5 foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson que apresentou um resultado de 0,88 e 0,82 respetivamente para um p<0,001.

DISCUSSÃO

Com este estudo pretendeu-se traduzir e adaptar culturalmente o ICIQ-UI SF para português. A decisão pela tradução e adaptação cultural deste instrumento deveu-se ao facto deste permitir avaliar a presença de incontinência urinária e caracterizá-la em relação à sua frequência, quantidade, classificar a nível da tipologia e avaliar o impacto geral na qualidade de vida ((9).

Em 2004 o International Continence Society apresentou uma revisão de 36 estudos populacionais realizados em 17 países em que a prevalência estimada para a incontinência urinária a nível geral foi de 5 a 69% apresentando esta amostra uma prevalência de 64,4% (14).

Dolan, no seu estudo sobre o impacto da incontinência urinária na qualidade de vida durante a gravidez e após o parto, identificou que este impacto foi influenciado pelo tipo de incontinência urinária e a quantidade de sintomas urinários coexistentes (15). Neste estudo verificou-se que nem sempre a severidade dos sintomas de incontinência urinária está associada a um maior impacto na qualidade de vida.

A confiabilidade, medida pela consistência interna e avaliada pelo alfa de Cronbach padronizado, foi calculado englobando as questões 3.4 e 5 (16). Este coeficiente permite verificar a homogeneidade do instrumento. Como regra geral o seu valor não deve ser menor que 0,80, se o instrumento for amplamente utilizado, no entanto, valores acima de 0,60 indicam presença de consistência (17). O alfa de Cronbach foi considerado satisfatório com valor de 0,85. Isso revela que existe um bom grau de correlação entre as três perguntas utilizadas. O coeficiente de Pearson para as perguntas 3 e 4 foi de 0,88 e para as perguntas 4 e 5 foi de 0,82 o que indica existir uma correlação forte positiva entre as mesmas, o coeficiente de correlação interclasse, para o escore final ICIQ, foi de 0,80. O ICIQ-UI SF faz parte de um projeto internacional denominado "ICIQ Modular Questionnaire". Como limitações do estudo verifica-se que em relação à amostra populacional, apesar de apresentar um n=90 participantes, somente 58 participantes referiram perdas de urina o que, para a análise da validade das perguntas sobre as perdas de urina, no entanto ao analisar os resultados gerais obtidos, observa-se concordância com os resultados obtidos na validação do ICIQ-SF para português (16).

A versão completa em português do ICIQ-UI-SF encontra-se na Figura.

Figura 3. Versão em português do ICIQ-UI-SF. 

CONCLUSÃO

A versão do ICIQ-UI SF foi traduzida e validada com sucesso para português, de acordo com o resultado da análise das propriedades de medida. Este instrumento de estrutura breve e simples permite a medição dos sintomas associados à perda de urina e o seu impacto geral na qualidade de vida. Uma das limitações deste estudo está relacionada com o tamanho da amostra e principalmente com a heterogeneidade a nível de género. Considera-se que serão necessários mais estudos que possam contribuir para aumentar o conhecimento deste fenómeno na população portuguesa. Este instrumento, dada a sua simplicidade e brevidade, permitirá a sua utilização em contexto clínico e de investigação em Portugal, potenciando a identificação de pessoas com perdas de urina com o objetivo de encontrar o tratamento adequado.

REFERÊNCIAS

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Financiamiento:Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e Tecnologia/Ministério da Ciência o apoio financeiro do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (UIDB/04279/2020) (MJG, SA, PJA).

Agradecimentos

Os autores agradecem às enfermeiras Marta Inês Pereira Passos, Júlia Seixas e Rosa Albuquerque pela colaboração na recolha de dados.

Recebido: 23 de Janeiro de 2023; Aceito: 05 de Março de 2023

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